Estão mentindo para você... de novo

Estão mentindo para você... de novo


Nos últimos dias os bolsonaristas estão atuando de maneira a desacreditar o governo que recém começou, com mentiras sobre a planilha de isenção do Imposto de Renda, afirmando que em pouco mais de 15 dias o Lula e sua equipe já estão prejudicando os eleitores, cobrando IR de quem ganha mais de R$ 1,9 mil. Do outro lado, os lulistas também mentem ao afirmar que o atual governo não pode mexer, neste ano, na tabela de isenções, devido à regra da anterioridade, que não permite alterar um imposto em um ano e a medida passar a valer naquele mesmo ano. 

Por que mentem? Primeiro, os bolsonaristas mentem, porque omitem que a tabela do IR não foi reajustada desde 2017, portanto o ex-presidente tem culpa direta na questão. Se ele tivesse feito a atualização da planilha de isenção, com certeza, a situação seria outra. Então a “culpa” de as pessoas que têm renda maior que R$ 1,9 por mês estarem correndo riscos de pagar o Imposto de Renda neste ano é muito do ex-presidente que eles defendem. Mas sempre existirão os idiotas para alimentar as mentiras dos grupos políticos.

Já os petistas mentem ao alegar o impedimento através da tal “regra da anterioridade”. Basta uma lida superficial da legislação para entender que a regra da anterioridade trata do aumento da alíquota e não das alterações na tabela de isenção. Se não se lembram, o ex-presidente Itamar Franco, tendo o Ciro Gomes como ministro da área econômica, à época, alterou a tabela por Medida Provisória (a MP 812/1984), isentando a quem ganhava até 9 salários mínimos de pagar o IR.

E (de novo) por que mentem? Porque existe um campo preparado para receber e distribuir estas mentiras como se verdades fossem. Os “adoradores de políticos”, os defensores de ideologias (inexistentes), são uma praga que tem atrapalhado a vida do País há muito. Esses elementos são a ferramenta necessária para a perpetuação de atuação de políticos mal-intencionados que só pensam em manutenção do poder para manterem seus benefícios pessoais. E pensar que na Nova Zelândia a primeira-ministra que se tornou exemplo para o mundo, nova ainda, renunciou ao mandato por se sentir cansada e sem condições de buscar o melhor para o seu povo, em uma demonstração exemplar de não apego ao poder e às mordomias que ele representa...

Enquanto isso, de um lado, somos obrigados a conviver com as decisões de políticos que prometem o que sabem que não terão coragem de cumprir, mas que é o caminho que conhecem para chegarem ao poder. E de outro, com ações de quem perdeu o poder, mas que faz de tudo e qualquer coisa para tentar recuperar o poder. Ambos os casos não porque têm um projeto, uma proposta, um planejamento de melhoria para o País e consequentemente para a sua população, mas, sim, porque querem o poder para manterem suas mordomias.

E tudo isso mantido por pessoas que adoram seus ídolos, seus mitos, mesmo que para isso tenham que ofender amigos, parentes, romper laços de uma vida toda, criar inimizades. E, na realidade, o trabalhador que não tem renda vai ter que pagar impostos, enquanto o que ganha muito vai pagar menos. Os preços de tudo vão ficando cada vez mais altos. A saúde, a educação, cada vez menos acessíveis. Os políticos aumentando seus salários e suas mordomias. E os bobões de plantão defendendo os argumentos de “esquerda” e de “direita”, mesmo que não tenham a menor noção do que se trata.

* Sérgio Cunha é jornalista profissional, 

especialista em comunicação pública e marketing 

político, membro da AILE – Academia Itaunense de Letras.