Cia. Tecidos Santanense está praticamente vendida

Empresa fundada em 1946, em São Paulo, deve adquirir a fábrica de tecidos que está prestes a completar 133 anos de história

Cia. Tecidos Santanense está praticamente vendida
Foto: Arquivo/FOLHA


Quando a Santanense Tecidos, fundada em Itaúna, no Bairro de Santense, em 1891, completava 55 anos de eficiente funcionamento, surgia em São Paulo a empresa Capricórnio Têxtil, que deve adquirir a fábrica itaunense nos próximos dias. Certamente, ao ser inaugurada, em 1946, os proprietários-fundadores da empresa paulistana tinham a grande indústria itaunense, no ramo da fabricação de tecidos, como modelo a ser seguido. Porém quis a história que a mais antiga sucumbisse ao passar dos tempos, fosse vendida a um dos maiores grupos têxteis do País (a Coteminas) e, agora, tenha a venda para o grupo paulista como salvação. 

A Capricórnio Têxtil, fundada no bairro da Mooca, em São Paulo, atuando na produção de lã, hoje é uma das maiores produtoras de índigos e brins do Brasil. Além da fábrica em Bragança Paulista, possui outra unidade em São Carlos, no mesmo estado e uma terceira indústria em Natal, no Rio Grande do Norte. Agora, deve abocanhar a empresa de Itaúna, que tem ainda uma unidade na vizinha Pará de Minas. Faltam detalhes para que o “martelo seja batido”, conforme apontam fontes do mercado, porém já é dada como certa a negociação. Até porque a Coteminas continua enfrentando dificuldades e a venda da Santanense proporcionará um desafogo para aquele grupo empresarial. Informações são de que, dos ativos do grupo Coteminas, a Santanense Tecidos é o mais atrativo aos compradores.

Na história da Santanense a informação é de que a fábrica sempre teve superávit. Consta ainda que o maquinário foi atualizado há poucos anos, sendo dos mais modernos do setor, o que também é um atrativo aos compradores. As dívidas acumuladas pelo Grupo Coteminas nos últimos anos seriam relativamente pequenas ante o que a fábrica representa. E, para acertar o negócio, estão sendo quitados os principais débitos. O pagamento dos funcionários, relativo ao mês de dezembro, que estava bastante atrasado, foi quitado. O mesmo teria acontecido em Pará de Minas, onde também se tem notícia de que o vale-leite foi colocado em dia. Nas próximas semanas a situação salarial dos funcionários deverá ser atualizada.

O grupo Capricórnio Têxtil

Nova reunião com os possíveis compradores deve acontecer no próximo dia 20, quarta-feira da próxima semana e possivelmente acontecerá a efetivação do negócio, conforme expectativas de fontes do jornal. Assim, o grupo que produz, anualmente, cerca de 700 milhões de metros quadrados de tecidos, com pouco mais de 600 empregados diretos, poderá dar um salto nesta realidade. Possivelmente este será o desfecho de mais um capítulo da história, vitoriosa em sua quase totalidade, da Santanense Tecidos.