Por que crer em Jesus Cristo

Por que crer em Jesus Cristo


Deus, no curso da história humana, comunicou aos homens a sua vontade e as formas de salvação. FALOU DEUS aos nossos pais pelos profetas. ULTIMAMENTE NOS FALOU POR SEU FILHO, que constituiu herdeiro universal, pelo qual criou todas as coisas” (1, 1s). 

Existem dois caminhos, que se complementam, para conhecermos a Deus:  a razão contida na criação (que é como uma pegada, um vestígio apontando para o seu Autor) e a fé (que é o caminho sobrenatural indispensável para O conhecermos). Novamente, é o teólogo Lúcio Navarro e o Padre Paulo Ricardo que nos apresentam isso brilhantemente com a seguinte didática.

A RAZÃO – um auxílio importante. Já se tornou muito conhecida a acusação protestante, emitida por muitas crenças evangélicas, de que é a fé, e somente a fé, em Jesus Cristo o único caminho para o conhecimento de Deus; o resto não passa de pura idolatria! Por isso, eles acusam os católicos de fabricar um deus falso, um ídolo morto, perdendo assim o acesso ao Deus vivo que apenas a Bíblia nos revelaria. Mas será mesmo possível se convencer destes argumentos e crer no Deus que se fez homem desprezando o homem feito por Deus? É fundamental conhecermos a importância da razão contida na criação, porque ela é uma base fundamental da fé católica e é um dos pontos pelo qual sofremos ataques desinformados dos protestantes.

A Igreja Católica nos ensina que, por meio de uma investigação racional, é possível vermos claras analogias entre os entes criados na natureza e Deus, que é a fonte de todo ser criado. São como pegadas que nos demonstram a existência de quem as deixou. Tudo que faz parte da criação nos leva à certeza da existência de um Deus único e pessoal, Criador e governador do mundo, legislador supremo e autor da lei natural impressa em nossas almas.

Os protestantes, apoiados numa teologia escrita por um camarada chamado Karl Barth, que disse que o motivo pelo qual ele e ninguém deveria ser católico é que a inteligência humana foi tão afetada pelo pecado original que nós perdemos a capacidade de falar corretamente de Deus ou sequer de conseguir enxergá-lo por meio de Sua criação.

A Igreja Católica, por sua vez, sempre reconheceu e valorizou com justa medida “os auxílios naturais postos à disposição dos homens por benevolência da divina sabedoria”, entre os quais o reto uso da razão ocupa por certo o primeiro e principal lugar. Do mesmo modo, por exemplo, ainda que a Igreja ensine, de acordo com a verdadeira fé, que pelo erro de Adão e Eva nós recebemos uma “natureza lesada, inclinada para o mal”, nem por isso chegamos ao extremo de atribuir a essa mesma natureza uma tal corrupção pecadora que torne impossível e absurdo o fato de um ser humano ter vivido o próprio mistério da Encarnação. É muito claro e gritante: como se poderia entender a nossa redenção da condição de seres humanos pecadores, se Deus Pai, ao tomar para si a carne humana, não se houvesse feito semelhante a nós em tudo, na pessoa de Jesus Cristo, com exceção do pecado (cf. Hb 2, 17; 4, 15)?

A FÉ – um entendimento primordial. Existem duas grandes confusões quando tentamos entender o que é a fé. As duas inauguradas pelo fundador do movimento protestante, um tal ex-monge católico chamado Martinho Lutero, que se revoltou contra o entendimento de como opera a fé em nossa salvação, por não conseguir seguir as obrigações da fé católica, conhecido por ser péssimo aluno de teologia. A primeira confusão e erro é de que a fé é um simples sentimento de confiança. O segundo equívoco é que a fé é um negócio que independe de nossa vontade e de nossa convicção.

A teologia de Lutero – agressor da Igreja fundada por Cristo – não admite a possibilidade de alguém ser santo. Para o fundador do protestantismo, a fé seria apenas um sentimento de confiança em Deus, que nos reveste com a sua misericórdia sem, no entanto, transformar o nosso coração.

Lutero pregou e incutiu ignorantemente na crença protestante, precursora das centenas de diferentes religiões evangélicas, que a fé é uma coisa a qual Deus que “opera em nós, sem nós” e às vezes até “apesar de nós”. Em resumo, Lutero pregou que a fé é um negócio alheio, independente.

A Igreja Católica, que admite o livre-arbítrio, é que ensina aquilo que Cristo nos transmitiu: o conceito de fé é uma convicção da inteligência (sob o império da nossa vontade livre) e dependente do efeito da graça divina enviada a nós. A graça de Deus se antecipa à ação humana de forma sobrenatural, mas a fé é obra de Deus e do homem.

Para Lutero, que só admite o arbítrio-escravo (e para as religiões evangélicas que ele encorajou a tentarem interpretar a Bíblia, cada qual a seu jeito) a fé é obra exclusiva de Deus.

A Igreja ensina que Jesus Cristo é o único Salvador. Cristo, reconcilia-nos com Deus, oferece a Ele a reparação pelo pecado, que só Ele – Cristo, podia oferecer, por ser homem e Deus ao mesmo tempo. A obra de Cristo foi perfeitíssima; falta apenas a nossa contribuição, a qual realizamos JUNTAMENTE com a graça de Cristo, que Ele mereceu por nós na cruz. Lutero toma Cristo como único Salvador no sentido de que não existe também a nossa parte na obra da salvação. Para Lutero, Ele fez tudo: a sua parte e a nossa; se Ele nos salvou, não nos resta mais fazer nada: só crer e cruzar os braços. E nesta interpretação equivocada do conceito de fé, Cristo é quem opera em nós, solitariamente e com exclusividade, sem a nossa participação.

A fé é um hábito. Independentemente de ele estar sendo exercido naquele instante. Sentir um estímulo emocional prazeroso é razoável e lícito. Mas não é ele que determina ou causa o exercício da fé. A fé é muito mais que um sentimento, é um dom que deve ser frequentemente exercido, a fim de que estejamos sempre em contato com Cristo.  

Por Rafael Corradi Nogueira