Edis “batem palmas” para secretário de Cultura. Mas situação precisa é de uma CPI para analisar documentos

Edis “batem palmas” para secretário de Cultura. Mas situação precisa é de uma CPI para analisar documentos
Foto: Reprodução/CMI

O secretário de Cultura de Itaúna, Ilimane Lopes, vulgo Joe, compareceu à reunião da Câmara, na reunião ordinária da terça-feira, 5 de março, para falar sobre os gastos com o Carnavaliza 2024. Na sua fala, Joe afirmou que a Secretaria de Cultura investiu “R$ 2.300.000,00 com o Carnavaliza 2024”. Sobre os comentários, e até mesmo divulgações na imprensa, de que o custo teria alcançado a cifra de quase R$ 4 milhões, ele disse que “são infundadas (as informações) e que todos os contratos e ações estão disponíveis no portal da transparência”. 

O valor repassado pela Cemig, segundo o secretário, foi de R$ 149 mil. Joe foi enfático em dizer que a Secretaria gastou R$ 2,3 milhões, deixando esse valor repassado pela Cemig, à parte, ao que o vereador Gustavo Dornas afirmou que o custo, então, teria sido de R$ 2,490 milhões. Joe voltou a insistir que “a Secretaria pagou R$ 2,3 milhões”, não confirmando ou negando que o valor referente ao repasse da Cemig estaria incluído. Sobre os valores de contratos informados pela imprensa, inclusive a FOLHA relatou cada um deles, chegando à cifra de R$ 3,8 milhões, o secretário disse que “a maioria são contratos para o ano todo”. 

Não teve um vereador que questionasse o fato de a Secretaria não relatar, em separado, o quanto gastou, de cada contrato, com o carnaval. Nem mesmo naqueles contratos que foram suplementados em 25%, também informados aqui na FOLHA. Uma fonte da Prefeitura, à época, havia informado que esses contratos são utilizados como “guarda-chuva, pois não é informado o valor exato que se gasta em cada evento”. 

Faltou, na explicação do secretário, para rebater as informações publicadas na imprensa, um relatório especificando quanto foi gasto em cada um dos itens contratados para o carnaval com a utilização destes contratos. E sobrou elogio à divulgação do secretário – sem nenhum documento que atestasse o que foi dito –, que afirmou ter gastado “apenas” R$ 2,3 milhões, enquanto o jornal da Prefeitura divulgou contratos de shows, equipamentos, materiais e insumos que chegam a quase R$ 4 milhões. 

“Bateram palmas para o secretário” 

Foi o comentário feito por um cidadão ao acompanhar a reunião da Câmara e ouvir, por exemplo, o vereador Silvano do Córrego do Soldado dizer que “não acreditava no que os jornais estavam divulgando”, e completar em seguida que, “se quer festa, tem que gastar”, e ainda que estava satisfeito com os valores “ditos por você”. “Eles bateram palmas para o secretário, sem sequer pedir a ele um documento, um papel timbrado da Secretaria com as informações detalhadas do que foi gasto com cada item: gradil, tanto; palco, tanto; seguranças, tanto...”, desabafou o cidadão. 

Sintomático, ainda, foi o fato de o secretário ter levado salgadinhos, que os edis consumiram, se revezando em idas à sala anexa ao plenário. Conforme comentários, aqueles salgadinhos seriam um gesto irônico da administração, logo após a FOLHA ter divulgado o gasto de quase R$ 150 mil com esses produtos para serem consumidos nos gabinetes. Os gastos com o carnaval precisam ser explicados é através de uma CPI.