A Itaúna dos “Zés Goelas”
No meio popular, o termo do título é comumente usado para identificar o cidadão que não quer enxergar a realidade dos fatos ou entender um posicionamento lógico em uma discussão sobre qualquer tema, desde o mais sério até o mais banal. É o chamado “Zé Goela”, o bobão que não enxerga um palmo à frente do nariz, por opção ou por não conseguir mesmo. E acho que, observando os últimos acontecimentos, principalmente os políticos, na nossa cidade, não tenho outra afirmativa a não ser: Ô lugar que tem “Zés Goelas”... Mas é muito.
Em meio às intempéries na Câmara, com o vai e vem no caso da cassação do vice, vem agora o ex-prefeito, que vai para as redes sociais e faz um vídeo para afirmar que o caso do enchimento de água do canal da Prainha é simples. É só executar o projeto que está pronto. Ora, ora, meu caro politiqueiro cafajeste. Desculpa aí, mas não há outro termo a ser usado. É cafajestagem vir a público e dizer que é só fazer.
Mas vamos primeiro ao lenga-lenga da cassação do vice-prefeito, que está em local incerto e não sabido, ou seja, foragido. Já dei meus pitacos em editoriais anteriores, com mais ênfase no da semana passada, quando, como leigo, afirmei que entendo que basta um ato da presidência para declarar vago o cargo, que, em minha opinião, é apenas representativo. Mas é somente opinião. O presidente da Casa de Leis não concorda e achou melhor jogar para a plateia, digo, para o plenário a decisão e criou uma Comissão Processante, que foi escolhida por meio de escrutínio que já começou errado, tendo o tio do homem que vai ser alvo da Comissão como escrutinador. Corrigiu-se o erro, mas depois resolveram não seguir o mesmo critério ao substituir o membro da Comissão que pediu para sair devido às ações atropeladas dos dois companheiros. Aí vem novamente a afirmativa popular: Ô bando de “Zés Goelas”! Começaram atropelando e interpretando tudo errado e continuam, persistem no erro. Só mesmo rindo. É uma piada!!!
Como afirmei na semana anterior, não vão chegar a lugar algum e ainda vão deixar o presidente da Casa, o Senhor Miranda, que é outro “Zé Goela”, em situação difícil, pois ele está autorizando atos que não são cabíveis na visão de advogados que militam na área e já emitiram, inclusive, pareceres em relação ao processo iniciado. Lá na frente, será responsabilizado como homem público e quiçá como cidadão. Estão embolando tudo. Uma loucura. Pior: uma vergonha para o Poder Legislativo Itaunense, que não tem um presidente de pulso firme. E não tem porque está “amarrado” com os compromissos dos quais não consegue se desvencilhar para exercer o mandato e a presidência com liberdade e, principalmente, com a serenidade e lucidez exigidas.
E, assim sendo, como também já afirmado na semana anterior, não teremos um processo de cassação legítimo e juridicamente técnico, e muito menos político, pois os vereadores que estão à frente não conseguem agir politicamente e muito menos conseguem interpretar juridicamente qualquer parecer técnico que possa dar suporte ao desenrolar da questão. A percepção que tenho é a de que, inicialmente, há erros de rito, e, agora, começam os atropelamentos também de condução e, mais que os dois pontos, outros equívocos já aparecem, e a contratação de assessoria é uma delas. Mas não sou advogado, apenas um jornalista/editor, que teima em tentar entender o porquê de a população optar por votar de forma aleatória e/ou por favores não muito compensadores em “Zés Goelas”, como os nossos ilustres representantes, pois pagam um preço muito caro por não terem escolhido observando a capacidade de entender as leis, a vontade de trabalhar com seriedade para quem o elegeu, e, principalmente, por não terem escolhido os que são honestos na postura diante das opções parlamentares da maioria, e que, principalmente, não são capachos. O que é bem pior do que ser “Zé Goela”.
Vamos agora para o outro fato pitoresco politicamente da semana, que tem o Senhor Neider Moreira de Faria como ator principal, estrelando o filme: “Politicagem a qualquer preço”. Se não concordar com o título, optem por qualquer outro que encaixe mais ou menos nestes termos: “O mentiroso”; “O aproveitador”... E por aí vai. É de uma “cara de pau” a declaração do ex-prefeito nas redes sociais após o enchimento da Jove Soares devido à chuva do início da semana. Não há outra afirmativa a não ser politicagem barata. O político afirma para a população que o problema é simples: é só executar o projeto que está pronto na gaveta da Prefeitura, que ele contratou. Ora, ora, senhor Neider Moreira de Faria. Mais respeito para com a população que o elegeu seis vezes. Nos responda: Por que Vossa Excelência não executou o projeto contratado a peso de ouro à época? Tempo teve. Por que Vossa Excelência não buscou recursos públicos federais e/ou estaduais para tal? Tempo teve. Por que não fez empréstimos junto aos bancos como BNDS ou BDMG, a juros mais baixos, para executar a obra? Tempo teve. Acredito não ter feito isso para poder fazer o que fez esta semana. É inacreditável tamanha canalhice. Coisa de político sem vergonha na cara.
Não sei o que o prefeito Mitre pensa sobre o assunto Jove Soares, deve estar preocupado e buscando soluções. No lugar dele, começaria a estudar como buscar recursos. Se não os conseguir, que faça os empréstimos necessários para a obra da Jove Soares e inclua a da travessia da MG-431, no trevo do Padre Eustáquio. Outra mentira do ex-prefeito, que tem muito é gogó. Envie o projeto para a Câmara e jogue a “bomba” nas mãos dos ilustres “Zés Goelas”, e quero ver o que vão fazer. Deixe bem claro para a população que o ex-prefeito podia ter solucionado e que agora quer fazer e só depende dos vereadores. Aí quero ver. Segundo os entendidos, com R$ 95 milhões, Vossa Excelência soluciona os dois problemas mais graves da cidade.
E esqueci de outro problema, que é menos grave, mas mexe com todos como os outros, mas é um mexer diferente, é com a fragilidade do ser humano, com a saúde. A questão do Hospital Manoel Gonçalves tem que ser resolvida de qualquer forma. Com o Plantão 24h lá ou não. É questão de tempo, mas tem que ser resolvida. Vai o conselho de um itaunense roxo, apaixonado e que conhece bem o torrão. Resolva, é o seu calcanhar de Aquiles.





