1550- “Não é uma questão de números...!”
Hoje chegamos à edição número 1.550 do nosso jornal, ou apenas da nossa FOLHA, que já foi do OESTE e hoje é do POVO.
Depois de 27 anos, o que temos a dizer é que valeu e está valendo a pena. E os motivos são muitos: estamos fazendo o que gostamos, estamos contribuindo com o nosso município, estamos levando informações à população e, o mais importante, estamos exercendo o jornalismo com seriedade, com profissionalismo e sempre com o intuito de somar em prol de um todo. Com certeza “não é uma questão de números”, mas é uma marca que registra o nosso trabalho contínuo e de muita dedicação diária, para que o povo tenha voz e esta possa ecoar até os gabinetes de vereadores, prefeito e deputados, para que, então, os problemas do cidadão sejam conhecidos e possam ser resolvidos com novas leis, com decisões do prefeito e com ações dos deputados que representam a cidade, encaminhando verbas e fazendo o trabalho de relações públicas junto aos governos federal e estadual.
Temos a consciência tranquila de que até aqui a FOLHA cumpriu o seu papel de informar de forma correta e sempre dentro do tempo hábil, pois o trabalho de obter as informações, checar, redigir e formatar leva um pouco de tempo, mas sempre buscamos fazê-lo com a maior agilidade possível. Hoje, com a agilidade de internet, as redes sociais e a versão on-line dos meios de comunicação, o jornalismo mudou muito, mas o conceito primário não tem como mudar. Ou seja, o jornalista tem que buscar, apurar e levar até o leitor a notícia verdadeira. As redes sociais são um “mundo sem dono” e aceitam tudo, e aí as mentiras proliferam de qualquer forma. Mas, na hora da verdade, não há outra opção: o jornalismo prevalece. E estamos aí, presentes, buscando e transmitindo a notícia com a seriedade de sempre e a agilidade possível, mas, mais importante que isso, estamos trabalhando, como sempre, exercendo o direito de opinião, levando-a até o leitor, que é quem vai fazer sua avaliação, mas, como sempre, usamos dia a dia o nosso slogan: Jornal tem que ter opinião. E nunca vamos abrir mão desta postura.
Neste momento em que a FOLHA completa 1.550 edições, repito, sou um “malabarista”. Pois sempre foi sob muita pressão. Agora mais ainda, pois, além dos entreveros diários pertinentes ao jornalismo, convivemos com a pressão diária das redes sociais e o iminente fim do jornal impresso, hoje somos o único jornal da cidade a circular de forma impressa, os outros estão somente on-line. Somos persistentes, vamos em frente. O dinheiro, como sempre, está escasso, até por causa dos nossos posicionamentos jornalísticos e políticos, postura que não abrimos mão. Neste momento, sexta-feira, sinceramente, não sei se escrevo, se faço a edição dos textos vindos da redação ou se me preocupo em “levantar” dinheiro para cobrir a conta... E lá vai pressão. Mas pelo menos há um consolo, estamos trabalhando na edição de número 1.550. E isso nos leva a refletir sobre fazer jornalismo no interior: “uma cachaça”, um vício do qual não conseguimos nos desvencilhar. São anos a fio observando, interpretando e opinando sobre tudo o que diz respeito aos munícipes e seus interesses coletivos.
Em nossa opinião, jornal tem que ter compromisso é com a notícia e com o leitor, e com mais ninguém, e é assim que deve ser. Por isso, ao ser perguntado sobre a independência da imprensa, sempre respondi que isso é uma balela, coisa inventada, porque não há como existir independência se o fato tem mais de uma versão, de uma interpretação, e as opiniões são plurais. Por isso, escolhi como slogan da FOLHA a frase “Jornal tem que ter opinião”. É simples, não há como ficar em cima do muro, nossa obrigação como jornalistas é a de levar a notícia e opinar sobre ela, assim derrubamos a tal independência hipócrita propalada aos quatro ventos. Uma bobagem. O bom jornalismo é feito com opinião, com responsabilidade e com independência, sim, mas não essa tão defendida e propalada pelos sociopatas, mas a que propicia ao jornalista opinar e se posicionar, deixando para o leitor a liberdade de interpretação. Fazemos jornalismo com o direito de ter opinião. E a nossa FOLHA é editada assim.
Chegamos à edição número 1.550 defendendo o que acreditamos estar correto e o que é melhor para nossa Itaúna. Nos dois anos de FOLHA DO OESTE sob nossa responsabilidade (entre 1994 e 1995) e 27 anos de FOLHA DO POVO, já fomos taxados de pertencermos a este ou aquele político ou àquele grupo, mas podemos afirmar categoricamente que a maioria dos políticos citados como “donos do jornal” já passou, e se aí está, com certeza, está em seu devido lugar. Eu, fundador e editor desta FOLHA, garanto, somos o mais independente dos jornais itaunenses das últimas décadas. E muito mais importante que ser independente, em nossa opinião, é poder afirmar que nossa liberdade está baseada na verdade e não na interpretação daqueles que mal conseguem dar um passo sem a sombra de alguém. Então, sob pressão, sem dinheiro, mas com muita garra, nos orgulhamos de poder falar e escrever o que acreditamos ser a verdade. Mas mesmo ela, a verdade, tem interpretações diversas, tanto o tem que, como dizem popularmente, uma mentira repetida diversas vezes acaba virando verdade. E tem muito profissional do jornalismo que usa a métrica. Não acredito, mas é a crença que mais vemos na imprensa que aí está nas redes. A FOLHA é mais que 1.000. E eu? Apenas um “malabarista”.