O Carnaval... “Atolou a charrete” e não é o “Bloco do Bodinho”

O Carnaval... “Atolou a  charrete” e  não é o “Bloco do Bodinho”


Vai cair tudo... Faltam 7 dias para o início oficial do carnaval deste ano e, até o fechamento desta edição, o impasse em se tratando de contratação das empresas para a instalação da estrutura do denominado Carnavaliza Itaúna, no Boulevard Lago Sul, na sua principal avenida, ainda está sem definição, e um verdadeiro imbróglio foi estabelecido, sendo que o motivo principal da confusão é a necessidade criada pelos organizadores para tentar fazer as contratações casadas e fechadas para um grupo, como já é de conhecimento no meio. Essa é a verdade no meu entendimento. E, ao que parece até aqui, se ainda “não deu no que deu”, vai causar transtornos para os foliões, que não tem nada com isso e podem ter um carnaval, digamos, no meio do caminho, sem a estrutura completa que a prefeitura vinha prometendo, com palco gigante e atrações, praça de alimentação, circuito fechado e segurança, além de conforto. Em resumo, muita conversa, digamos, fiada, e pouca ação dentro dos padrões. Mas vamos esperar até o início da semana.

Confesso que estou impressionado com a falta de profissionalismo (ou será segunda intenção?) dos setores responsáveis pela organização da festa popular que mais mexe com o brasileiro, especialmente com o itaunense. É uma festa quando tudo se iguala em se tratando de classe social, de situação econômica, dentre outras diferenças. É no carnaval popular, ou o “carnaval do povão”, com desfiles, avenida cercada com corda, trios elétricos pista acima e vendedores ambulantes pra lá e pra cá é que todo mundo gosta, indiferente de se a festa é no Boulevard ou na Av. Jove Soares (onde deveria ser), mas o que o cidadão quer é se divertir sem muita, digamos, cobrança, horários e principalmente exigências. Mas como em Itaúna a população num todo é a última coisa com que nossos administradores se preocupam, estão, digamos, apertados e sem saber como solucionar o imbróglio que eles mesmos criaram quando resolveram mudar o carnaval de lugar, levando a festa “popular” para o Boulevard Lago Sul, onde montaram uma estrutura organizacional e física para um grupinho faturar. Esqueceram os principiantes que a festa, antes de tudo, é popular, e então tem que ser feita é para o povo antes de tudo, e, assim sendo, esse povo não está preocupado com roletas com catracas, pista cercada com alambrados e muito menos com palco gigante, além de iluminação especial e telões. E se estão com dificuldade em “arrumar” meios legais para fazer as contratações necessárias (no conceito deles) e outras para criar gastos para faturar um extra, optem então por passar uma corda na Jove Soares numa extensão entre dois ou três quarteirões, coloquem algumas caixas de som, as que são usadas nos desfiles cívicos, usem um trio elétrico e, depois dos desfiles, utilizem o palco fixo da área externa do Espaço Cultural para os shows da noite. 

Feito isso, garanto que o povo faz o resto, ou seja, vão aparecer os vendedores ambulantes e os barzinhos da avenida complementarão a questão dos comes e bebes. E repito, o restante o povo se incumbe de fazer. Ou seja, parem de inventar, de se preocupar somente com um grupinho que na verdade usa o povo, impondo condições de local e estrutura, mas pensando somente neles, os organizadores... O povo, nesse caso, é o último a ser o foco principal. Vão dizer que fazem um carnaval seguro, fechado, com shows e praça de alimentação. É verdade, mas não estão preocupados com o povo e, sim, com eles mesmos, os organizadores, que são os que mais faturam em todos os sentidos. Não tenho como provar, mas sou sabedor de como fazem as coisas, infelizmente. O povo que deveria ser o foco, mas é a última preocupação. 

Desta vez, quero ver o desfecho nos próximos quatro dias, pois, se passar disso, não vai haver mais tempo hábil para a montagem da estrutura necessária e vamos ter um carnaval bem mais popular do que se esperava ter. A não ser que façam “loucuras” e saiam aderindo às atas de cidades vizinhas para contratar som, iluminação, estrutura, segurança e demais “penduricalhos” que inventam para faturar. 

Então, meus “amigos” responsáveis pela organização e realização do Carnaval Oficial, parem de pensar somente em vocês e olhem para o povo e façam a festa popular que todos gostariam de ter. Ou seja, deixem o Pau de Gaiola na Lagoinha, os blocos na Jove Soares, com os seus trios elétricos (isso mesmo, SEUS), e deixem os bares, lanchonetes, restaurantes e vendedores ambulantes faturarem. Do restante o povo se incumbe, ou seja, vai participar de alguma forma, desfilando, assistindo junto à corda ou sentado no meio-fio ou ainda numa mesa de bar. Ou seja, novamente, vai fazer do seu jeito, e não do jeito forçado que vocês impõem visando um “grupelho”. 

Mas é como já afirmei em um editorial passado, este é o último ano de um governo elitista, fechado e que tem o péssimo hábito de olhar somente para o umbigo. Então, no ano que vem, podemos voltar a ter o carnaval que sempre tivemos, quando era na Praça de Matriz e depois na Jove Soares... Um carnaval sem exigências, sem fitinhas coloridas nos braços, sem filas para comprar fichas nos trailers de churros e sanduíches, dentre outros, onde não seremos obrigados a consumir o chopp que nos enfiam “goela abaixo”, e onde não teremos que tolerar uma tal de Av. Boulevard, lá pelos lados dos prédios oficiais... 

Pois muito bem, é o que penso. Está assinado e estou à disposição. E aproveitem, senhores, é o último ano. Com certeza não vai haver repetição. Itaúna vai mudar de turma... Com certeza.