O ambiente político: fofocas, pressões fantasiosas e interpretações grotescas

O ambiente  político: fofocas, pressões  fantasiosas  e interpretações grotescas

O ambiente político, como qualquer outro, é complicado se analisado pelos interesses que sobressaem com constância e, principalmente, quando se olha para o futuro, seja ele próximo ou distante. Não há como não admitir que o ambiente é só de interesse. Não existe outra interpretação, e, além de interesse, é um jogo para se ter mais poder sempre. Nessas 40 décadas de convivência próxima ao poder, posso afirmar tranquilamente, sem falar besteira, que o político só pensa no voto que lhe dá poder e, depois disso, nada mais importa, ou melhor, só importa se manter no poder, se possível, até a morte. É simples assim.

E, em função dessa manutenção no poder, tenho visto muita inconsequência dos políticos cada vez mais despreparados para exercer o poder. Tenho citado isso com frequência e está cada vez pior. O que os políticos mais jovens, com nenhum preparo para exercer os cargos eletivos, estão fazendo é, inclusive, em minha opinião, um desserviço à sociedade num todo. Esta semana, a cidade foi obrigada a assistir a vídeos nas redes sociais e a ler “notícias” na dita “imprensa”, essa também despreparada, que chegam a chocar por tamanha inconsequência, visando apenas uma ascensão política a qualquer custo. 

Vou dar nome aos bois: o vídeo do vereador Kaio Guimarães postado em suas redes sociais é absurdo, pra mim, que sou um itaunense roxo, apaixonado pelo torrão e que conheço bem a história da cidade, quando se fala de itaunenses ilustres e desprendidos, que deram e dão a sua vida para servir ao próximo e a todo cidadão itaunense, fico irado. Acho inadmissível que um vereador, dito representante do povo, um homem que pastoreia fiéis e que pretende alçar voos, vá para a rede social para denegrir a imagem de uma instituição que presta serviços de saúde a toda a população da região, com raros episódios de mortes e/ou problemas clínicos ou ainda de atendimento fora dos critérios estabelecidos pela OMS e o Ministério da Saúde. Um hospital, seja ele qual for, fica exposto a ter que passar por alguma intempérie nos serviços que presta e até ter como consequência o falecimento do paciente, mas é preciso critérios para denunciar isso. Pois é preciso saber se houve algum tipo de negligência de cunho profissional ou mesmo de atendimento mecânico, ou seja, se houve falhas em equipamentos ou ainda de medicação, além da falha humana, a de profissionais. Não é somente pensar em se promover junto ao possível eleitor. Não somente jogar para a plateia com vídeos produzidos, com fundo fúnebre e com entonação agressiva. 

Isso vai é manchar a imagem da única instituição que presta serviço de saúde na cidade e, como já cansei de frisar: todos, sem exceção, se precisar, vão primeiro é pra lá. O milionário, o rico, o classe média e o pobre. Todos vão ser atendidos primeiro no Manoelzinho. Não há escolha. Nem tendo helicóptero! Então é preciso, antes de tudo, respeito. Coisa que o vereador não teve. É mesmo duro ver uma vida perdida. É chocante também ver a família sofrendo. Mas é preciso apurar primeiro.

Outro que saiu “dando tiro pra todo lado”, sem saber onde ia acertar, foi o vereador iniciante Israel Lúcio, que foi para a frente do pronto-socorro e “gritou”, “berrou” contra o hospital, afirmando que pessoas haviam ficado por mais de 5 horas aguardando atendimento. Atendimento médico, acredito, mas no Plantão 24h., e não no hospital. Misturou tudo. Não apurou. 

E aí, para complementar tudo, vem a imprensa, não estou falando daquela que se diz imprensa, mas a que quer ser verdadeira, imprensa na concepção da palavra, e começa a publicar tudo quanto é m.... e aí o desastre é total. Pois não se tem informações concretas, apuradas e bem redigidas para não causar dúvidas. E, além de tudo isso, ainda vem o tal de ciúmes que existe em tudo. Nos meios políticos e da imprensa, ele é amargo, doentio e faz com que as coisas se transformem, com traições, mentiras, precipitações e ações desajustadas. É uma ebulição de fatores que acaba em incongruências. E aí, nada se resolve. Certo?

Para completar tudo, os políticos, os poderes constituídos e a imprensa não se entendem, pois não conseguem trabalhar em sintonia em prol da população. O político mente ou esconde a informação da imprensa, os poderes constituídos, os maiores detentores das informações de interesse público, dificultam o acesso da imprensa e criam fórmulas para que esta não tenha acesso aos acontecimentos policiais e de atentado público, dentre outros. E fazem isso porque a imprensa, que deveria ser séria e vigilante, é submissa e até covarde. Aceita imposições e até censura. É abuso de poder as Polícias Militar e Civil, os Bombeiros e até o Ministério Público esconderem informações da imprensa e não liberarem acesso aos Boletins de Ocorrências. Absurdo. Os BOs são documentos públicos e deveriam estar à disposição de qualquer cidadão. E para a imprensa, principalmente, pois ela é o elo dele, cidadão, com os poderes constituídos. O que estão fazendo é censura, e aceita pela imprensa “burra” que se comporta como cordeiro. E ainda afirmam sem constrangimento que vão passar as informações para quem for aos quarteis fazer credenciamento e mesmo assim terão as informações selecionadas pela PM e Bombeiros. Ora, ora, ora... Censura.

Para acabar com isso é preciso representatividade. E isso somente se consegue com união e cobrança constante. Não é abaixando a cabeça, dando jeitinho e/ou publicando tudo errado, sem a apuração devida e o acesso à verdade deles, os poderes constituídos. Uma verdade que pelo menos é uma verdade oficial. Brasil! Mostra a sua cara! É a nossa Itaúna dos Zé Goelas e dos Coroné! Isso vai acabar, não?