Além de limitar trabalho, prefeito dificulta trânsito da equipe
Vontade do prefeito é de que apenas os futuros titulares das pastas possam ter acesso às repartições municipais
O entendimento sobre as medidas adotadas pelo prefeito em relação à Comissão de Transição é de que ele quer limitar ao máximo o trabalho da equipe e, ainda, impedir o acesso dos indicados às informações necessárias. Com data de 8 de novembro, o prefeito Neider editou mais um decreto tratando da transição. Desta feita, o documento, de número 8.793/2024, praticamente limita a ação dos membros da comissão às reuniões que “podem” ser realizadas no Auditório Yoná Tupinambás, “de segunda a sexta-feira, no horário entre 8 e 16 horas”. Também exige no documento que seja elaborada ata após as reuniões, a ser entregue ao “Coordenador do Governo”, constando obrigatoriamente o dia e horário da realização.
Além de dificultar o trabalho da equipe de transição, na opinião de pessoas que estão envolvidas nessas “definições” do prefeito, ele estaria também criando problemas para os servidores municipais que foram indicados pelo prefeito eleito para compor a comissão. A reportagem apurou, ainda, que, além de participarem da comissão, esses servidores indicados estão convivendo com sobrecarga de tarefas.
Outra medida determinada pelo prefeito é de que “apenas os indicados para assumir as pastas (isto é, os futuros secretários) tenham acesso ao interior das secretarias, autarquias e outras repartições públicas”. Com isso, na opinião de pessoas ouvidas pela reportagem, o prefeito quer o privilégio de saber, antecipadamente, quem serão os futuros secretários da próxima administração. Por outro lado, criando essas dificuldades, a equipe de transição pode não conseguir todas as informações de que precisa para que a próxima administração seja iniciada sem atropelos.
Folha ouve Rodrigo Guimarães
A reportagem entrou em contato com o coordenador da equipe de transição, indicado pelo prefeito eleito, Gustavo Mitre, advogado Rodrigo Guimarães. À FOLHA, ele disse que está buscando o diálogo e citou o fato de que realmente estão sendo encontradas algumas dificuldades. “Estamos trabalhando de forma republicana e, principalmente, técnica. A comissão precisa saber o que está acontecendo em cada secretaria, pois a transição é muito rápida e há a necessidade de serem repassadas informações para que o município caminhe normalmente, após a posse do novo gestor”, afirmou.