População reclama de falta de água em várias comunidades

SAAE divulga mensagens pelas redes sociais e povo faz críticas às falhas no serviço e reclama de problemas constantes

População reclama de falta de água em várias comunidades
Na região da barragem “velha”, os condomínios abastecidos pelo SAAE estão tendo sérios problemas com a falta d’água nas últimas semanas, assim como o bairro Vale dos Pequis. O volume de água nas duas barragens demonstra que a situação nos reservatórios é tranquila e o espelho d’água reflete vasão necessária para o abastecimento da ETA


O Inverno chegou ao final na madrugada do último sábado, 23, como destacou a FOLHA na edição passada, e começou a Primavera, a estação das flores. Porém, nos últimos dias de inverno e primeiros da primavera, um calor “fora do normal” atingiu boa parte do País. Itaúna e região foi alcançada pela onda de calor e, com isso, explodiram as reclamações em relação à falta de água tratada em vários pontos da cidade. Registros de falta de água em comunidades rurais foram dezenas, além de muitos bairros da cidade, com destaque para a região dos bairros Cidade Nova, Murilo Gonçalves, Três Marias e Recanto das Peixotas.

A assessoria de imprensa do SAAE, autarquia que é responsável pelo saneamento básico no município e, consequentemente pela captação, tratamento e distribuição de água tratada, vem publicando em suas redes sociais seguidos “avisos”, “alertas” e mensagens conclamando a população para “economizar água”, que destacam ainda o aumento do consumo devido ao calor “dos últimos dias”. Mas a população alega que o problema vem se repetindo já há bastante tempo.

Uma moradora da região do Angu Seco afirmou que “por aqui a falta de água está um completo absurdo. Chegamos a ficar 4 dias sem água e sem posição de retorno por parte do SAAE. Desde a quinta-feira da semana passada, a água não chega de forma mínima nas torneiras e desde sábado não há uma gota sequer para abastecer os reservatórios”.  E lembra que “a conta chega e com vencimento no dia certo e avisando que haverá um aumento de 8,36% para o próximo mês”. 

A essa reclamação o SAAE respondeu que, “devido a (à) onda de calor estamos reforçando as medidas necessárias para manutenção do abastecimento de água potável em toda a cidade”. Ficou nisso. Mas as reclamações, não: um morador daquela localidade disse que “aqui, desde março, estão dando essa desculpa para a falta de água. Quando falta pouco, são 3 dias (sem água)”. Já no Vale dos Pequis, afirmam moradores que o problema é idêntico. “Não chega água e estamos ao lado da barragem, o que é uma ironia. Dizem que o consumo está alto, que falta consciência, aí concordo. Mas aqui em casa não há desperdício, economizamos ao máximo. Agora neste calor não tem nem água pra beber. Se alguém está desperdiçando, que seja punido. Mas não posso ‘pagar o pato’ pelo erro dos outros. O fornecimento de água encanada é obrigação do poder público”, afirmou categoricamente um dos reclamantes.

Outro morador do Vale dos Pequis disse que “concordo. Vergonha total. Moro aqui desde março e nunca tivemos água na sua totalidade. Todos os dias a partir das 14h pode esquecer de água da rua. De um mês pra cá, quando falta pouco são três dias (seguidos)”. E outro completou: “eu também passo por isso todos os dias. É lastimável ter que ficar olhando diariamente se vai faltar água ou não”.

E as reclamações continuam, como a deste desabafo: “(precisam) parar também de fazer buraco nas ruas, igual fizeram no (bairro) Veredas. Deixaram a terra vermelha, nesse tempo seco e os ônibus passando, toda hora é uma nuvem de poeira. Deviam padronizar de só furar buraco quando tiver previsão de arrumar”. Ou “nesse domingo foi dia de faltar água no Recanto das Peixotas. Um dos dias mais quentes do ano e estamos sem água o dia todo. Falta de competência e respeito com a população”. “E o bairro Murilo Gonçalves, vocês cortaram a água, parabéns (ironizou). Nesse calor, todo ano é a mesma coisa: falta de consideração com a população”. E concluíram com a seguinte afirmativa: “engraçado porque vocês pedem isso (economia de água), mas todo dia tem caminhão-pipa aguando a grama lá na avenida São João, esquina com Silva Jardim”. Algumas destas reclamações “sumiram” das redes sociais oficiais, mas outras continuaram a ser postadas, em contraponto aos “avisos”, “alertas” e “mensagens”.