Ligação de água demora um mês e custa caro!

Outro problema muito recorrente nos últimos tempos em relação à prestação de serviços do SAAE é a demora em realizar operações consideradas simples, como ligação de água, por exemplo, que tem demorado cerca de 30 dias, em média, para ser atendida. Isso quando acontece com rapidez, apontam reclamantes. E os preços não são baixos. Na tabela de preços que pode ser consultada no site do SAAE (www.saaeitauna.com.br), a ligação de água simples, quando a rede está na calçada e é feita na tubulação de ¾, o valor é de R$ 465,27. Se aumentar a rede para tubulação de uma polegada, o valor é de R$ 733,90. Se tiver que atravessar uma rua, sem pavimento, na rede de ¾, o valor é de 580,11. Se a rua for asfaltada, o valor passa para R$ 812,50.

A ligação de esgoto, com a rede na calçada, é de R$ 232,43. Se tiver de atravessar a rua com a rede, o valor é de R$ 485,01. No caso de ligação conjunta de água e esgoto em uma mesma vala – aproveitando o serviço de abertura do buraco –, para rede de água de ¾, o valor vai a R$ 1.082,20. E, mesmo assim, com demora média de 30 dias para ser realizado o serviço. Com o acréscimo de que, após feita a ligação, a rua fica esburacada até quando ocorrer uma operação tapa-buracos ou a população assumir a tarefa, como ocorrido no bairro Parque Jardim Santanense, na semana passada.

Demora por falta de pessoal operacional

Se o cidadão cansa de esperar a ligação da água e tenta acelerar o processo ou cobrar a realização do serviço já pago, entrando em contato com o SAAE, ele pode ouvir a alegação de que “vai demorar ‘um pouco’, por causa de um problemão que estamos enfrentando”. A reportagem foi atrás de informações para descobrir que “problemão” é esse” e deparou com a explicação não oficial de que “falta pessoal operacional”. Isso mesmo, não tem gente suficiente para realizar os serviços. Mas, pior, quando tem, o profissional não tem o conhecimento necessário para fazer o serviço, o que sobrecarrega aqueles que ainda restam no quadro efetivo que resta e que vem definhando, nos últimos anos, por uma questão de “visão administrativa”. 

Em rápido levantamento, a reportagem apurou que o último concurso público realizado no SAAE foi divulgado em 2015. De lá até a atualidade, só têm sido realizados “processos seletivos simplificados”. Conforme profissionais da área, “esses processos seletivos não dão garantia de emprego, são por período de 10 meses, renováveis por igual período, e isso não atrai os bons profissionais. Assim o SAAE está desqualificando seu pessoal, além de não repor até mesmo em quantidade necessária e de cair a qualidade dos serviços”.

Enquanto isso, a população fica à mercê de profissionais sem a preparação necessária e na dependência do atendimento cada vez mais demorado para serviços simples. Além do consumidor individual, empresas da construção civil também enfrentam problemas, visto que constroem imóveis com planejamento de entrega e são obrigadas a descumprir as promessas, por não ter as redes de água e esgoto ligadas, devido à demora do atendimento no SAAE. “E nesta semana a assessoria da Prefeitura divulgou o recebimento de certificado de gestão, em Brasília. Só lá mesmo é que veem essa eficiência de gestão premiada”, ironizou um crítico ao comentar a situação.