NA COLA - PF atua para identificar “terroristas” do Centro-Oeste

Pessoas que participaram dos atos de invasão e depredação de prédios públicos em Brasília estão sendo investigadas

NA COLA - PF atua para identificar “terroristas” do Centro-Oeste
Alguns itaunenses divulgaram que estiveram no acampamento em Brasília e até elogiaram a organização e a limpeza, outros participaram dos atos golpistas, no domingo, 8.


O Brasil assistiu a um triste episódio da separação que se instalou no País devido a questões político-ideológicas, nos últimos anos, culminando com um ato que está sendo classificado como terrorismo pelas autoridades, ocorrido na tarde do domingo, 8 de janeiro. Os brasileiros puderam acompanhar naquela tarde a invasão, por pessoas apoiadoras do ex-presidente Jair Bolsonaro, das sedes dos três poderes constituídos da Nação. Baderneiros invadiram, depredaram e furtaram objetos, na tarde do domingo, o Palácio do Planalto (Poder Executivo), o Congresso Nacional (Legislativo) e o Supremo Tribunal Federal – STF (Poder Judiciário). Foram cerca de 3 mil pessoas participando do ato, retransmitido para o País em emissoras de televisão, rádios, sites de notícias e jornais de amplitude nacional, em repetição à invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, pelos apoiadores de Trump.

Aqui, como lá, os arruaceiros apontam uma possível fraude nas eleições, nunca comprovada, e se escoram em uma pretensa “defesa do povo contra o comunismo”. Na verdade, trata-se de não reconhecer a derrota nas eleições e tentativa de reaver o poder à força, como apontam autoridades. E o ato repercutiu negativamente – como era de se esperar – em todo o território nacional e no estrangeiro, com manifestações das principais lideranças mundiais condenando o ato, classificado como terrorista.

Quem será punido?

Na manhã da segunda-feira, 9, as informações eram de que cerca de 2 mil pessoas foram detidas, sendo levadas para a sede da Polícia federal em Brasília, onde foram identificadas e feito um levantamento da participação de cada um, no ato. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha foi afastado, logo depois de demitir o se secretário de Segurança, Anderson Torres, que havia ocupado o cargo de ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro. 

Uma multidão aguardava, na segunda-feira, em um ginásio da Academia da Polícia Federal em Brasília, para ser interrogada. Deste total, a informação divulgada na tarde da segunda-feira era de que algo em torno de mil pessoas seriam indiciadas e levadas presas para o Presídio da Papuda, em Brasília.

Itaunenses detidos junto com “patriotas” do Centro-Oeste

Informações não oficiais eram de que alguns itaunenses estavam detidos em Brasília junto com outros “patriotas” (como se definem os membros dos grupos de extrema direita) do Centro-Oeste mineiro. Dentre esses nomes estaria o do radialista Militão (Luiz Militão), que foi candidato derrotado à Prefeitura de Divinópolis. Militão é muito ligado ao deputado bolsonarista Domingos Sávio e fez postagens com mensagens na rampa do Planalto. Em Divinópolis, no governo de Vladimir Azevedo, ele ocupou o cargo de secretário adjunto de Direitos Humanos.

Polícia Federal faz trabalho de identificação de apoiadores dos atos terroristas

Em todo o Brasil as unidades da Polícia Federal atuam na identificação dos participantes e apoiadores dos atos terroristas, para municiar os processos que estão sendo instaurados para apurar os envolvimentos e punir os participantes do movimento responsável pela invasão de Brasília. E no Centro-Oeste de Minas não é diferente, visto que o delegado chefe da Polícia Federal em Divinópolis, Daniel Souza Silva, afirmou à imprensa que tem orientações da Superintendência da PF em Minas Gerais para identificar todos que participaram da invasão e das depredações do domingo, em Brasília.

O Ministério da Justiça também está atuando, com apoio das polícias militares e civil nos estados, para identificar todos os envolvidos. Seja em participação direta em Brasília, seja apoiando com estrutura, dinheiro e outras formas de incentivo aos atos terroristas. Conforme a determinação do ministro Alexandre de Moraes, todos os ônibus e veículos que levaram os manifestantes a Brasília estão sendo identificados para se chegar aos financiadores dos atos. Nos bastidores as informações são de que empresários do Centro-Oeste de Minas, incluindo de Itaúna, estão na mira da polícia e da Justiça e poderão ser chamados a prestar contas de seus atos nas próximas semanas.

Fotos: Reprodução/Rede sociais