Cultura de faz de conta... Apenas uma oficina de montagem de festa

Cultura de  faz de conta... Apenas uma  oficina de  montagem de festa


Ainda não me convenci de que estão atuando com critérios realmente comuns aos grandes administradores públicos na tal Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, que, inclusive, ocupou o Espaço Cultural, transformando-o em um espaço administrativo do setor de Cultura. A insistência em manter determinadas festas a todo custo, inclusive impondo formatos e não abrindo mão de datas e tropeçando em outros eventos já tradicionais na cidade, está causando, além de indignação, uma certa desconfiança. Uma parcela da população já pergunta nas rodas: será que não estão percebendo que estão deixando para planejar em cima da hora e bagunçando o nosso calendário de entretenimento?

Pois muito bem, os administradores do nosso setor cultural, com certeza com o aval do nosso prefeito, estão fazendo o que querem e como querem e não respeitam ninguém. Como já citado por nós, quase que este ano a Paróquia de Sant’Ana fica sem as festividades da Padroeira Senhora Santana. Queriam fazer o tal Inverno Cultural na mesma semana da programação da Festa de Sant’Ana. Foi preciso uma comissão ir até o prefeito para “negociar” e até mesmo “ameaçar” que, caso não esquecessem a intenção de promover o tal Inverno Cultural na mesma semana de Sant’Ana, a festividades seriam suspensas e em todas as missas seria comunicado que este ano não haveria festa porque o senhor prefeito resolveu ocupar a semana em um ato de desrespeito à comunidade católica. O prefeito usou o bom senso – isso ele tem quando quer – e desautorizou o secretário, que mudou a data para os dias 28, 29 e 30 de julho. Aí, veio a indignação dos promotores e dos frequentadores da festa Funeral da Porca, que está programada para acontecer no primeiro fim de semana de agosto, no dia 5. Realmente não estão agindo com critérios e bom senso. E, além das citadas festas programadas, ainda tem em agosto a tradicionalíssima Festa do Reinado, no Alto do Rosário. 

Ou seja, o itaunense, que gosta de prestigiar todas as festas já tradicionais, não tem dinheiro e saúde para tanto. Então resumo a situação em uma palavra: desorganização. Mas, além da desorganização, tem outras expressões que encaixam bem, como falta de critérios, necessidade de apaniguar grupos e pessoas, visando faturamento. E mais que isso, falta de preparo para exercer um cargo público, pois a primeira coisa necessária para o exercício da função é conseguir entender e visualizar os interesses da população, que é multifacetária em se tratando de gosto e costume. Mas não têm tato para tanto, apenas se preocupam em fazer visando proveito político, dentre outros tipos de proveito...

O interessante é que fazem, passam por cima de leis, não planejam e ainda cometem erros graxos sem se importar. Um exemplo foi o evento Food Trucks, realizado na semana passada no espaço externo do Espaço Cultural ou se quiserem onde era o “Estacionamento do Rena” (Rsrsrs). Nesse evento feito em um espaço público, alguns poucos venderam bebidas e comidas, e para tal não houve chamamento público, concorrência, licitação ou cotação de preço. Alguns poucos apaniguados dos “Homens da Cultura” venderam suas bebidas e comidas e pronto. Escolheram a dedo os participantes e usaram nosso espaço, meu, seu e de todos. Está tudo errado. Sobre a situação na Cultura no que tange à organização e realização de festas e eventos, recebemos na semana passada, exatamente no sábado após a veiculação do jornal, um texto de um político e acima de tudo de um itaunense, em que ele menciona nosso editorial e menciona sobre a situação em nossa hoje Secretaria de Cultura. E o texto é, além de verdadeiro, um pouco engraçado, e, mais que isso, expõe a nossa realidade hoje em se tratando de eventos culturais, festivais, festas populares tradicionais e exibições. Mas antes de publicar o mencionado texto desse itaunense neste editorial, temos ainda que levantar outra situação que causa revolta, um olhar de tristeza e raiva nas pessoas que gostam de carnaval e que ajudam a organizá-lo faz anos e que no ano passado foram obrigados a sucumbir aos caprichos dos ou do “Homem da Cultura” e tiveram que levar seus blocos para desfilarem na Av. Boulevard Lago Sul dentro de uma megaestrutura montada. Os organizadores, donos ou apenas carnavalescos querem é brincar o carnaval do seu jeito na Avenida Jove Soares, sem muito nhem, nhem, nhem... E já preparam para o próximo ano, inclusive com ações na Justiça, se preciso for, para garantir o verdadeiro carnaval itaunense. Vamos então à publicação de um político itaunense, que faz sentido e tem um fundo de verdade que não merece discussão, apenas um: é isso mesmo.   

Renilton, na paz?

Vendo sua matéria sobre o Festival de Inverno, acrescentaria algumas coisas. O calendário cultural foi criado por vários motivos, mas talvez, o principal deles seja planejamento. É impensável que um evento de repercussão estadual e até nacional, tenha sido mandado pro Compras da Prefeitura a menos de um mês do pregão. Pior que isso, e com o risco iminente de deixar o nível do evento cair! Outro fato: os artistas nacionais estão com as agendas abarrotadas e estão pedindo o que querem em função do aquecimento pós-pandemia. Quem ganhou a licitação está comendo cocô, literalmente, pra contratar. Artista, que até 2 anos atrás, custava 45, 60 mil, agora é 150, 200 mil e você tem de ter um saco de “Jó” pra contratar em razão das exigências! 

Ontem estive no Espaço Cultural no Festival de Food Trucks. Ele poderia ser o lançamento do Festival de Inverno, por exemplo, mas a Cultura publicou o chamamento público na terça-feira, ou seja, um dia pra divulgar algo que poderia ser grandioso! Na quinta-feira devia ter ali umas 500 pessoas total, no giro. Ontem a mesma coisa. Não vou entrar no mérito dos direcionamentos porque sabemos que tem e se fosse qualquer um de nós, em algum momento isso aconteceria, mas é uma puta sacanagem a falta de compromisso com a Cultura, especialmente a ausência de planejamento. A Bárbara que é quem está tomando as rédeas da Secretaria, entende de Cultura igual eu entendo de robótica. 

A propósito, uma Secretaria de Cultura que foi inaugurada 8 meses depois da fundação (foi importante fazerem o evento porque ninguém tava sabendo que tinha uma secretaria pra esse fim).

Então o que tenho a dizer para finalizar esse assunto e realmente colocar às claras as ações distorcidas do setor Cultural é que o nosso político muito bem definiu a situação na Secretaria de Cultura: a maioria dos que estão lá atuando na gestão entendem de Cultura igual eu entendo de astrologia ou de robótica também. Itaúna, terra de Borba Gato e de artistas, na concepção irônica de muitos.