Começaram, o jogo de interesse e as apostas pessoais...

Começaram, o jogo de interesse e as apostas pessoais...


Observando as últimas reuniões da Câmara Municipal com mais atenção, chegamos à conclusão de que as eleições municipais do próximo ano já foram iniciadas, em se tratado de bastidores e de ações individuais, visando maior abertura e aproximação com a população para que as ações, ou melhor, reivindicações cheguem até ela e para que essa postura se transforme em mola propulsora, visando o voto na busca do segundo mandato. Porém, dentre as ações, existem também “ameaças” com palavras à imprensa e até conversa que consideramos “fiada”. Mas...

Com as modificações aprovadas na Lei Eleitoral, principalmente para a eleição para o Legislativo, quando a questão partidária e os coeficientes foram modificados, vamos ter uma eleição mais difícil para vereador. E soma-se a isso o número de eleitores que devem se candidatar e mais a realidade de que o eleitor cada vez mais torna-se seletivo, o que também torna a disputa mais difícil. E, em função disso, observamos um certo endurecimento nos posicionamentos e nos discursos dos ocupantes das cadeiras na Câmara, que, até aqui, em nossa opinião, não justificaram o mandato, se analisarmos no ápice da palavra, ou seja, nas ações de estudos e trabalho em prol de melhorias nas leis municipais que regem as ações que definem o dia a dia da população. E é evidente que também as cobranças dos representantes do povo em se tratando de execução de serviços, de ações administrativas e serviços prestados. Em se tratando dessas ações, e/ou funções do vereador, pouco assistimos até aqui, pois todos os 17, até aqui, tiveram preocupados em defender apenas o mandato, jogando para a plateia, digamos, para o seu eleitor, sem mostrar uma ação coordenada e eficiente em se tratando de município. 

Temos a impressão de que teremos uma eleição totalmente atípica, tanto para o Legislativo como para o Executivo, e uma está “atrelada” à outra, pois as movimentações de bastidores visando as eleições majoritárias é que vão delinear o caminho das eleições para o Legislativo. E assim sendo, acreditamos que ou os movimentos dos vereadores mudam e eles passam a ter um olhar de um todo em se tratando de processo legislativo e de postura junto ao Executivo, ou não vai adiantar muito os “trabalhos e ou ações” para melhorias de ruas, serviços sociais e de saúde, pois o eleitor e a população num todo já “descobriu” ou se conscientizou sobre o que é obrigação do Município, o que é obrigação do vereador e principalmente o que é politicagem. Assim acreditamos que, se os nossos ocupantes de cargos no Legislativo não se conscientizarem que, antes de “jogar para a plateia”, precisam ter ações contundentes e principalmente objetivas que venham beneficiar a população num todo, vão ter decepções... pois a prestação de serviços, que todos os vereadores pensam ter que exercer, é função exclusiva do Executivo e não deles, que querem é cobrar limpeza de ruas, calçamento e anunciar que o asfaltamento é pedido seu... A população já não mais acredita nestas ações de cobrança, pois sabe que isso é apenas política. Então, antes de se preocupar em discutir melhorias, eles deveriam criar leis que determinem a execução de serviços necessários. 

Outro ponto a ser observado pelos nossos políticos de plantão, independente de serem do Executivo, Legislativo ou apenas aqueles com atuação partidária e aqueles que buscam a reeleição, é que o equilíbrio é ponto vital para os que pretendem assumir ou assumem posições, cargos e causas públicas. Pois a adversidade sempre vai estar presente, porque a unanimidade, como sabemos, é “burra” e nunca existiu nas verdadeiras democracias. E nem pode. Nossa cidade, onde, no campo das ideias, a liberdade sempre imperou, infelizmente vem experimentando, nos últimos anos, uma mudança na forma de agir de alguns poderes constituídos, principalmente quando se vai discutir publicamente assuntos de interesse da comunidade. Agora, querem é parar na base da alavanca, no tranco, com tentativas de agressões, ameaças por palavras e até intimidações ao direito da imprensa de se posicionar, discutir, questionar e conclamar a população a saber o que se passa dentro dos poderes constituídos, às vezes, até mesmo na penumbra da noite, sem que essa mesma população saiba bem o que está acontecendo. Insistimos em preservar o direito de denunciar, posicionar, fiscalizar, exibir documentos, defender publicamente e até mesmo de acionar pelos meios legais os atos que achamos não estar de acordo com leis maiores que regem a sociedade civil. Nunca pegamos em arma, nunca agredimos e muito menos caluniamos ninguém, sempre procuramos, desde os idos de 1975, quando iniciamos nossa vida profissional, trabalhar preservando a vida privada do cidadão. Vida esta que não nos compete discutir em nenhuma circunstância. Então nos causam tristeza as posições equivocadas de alguns políticos de “primeira viagem”, quando insanamente partem para o pessoal na tentativa de parar à força, de inibir e até mesmo humilhar as posições legítimas de qualquer cidadão. 

Entendo e defendo que é direito do político com mandato questionar, explicar e se posicionar, mas é direito de qualquer cidadão tornar público e tirar da penumbra qualquer ato que ele ache não estar de acordo com os anseios da sociedade em que vive. Portanto é natural a discussão em torno dos posicionamentos públicos dos políticos com mandato, principalmente. Certo, ilustre senhor vereador de primeira viagem? E mais: é direito e dever da imprensa fiscalizar as administrações públicas e principalmente os homens públicos. E é direito nosso afirmar que este ou aquele vereador se posicionou publicamente de forma equivocada ou que defende aquele político de forma errônea. O vereador, o político com mandato, não pode achar que esse mandato é uma “caserna para poucos”, pois é o povo que paga para mantê-los. Não pretendemos discutir aqui competência e nem modo de vida de ninguém, até porque não é de nossa conta (Certo, senhor vereador de primeira viagem?). E sempre admitimos e reconhecemos uma boa gestão, um bom mandato, o que não quer dizer que temos que admitir todos os atos e posicionamentos, pois, em nossa opinião, muitos continuam sendo obscuros, sem fundamento legal, sem embasamento jurídico e principalmente praticados na calada da noite... Se acharem que estamos errados, que venham a público de forma clara, objetiva e sem artifícios e apresentem as provas contrárias, mas sem tentativas de enganar o povo com decisões de quem não pode decidir.

Por: Renilton Pacheco