Quadro mostra que 27,5% das notificações são confirmadas

Ações oficiais são tímidas ante a gravidade da situação, apontam especialistas

Quadro mostra que 27,5% das notificações são confirmadas
Foto: Divulgação/PMI


Como vem sendo anunciado diariamente pelas redes sociais da Prefeitura de Itaúna, a situação em relação à confirmação de focos e casos de Dengue na cidade continua muito grave, com índices altos de confirmação. Em recente quadro divulgado pela Prefeitura, na terça-feira, 20, ficou demonstrado que 30% das notificações feitas foram confirmadas. Os números mostram que foram registradas 1.371 notificações e que, destas, 378 foram confirmadas, o que dá índice de 27,57%. Desse total, 757 foram descartadas e 236 ainda aguardam resultado. Mantendo o índice, mais 64 devem ser confirmadas e elevar esse número para 442. 

Também no caso da Chikungunya a situação é parecida. De 62 notificações, seis apresentaram resultados, sendo uma confirmada e 5 descartadas. Outras 56 aguardam resultado. Felizmente, em ambos os casos, apesar de ocorrer a confirmação da doença, nenhuma morte foi registrada no município. Mas o índice de quase 30% dos casos retornarem com a confirmação, é um alerta de que a situação é, sim, muito grave.

Questiona-se a necessidade de ações efetivas da Prefeitura

 Profissionais da área da saúde foram ouvidos pela reportagem e afirmaram que a questão é bastante grave, não só em Itaúna, mas em todo o País, e que aqui, como na maioria dos municípios, existe a necessidade de ações mais efetivas que não só a divulgação de resultados de levantamentos e do apelo para os cuidados necessários. Conforme as falas, essa fase já passou e que o momento precisa da atuação das autoridades, com mais efetividade. Legislação que possa punir as pessoas que contribuem para a proliferação de focos é uma indicação, mas que depende também de o poder público dar o exemplo. “Não adianta apontar a necessidade de o cidadão não deixar acumular água nas casas se nos prédios públicos não se têm essa mesma atitude”. 

Conforme essas críticas, o poder público vem atuando na responsabilização do cidadão, que não cuida do interior de sua casa, mas também não tem atuação proativa, assim como cobra das pessoas, no momento de combater os focos do mosquito Aedes aegypti. “É dado destaque para os locais onde são encontrados os focos dos mosquito, mas não se fala que as pesquisas não são feitas com a mesma intensidade em prédios públicos, em terrenos públicos, como praças, parques etc.”, comentam. E apontam ainda que os municípios não fiscalizam como deviam os lotes cheios de mato, nem fazem a limpeza de seus espaços próprios, “e as ruas, praças e avenidas estão cheias de mato, de lixo que acumula água, o que acontece também nos terrenos públicos, mas só existe a cobrança ao cidadão. Não que o cidadão não deva ser cobrado, mas não é só esse o responsável”, afirmam. 

Também o fato de não se ver ações de combate ao mosquito, como aplicação de larvicida, de inseticidas em áreas de proliferação do mosquito. “Não tem vacina para todo mundo, mas poderia ter repelente para ser distribuído aos mais necessitados nas unidades de saúde, ou poderia existir um programa de barateamento desses repelentes. Quem sabe o incentivo à produção de repelente caseiro?”, questionou um profissional do setor que também afirmou à reportagem que a situação no hospital, como nos postos de saúde é grave, com muitas pessoas apresentando sintomas de Dengue.

Receita de repelente caseiro

Alguns repelentes caseiros são bem simples de serem produzidos e têm baixo custo. O principal ingrediente é o cheiro que, afasto os insetos. Duas receitas que vêm sendo utilizadas pelas famílias usam a Citronela, ou o cravo da índia. A base da receita é a seguinte: 

Com Citronela: Ingredientes - 100 ml de álcool de cereais, 25 ml de óleo mineral ou vegetal e 0 gotas de óleo essencial de citronela. Modo de fazer - Misture tudo e deixe em repouso por 24 horas em um pote. Em seguida, coe e coloquei com um frasco com spray. 

Com cravo da índia: em 500 ml de álcool (70º), coloque um pacote de cravos da índia. Misture e deixe repousar por um a dois dias. Depois desse período, agite bem, para misturar bastante e coe a mistura, coloque algumas gotas de óleo corporal e coloque em uma embalagem spray. Sempre que for usar, agite antes. Também é aconselhável usar mosquiteiros nas janelas e para proteger os bebês, nos berços e caminhas.

População questiona publicação da Prefeitura nas redes sociais

Em uma das postagens da Prefeitura nas redes sociais, a reportagem apurou que a população vem questionando o poder público. Fora encontradas as seguintes manifestações: “Mas tá difícil. Contratamos a diskentulho pra tirar um monte de coisa que tinha, que poderia ser foco, aí agora a caçamba está na rua. A diskentulho diz que a Prefeitura não fornece onde colocar o entulho, enquanto isso tá lá enchendo de água, nos potes nos cantos e em tudo!”. “Esse lote, do lado da Sban Tubos, puro mato e lixo. Já liguei várias vezes para pedirem ao dono que limpe. Não vai diminuir os casos de dengue se esse tanto de lote sujo continuar sujo, fora o mato nas ruas”. 

“Boa noite! Aqui no final da rua José Corgozinho está com muito lixo (muito mesmo) e a rua está alagada. Seria bom alguém vir dar uma olhada. Eu e minha mãe tentamos limpar o lixo, mas não conseguimos sempre. Obrigada”. “Fiz exame em abril do ano passado estou esperando resultado até hoje”. Como se vê, não basta o cuidado dentro das residências. É preciso mais.