Pará de Minas limita atestados médicos na UPA

Somente serão fornecidos documentos para quem for atendido em consultas consideradas de “alta complexidade”

Pará de Minas limita atestados médicos na UPA

Um dos principais problemas na área da saúde é a superlotação dos locais de atendimento, como ocorre em Itaúna, com o Plantão 24 Horas. Especialmente nos últimos anos, com a redução no atendimento nos postos de saúde, os PSFs, limitados a poucas consultas/dia e reduzindo ao máximo o atendimento a casos de urgência, que necessitam de atendimento rápido, mas em que a vida do paciente não está em risco. Com isso, o Plantão 24 Horas, que funciona junto ao pronto-socorro, fica com os casos de emergência – de atendimento imediato e que coloca a vida da pessoa em risco –, os casos de urgência e até os casos mais simples, como gripes, cólicas, diarreias e outros.

E essa centralização de atendimento ocasiona superlotação no Plantão 24 Horas e, consequentemente, problemas no atendimento, que fica estrangulado. Como existem também aquelas pessoas que buscam atendimento para obter atestados médicos, o volume vai sendo acumulado. No meio médico é sabido que o movimento de pacientes nos inícios de semana e pós-feriados é aumentado, exatamente para a busca de atestados médicos, o que atrapalha o desenvolvimento da atenção médica às pessoas que realmente necessitam de atendimento de urgência.

E a vizinha cidade de Pará de Minas deu uma solução a essa questão de forma criativa e que pode ser copiada também aqui em Itaúna. Desde a quarta-feira, 3, a Unidade de Pronto Atendimento - UPA daquela cidade só emite atestados médicos para pacientes que foram classificados nas categorias amarelo, laranja e vermelho, conforme o Protocolo de Manchester estabelece. Essas classificações são destinadas a atendimentos médicos de alta complexidade. A medida foi adotada em portaria da Secretaria Municipal de Saúde daquele município. Não serão, portanto, fornecidos atestados médicos para atendimentos enquadrados na baixa complexidade, que, conforme o referido protocolo, entram nas categorias verde e azul.

Ainda conforme a portaria, a emissão de atestados médicos para pacientes atendidos dentro destas duas categorias ficará restrita a situações excepcionais, a critério e sob responsabilidade do médico que realizou o atendimento. O decreto também detalha que as declarações de comparecimento devem ser solicitadas ao médico, no consultório, ou emitidas pelo enfermeiro, desde que a necessidade esteja registrada no prontuário.

Esse tipo de atitude pode, conforme pessoas da área, ajudar na redução da busca pelo atendimento no Plantão 24 Horas/pronto-socorro para casos em que não se exige atendimento de urgência e emergência e, assim, melhorar o fluxo de pessoas naquela unidade de saúde. Infelizmente, como disse uma das pessoas ouvidas pela reportagem e que é ligada à área da saúde, existem pessoas que buscam atendimento no Plantão/PS devido a casos de “ressaca”, após uso intenso de bebidas alcoólicas nos finais de semana, e até mesmo para casos simples, com o objetivo principal de conseguir um atestado médico para faltar ao serviço. Com uma medida similar à adotada em Pará de Minas, esses casos seriam reduzidos.