Melhor hospital de Minas está no interior
Estado tem 14 das 115 melhores instituições hospitalares do país, com maioria fora da capital
Pesquisa realizada pela Statista e divulgada no “The World’s Best Hospitals 2024” (Os melhores hospitais do mundo), publicada pela revista “Newsweek”, dos Estados Unidos, lista 115 instituições hospitalares do Brasil. Dentre as melhores do país, 14 estão localizados em Minas Gerais, conforme publicação do jornal “Diário do Comércio”, do dia 19 de março. E destas 14 instituições, a primeira a aparecer na lista é a Santa Casa de Passos, cidade do sudoeste de Minas. Do total dos hospitais mineiros, oito estão localizadas em cidades do interior, em seis municípios. Curiosamente, quatro dessas cidades têm a renda per capita menor do que a de Itaúna.
O primeiro hospital mineiro da lista, como informado, é a Santa Casa de Passos, que é a 14ª da relação geral do Brasil. Nova Lima e Juiz de Fora aparecem com duas instituições cada; Ipatinga, Poços de Caldas e Montes Claros completam a relação das instituições em cidades interioranas, com uma unidade cada. Belo Horizonte, capital do estado, conta com seis instituições das listadas. São Paulo é o estado com mais hospitais listados, com três dezenas de instituições. A Santa Casa de Passos está na relação pelo quinto ano consecutivo, demonstrando assim que mantém a qualidade de seus serviços de saúde.
Cidades “mais pobres” com mais qualidade
Uma curiosidade apontada na relação é que nem sempre a circulação de dinheiro representa qualidade de prestação no serviço público, o que desmistifica a questão de “cidade rica” e reforça a necessidade da distribuição equitativa de recursos. No caso das cidades do interior de Minas que detêm serviços de destaque na área da saúde, quatro delas têm a renda per capita menor do que a de Itaúna. Isso indica que “a riqueza de um município”, destacada em critérios econômicos, não representa retorno em serviços públicos para a população. Até porque essa “riqueza” é enganosa e se concentra em poucas famílias.
Passos, que tem um dos melhores hospitais do país, segundo a avaliação, tem renda per capita de R$ 26,0 mil por cidadão. Poços de Caldas apresenta renda per capita de R$ 50,2 mil. Juiz de Fora, com R$ 35,1 mil de renda per capita, e Montes Claros, com R$ 25,8 mil, são as outras cidades do interior com “menor riqueza” do que Itaúna, que conta com renda per capita de R$ 53,8 mil, conforme os dados do IBGE. Apenas Nova Lima, que tem a melhor renda per capita de Minas (R$ 216 mil), e Ipatinga (R$ 65,8 mil) têm números melhores neste quesito que Itaúna.
Conforme estudos, isso indica que o Município de Itaúna gera muita riqueza, o equivalente a R$ 53,8 mil por habitante, mas que pouquíssimas pessoas têm acesso a esses valores. Conforme o Caravela.info, site especializado em economia dos municípios, a renda média do trabalhador itaunense é de R$ 2,7 mil, abaixo do que é encontrado no estado, que é de R$ 2,9 mil, somados 13 rendimentos anuais. Isso quer dizer que o trabalhador de Itaúna alcança um ganho médio anual de R$ 35,1 mil, enquanto a renda per capita por cidadão (e não por trabalhador, o que inclui crianças, aposentados, enfim, os 97,6 mil itaunenses) é de R$ 53,8 mil. Uma distorção absurda, que demonstra que a cidade, como um todo, “é rica”, mas que o cidadão, trabalhador, não tem acesso a esta riqueza. O próprio serviço de saúde oferecido à população é um exemplo. Enquanto municípios “mais pobres” se destacam na qualidade dos serviços de saúde prestados, Itaúna trava luta eterna para melhorar o atendimento no setor.