ENFRENTAMENTO DA CRISE - Aprovado repasse mensal de até R$ 800 mil para o Hospital
Serão R$ 400 mil fixos e mais R$ 400 mil variáveis, conforme atendimentos feitos no Hospital, dentre exames, cirurgias e outros procedimentos
O ano de 2023 começa com uma excelente notícia para a população na área da saúde: a Prefeitura enviou projeto à Câmara, que foi aprovado em reunião extraordinária na quinta-feira, dia 2, para repasse mensal de até R$ 800 mil para o Hospital. Serão R$ 400 mil fixos e mais R$ 400 mil a serem repassados conforme atendimentos feitos à população, dentro de um projeto de cumprimento de metas. Com a proposta o prefeito Neider Moreira, dá andamento à sua fala de que a crise no Hospital será enfrentada a partir do momento que a entidade passar a vender serviços à comunidade. Com isso ele condiciona o repasse de R$ 400 mil à prestação de serviços estabelecidos em uma planilha com pontuações para cada ação.
Nos casos dos exames, por exemplo, se o hospital realizar 150 procedimentos, sendo 80 tomografias computadorizadas, 30 endoscopias, 20 colonoscopias e 20 ecocardiogramas, são anotados 16 pontos em uma escala de 100. Já em relação às cirurgias, existe uma planilha que privilegia a realização das cirurgias eletivas, principalmente. O Hospital marca mais 42 pontos se realizar, em um mês, 99 cirurgias, distribuídas entre 30 cirurgias gerais, 10 ginecológicas, 10 ortopédicas, 10 vasculares e várias outras, em distribuição planejada a partir da demanda reprimida no município. E várias outras metas devem ser cumpridas pelo Hospital para conseguir o repasse variável de R$ 400 mil. Dentre estas metas está o atendimento maior que 60% da capacidade a pacientes do SUS, estabelecimento de tempos máximos de atendimento e leitos clínicos e cirúrgicos, e critérios como manutenção de taxa de mortalidade constitucional menor que 7% e tempo menor que 30 dias para atendimento da primeira consulta oncológica.
A planilha, que é assinada pelo prefeito e pelo secretário de Saúde, Fernando Meira, ambos médicos, também estabelece metas de atendimentos por área médica, monitoramento do pronto-socorro e uma série de outras medidas que garantam o funcionamento do Hospital no sentido de beneficiar a população local no atendimento. Se alcançar a pontuação total nos 12 meses do ano o Hospital receberá um aporte total de R$ 9,6 milhões, extras. Com certeza, segundo análises, este é o caminho para a resolução da “crise eterna” por que passa o Hospital há vários anos. O mínimo a ser repassado anualmente, nesta proposta é de R$ 4,3 milhões, isso se durante doze meses o Hospital não conseguir cumprir nenhuma das metas estabelecidas.
Contrato do pronto-socorro será mantido e reajustado
Um detalhe importante, reafirmado na reunião dos vereadores, convocada para a aprovação do projeto de repasse, que foi aprovado por unanimidade, é que este repasse não altera o contrato da Prefeitura para a manutenção do pronto-socorro. Conforme foi informado pelo líder do prefeito, o contrato para o funcionamento do Plantão 24 Horas será mantido como vem acontecendo, inclusive com o reajuste a ser praticado conforme a inflação, garantiu Léo da Rádio.
Oposição “cria problema”
Conforme análise de políticos itaunenses que acompanharam a reunião dos vereadores, alguns políticos de oposição tentaram “criar um problema” com a aprovação da proposta, “já que não tinham como votar contra”. O vereador Kaio Guimarães levantou a suposição de que o repasse seria feito para “bancar a contratação de uma empresa para administrar o Hospital”, e apontou o que seria uma “situação estranha”. Porém, destacam as análises que, em momento algum o oposicionista falou sobre a planilha de metas a serem cumpridas.
Gustavo Dornas acompanhou a fala do colega e foi além afirmando que “se não for contratar a empresa ligada à Usiminas – que não se interessou pela proposta – eu não concordo”, impondo assim um problema que não teria solução, visto que a empresa que tem seu apoio não se interessou pela proposta de administrar o Hospital de Itaúna. As posições dos edis foi rebatida por um cidadão que acompanhou a reunião, afirmando que “pela primeira vez surge uma proposta que realmente vai aportar o recurso necessário à manutenção do Hospital, visto que é um dinheiro extra de quase dez milhões por ano, e com a exigência de cumprimento de meta”.