Receitas de canetas emagrecedoras começam a ser retidas em farmácias

Medida visa conter uso indiscriminado e reduzir eventos adversos

Receitas de canetas emagrecedoras começam a ser retidas em farmácias
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Desde a última segunda-feira, 23, farmácias e drogarias estão retendo receitas de medicamentos agonistas GLP-1, popularmente conhecidos como canetas emagrecedoras. A categoria, conforme divulgado, inclui a semaglutida, a liraglutida, a dulaglutida, a exenatida, a tirzepatida e a lixisenatida.

A decisão foi tomada pela diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com o objetivo de garantir um controle mais rigoroso na prescrição e na dispensação desse tipo de medicamento.

Em nota, a agência informou que a medida tem como objetivo proteger a saúde da população brasileira, “especialmente porque foi observado um número elevado de eventos adversos relacionados ao uso desses medicamentos fora das indicações aprovadas pela Anvisa”.

Agora, a prescrição de medicamentos, incluindo Ozempic, Mounjaro e Wegovy, deve ser feita em duas vias, e a venda só pode ocorrer com a retenção da receita nas farmácias e drogarias, assim como acontece com antibióticos. A validade das receitas será de até 90 dias a partir da data de emissão, período durante o qual poderão ser utilizadas pelo paciente.

Além disso, farmácias e drogarias devem incluir, no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), a escrituração da movimentação de compra e venda dos medicamentos.

Desde o surgimento das canetas emagrecedoras, houve o incentivo ao uso desse medicamento apenas com finalidade estética, acompanhado de promessas e depoimentos de rápida perda de peso e sem o devido acompanhamento médico, colocando em risco a saúde dos usuários. Por isso a medida se faz tão necessária. 

“Estamos falando de medicamentos novos, cujo perfil de segurança a longo prazo ainda não é totalmente conhecido. Por isso, é fundamental o monitoramento e a vigilância. O uso sem avaliação, prescrição e acompanhamento por profissionais habilitados, de acordo com as indicações autorizadas, pode aumentar os riscos e os potenciais danos à saúde.”

O documento destacou ainda que a venda desses medicamentos sem receita médica, apesar de irregular, é frequente. A expectativa é que, com a retenção da receita pelas farmácias, o acesso indiscriminado e automedicação possam ser controlados.