Itaúna volta a ter saldo positivo no CAGED em fevereiro

Depois de dezembro e janeiro com saldos negativos, em fevereiro foram registradas 94 novas vagas com carteira assinada

Itaúna volta a ter saldo positivo no CAGED em fevereiro
Mais uma vez, Itaúna conta com o setor da construção civil (que tem enfrentado dificuldades na Prefeitura para liberar projetos) e o setor de serviços para registrar saldo positivo na geração de empregos. A indústria voltou a ser o ponto de desequilíbrio, com 7 demissões


Depois de uma demora no início do ano, o CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Governo Federal, divulgou novos números, desta feita relativos ao mês de fevereiro deste ano. E felizmente a informação é positiva para os itaunenses, com os setores da construção civil e de serviços gerando empregos, além do setor agropecuário. E, apesar de os outros dois setores – comércio e indústria – terem registrado demissões, o saldo final foi positivo em 94 novas vagas criadas, com trabalhos de carteira assinada. E, ainda, foi feita uma correção nos números informados anteriormente, que era de zero empregos e demissões em janeiro de 2024 e, com a correção, o número foi atualizado para 11 demissões naquele mês. Assim, o saldo nos dois primeiros meses de 2024 é de 83 novos empregos em Itaúna. 

Poder público precisa agir para diminuir desigualdade salarial e de sexo 

Os dados, por setor, foram os seguintes: agropecuário, com sete contratações; indústria, 14 demissões; construção civil, 69 contratações; comércio, 5 demissões; e serviços, 37 contratações. Com esses resultados, Itaúna conta com um total de 30.816 pessoas trabalhando com carteira assinada. Das 94 admissões do mês de fevereiro em Itaúna, 86 foram de pessoas do sexo masculino e apenas 8 para o sexo feminino. Um problema detectado pela reportagem é que o CAGED não informa, nesses primeiros meses de 2024, os estoques de trabalhadores por sexo. Assim, dificulta uma análise em relação ao mercado de trabalho considerando esta questão. 

Em relação ao número de trabalhadores em Itaúna com carteira assinada, a tendência de redução no número de pessoas trabalhando na área da indústria tem se mantido. Com isso, segundo os especialistas, a renda média do trabalhador local também cai, visto que o setor que sofre redução no número de trabalhadores é o que mais apresenta queda nos últimos meses. Já em sentido oposto, o setor de serviços é o que abriga trabalhadores com os menores salários, ainda segundo estes analistas. 

Assim, também na avaliação de analistas, existe a necessidade urgente de o poder público atuar no sentido de combater a crescente desigualdade salarial que se forma com a queda das vagas na indústria e o respectivo aumento no setor de serviços; bem como no fator de buscar a criação de mais vagas para o público feminino, já que a oferta de vagas para este público vem se mantendo em 20% em relação aos trabalhadores do sexo masculino. Isso mesmo sabendo-se que a população feminina de Itaúna é maior do que a masculina. 

“A Prefeitura não deve apenas divulgar os dados quando estes são positivos na criação de vagas, como tem ocorrido. Até porque o crescimento do mercado de trabalho da cidade, como vem se apresentando, não é resultado de política pública alguma, mas de tendência econômica. Pelo contrário, o que se vê é a Prefeitura criando problemas, como ocorre no setor da construção civil. O Município, enquanto órgão de fomento do mercado de trabalho, precisa apoiar a implantação de novas indústrias, o que não acontece na cidade há muito tempo, e, também, apresentar uma proposta de política pública que crie oportunidades para o público feminino”, analisou um técnico da área econômica em contato com a reportagem.

Minas criou 35,9 mil novos empregos

A Agência Brasil, ao divulgar a geração de empregos em fevereiro no país com os números levantados pelo CAGED, informou que o estado de Minas Gerais criou 35,9 mil novas vagas de emprego com carteira assinada. Esse número é mais de três vezes maior do que o anunciado em janeiro (11.558) e, com isso, os técnicos apontam a retomada do crescimento econômico mineiro. No total foram 35,980 vagas, colocando o estado na segunda colocação, atrás apenas de São Paulo, que gerou 101.163 novos postos de trabalho. A terceira posição no ranking ficou com o estado do Paraná, que teve 33.043 novos empregos criados. 

Em Minas, o setor que mais gerou novas vagas foi o de serviços, com 21,7 mil novos empregos. Com os números de fevereiro, o estoque de trabalhadores com carteira assinada no estado é de 4.818 milhões de pessoas. No total, o Brasil gerou 306.111 empregos com carteira assinada. A taxa de desemprego é de 7,6%, sendo a menor desde 2015.

Foto: Reprodução/Novo CAGED