Itaúna encerrou o ano com menos 194 vagas de emprego

Setor de serviços passa a indústria e é maior empregador com carteira assinada do município

Itaúna encerrou o ano com menos 194 vagas de emprego
Foto: Reprodução/CAGED


O último mês do ano de 2023 não foi favorável em relação à empregabilidade para os itaunenses. Os dados do CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, que é divulgado pelo Governo Federal informando admissões e demissões no emprego formal (com carteira de trabalho assinada), trouxeram a informação de 194 demissões de saldo negativo para o mês de dezembro de 2023. Somente o setor do comércio é que apresentou saldo positivo naquele mês, com 47 novos empregos informados. Nos demais setores houve demissão, com a área da indústria, mais uma vez, sendo a que mais demitiu: 129 dispensas. Com isso, como a FOLHA antecipou na última edição do CAGED, o setor de serviços passou a ser o maior empregador dos itaunenses, ultrapassando a indústria. Esse é o resultado que aponta a necessidade de investimento na atração de novas indústrias para o município, o que não acontece há muitos anos.

Na divulgação do CAGED relativa a dezembro de 2023, os números por setor são os seguintes: comércio gerou 47 novas vagas; agronegócio, 6 demissões; serviços, 10 demissões; construção civil, 96 demissões; e indústria, 129 demissões. Assim Itaúna fechou o ano com 29.536 pessoas trabalhando com carteira assinada, o que corresponde a 30,24% da população total do município. Por setor, o número de pessoas trabalhando com carteira assinada é o seguinte: serviços, 10.128; indústria, 10.102; comércio, 5.585; construção civil, 3.248; e agronegócios, 473. 

Saldo anual foi de 1.823 novos empregos

Com as demissões dos meses de dezembro e janeiro de 2023, o município encerra o período de 12 meses com saldo positivo de 1.823 novos empregos criados. No total, as vagas positivas seriam 2.107, porém as demissões de janeiro (90) e dezembro (194) jogam o resultado para menos de 2 mil (1.823). Os dados mês a mês na geração de empregos com carteira assinada em Itaúna são os seguintes: janeiro, 90 demissões; fevereiro, 130 contratações; março, 470 contratações; abril, 102 contratações; maio, 231 contratações; junho, 120 contratações. 

No segundo semestre os dados foram estes: julho, 4 contratações; agosto, 467 contratações; setembro, 50 contratações; outubro, 430 contratações; novembro, 103 contratações; e dezembro, 194 demissões. Os melhores meses para os trabalhadores itaunenses foram março (470), agosto (467) e outubro (430). 

Desemprego na indústria serve de alerta

Como já destacado em edição passada, a queda na geração de empregos no setor da indústria de Itaúna serve de alerta, visto que essa redução foi constante em 2023. Apenas nos meses de março e agosto é que a geração de empregos na indústria não foi negativa. Nos demais meses do ano, o setor perdeu vagas, o que levou à queda na colocação geral de empregos formais para os itaunenses, que ficou com o setor de serviços. Se a queda de empregos na indústria não é um sinal auspicioso, o fato de o setor com mais número de pessoas com emprego formal em Itaúna ser o de serviços também aponta para a questão na queda da média salarial. Os salários pagos no setor da indústria são bem superiores aos de serviços, que tem como carro chefe da empregabilidade as vagas de “serviços gerais”, comumente oferecidas com pagamento do salário mínimo nacional.

O setor de indústrias contribuiu negativamente com 603 demissões durante o ano de 2023. Seriam 852 não fosse a recuperação de vagas ocorridas nos meses de março e agosto. Como informado acima, há cerca de uma década não se percebe anúncio de instalação de novas indústrias em Itaúna, o que aponta a necessidade de alteração na atual política do setor no município.

Construção civil retrai no último mês do ano

Já o setor da construção civil em Itaúna, apesar das constantes reclamações em relação ao atendimento oferecido pela Prefeitura às empresas e profissionais do setor, liderou a geração de novas vagas no município no ano de 2023. Foram criadas pelo setor 1.552 novas vagas de emprego, o que representa mais de 85% do total do saldo positivo de Itaúna no ano passado. Porém o setor da construção civil deixou de ocupar o primeiro posto na geração de empregos em novembro de 2023 depois de passar praticamente todo o ano nesta posição e, em dezembro, apresenta demissão, o que não ocorria há quase um ano.

Para algumas pessoas do setor, caso não aconteça uma modificação na política municipal em relação ao atendimento, a tendência é de que a construção civil não repita o resultado de 2023 neste ano de 2024. Assim a atual administração pode encerrar o mandato com queda na geração de emprego e um sério problema a ser solucionado na próxima administração, que é de atração de indústrias para a cidade, na tentativa de recuperar o setor; além de ter que recuperar o espaço perdido com o setor da construção civil.

Informações já divulgadas pela FOLHA são de que vários investidores na área da construção civil têm afirmado que vão deixar de investir seus recursos no município por completa “falta de respeito para com os profissionais e empresas do setor por parte da Secretaria de Regulação Urbana”.