Estruturação, jogo de possibilidades, suposições e alucinações... E o povo do outro lado

Estruturação, jogo de  possibilidades, suposições e alucinações...  E o povo do outro lado


Na semana anterior, fiz uma exposição das dificuldades do candidato a prefeito que tiver o apoio ou for lançado pelo Senhor Prefeito Neider Moreira de Faria, que vai terminar o seu mandato com uma das piores avaliações em relação aos últimos administradores do Município, isso em minha modesta opinião e segundo pesquisas recentes registradas e publicadas. Como já afirmei algumas vezes, até concordo que o Senhor Prefeito organizou a questão administrativa da prefeitura e manteve os serviços básicos funcionando a contento, mas faltou muito para atingir as metas. E, assim sendo, entendo que o candidato a prefeito que tiver sob a sua batuta, ou mesmo apenas com o seu apoio, não conseguirá decolar. Citei muitos motivos para isso nos últimos editoriais, mas ainda faltou muito para listar, e, devido ao espaço semanal que tenho, acho que vou demorar pelo menos 12 semanas para registrar o que posso denominar como “uma administração desastrada” ou uma “administração equivocada”. Afirmo isso devido ao que eu ouvia do até então pretendente ao cargo de prefeito e que fazia críticas contundentes contra os outros ocupantes da cadeira do gabinete, antes da Praça, hoje do Boulevard. 

A verdade é que a cadeira número 01 do Município pesa, e o peso é para qualquer um, independente do grau de instrução, do nível social da família, da capacidade do olhar, da amplitude do conhecimento dos problemas da cidade e, mais que isso, da consciência do que é a necessidade pública do cidadão-contribuinte, que precisa de uma cidade funcionando, mas, mais que isso, funcional, estruturada nas necessidades urbanas básicas, que englobam os serviços também básicos e que tem no pivô central a saúde, a educação e a assistência social.

Então, com essa reflexão, ao se aproximar as eleições municipais, começam as especulações em torno das possibilidades de nomes que se colocam, às vezes de forma quase que forçada e outros que naturalmente “pipocam” da boca dos cidadãos-eleitores que querem algo diferente do que viram nos últimos anos. Do outro lado, estão os políticos, que, em grupos, uns maiores, outros menores, se posicionam conforme os seus interesses futuros, não só políticos, mas também empresariais, pois, na maioria das vezes, representam classes produtivas e/ou detentores do poder econômico que têm interesses em vários setores da economia local. E é aí que as coisas começam a literalmente, repito, “pipocar”, pois nunca se consegue um nome que seja unanimidade e que consiga ter todas as qualidades (ou visão ampla) necessárias para gerir os interesses diversificados de vários setores econômicos, sociais e profissionais, de uma população diversificada, porém de nível médio para alto em se tratando de conhecimento, formação educacional e acadêmica. 

E é exatamente aí que se complica a escolha, pois o jogo de interesse que envolve uma disputa política em nível municipal vai muito além da administração pura e simples, pois, além dos serviços essenciais, há por trás milhões de reais em recursos públicos para pagamento destes serviços e, mais que isso, há o emprego, pois o serviço público hoje, em todos os níveis da federação, se transformou em um verdadeiro “cabide de emprego” e também é responsável por mudar o perfil de uma eleição, e, mais que isso, de uma candidatura a prefeito. E por aí vai, há muito outros detalhes que contribuem de forma a fazer da disputa da eleição majoritária municipal uma disputa de detalhes em se tratando de escolha de nome, formação partidária, construção de campanha, escolha de composição de chapa, ou seja, nome do vice, além do apoio de candidatos a vereadores, dentre muitos outros. 

Por isso, a estruturação, o jogo de possibilidades, as suposições e também as alucinações precisam ser calculadas com certa precisão para que se possa evitar as surpresas, como já tivemos em disputas passadas. E o mais importante, dentre tudo isso, ou melhor, o essencial é estudar, observar e calcular o ou os adversários, pois todos têm um peso, independe de qualquer estruturação de disputa política.   

E o mais importante em toda essa estruturação da disputa eleitoral é o povo, ou seja, o cidadão, independentemente de qualquer coisa. Se é eleitor, não importa se é jovem, mediano ou velho, se é estudante ou não, se é pobre ou rico. O peso do eleitor é o mesmo em frente à urna eletrônica, pois o voto é sagrado e o cidadão, mesmo aquele que não tem uma formação acadêmica e cultural, sabe quais são as obrigações do gestor público. Então, com base nos detalhes, a disputa para prefeito, além das estratégias partidárias, do marketing eleitoral e dos estudos estratégicos, vai muito além, pois depende exclusivamente do cidadão-eleitor, pois até mesmo aquele que ainda não vota, mas que sabe enxergar e diferenciar o público e o privado, sabe influenciar o pai, a mãe, os avós, os amigos. Então, mais que pensar em definir uma eleição cinco, seis meses antes, o mais importante é saber fazer a leitura do todo, e, para isso, é importante conhecer o solo em que pisa e o seu povo, senão a decepção pode ser maior que as supostas pretensões e as certezas. 

Então, mesmo pensando em tudo, englobando estratégias, aglutinação, escolhas, estudo das possibilidades, pesquisas, dentre muitas outras necessidades e ações, não se esqueça do mais importante: que o povo está do outro lado e é ele que decide, independente de qualquer coisa. E viva a democracia!