Dois atos, dois fatos

Desde o dia 9 de julho à tarde, que nós brasileiros só ouvimos e lemos sobre uma medida do presidente Norte Americano, Donald Trump, que elevou as taxas de exportação brasileira ao país americano aos patamares de 50%. Medida que passará a valer a partir do dia 1º de agosto. Um aumento que conforme os economistas e especialistas em mercado internacional é insuportável à nossa economia e pode causar consequências em todos os setores produtivos do país, mas, mais que isso, a situação política com o maior e mais poderoso do mundo vai ficar insustentável e teremos uma guerra econômica, ou seja, de mercado, sem precedentes.
Como cidadão comum que não entende de economia internacional e muito menos de economia global, acho que a medida do presidente Trump foi exagerada, não só em relação ao Brasil, mas a vários outros países do globo, pois ele já impôs taxação a potencias, assim como aos mercados como da União Europeia, dentre outros países de menor porte. Mas o pior do que travar uma “guerra comercial”, é tentar desestabilizar a economia mundial para se impor. Acho o presidente dos EUA um louco. Apenas isso. Um louco que impõe suas decisões, inclusive internamente. Pelo menos é isso que leio e escuto diariamente desde o primeiro mandato daquele presidente. E se é assim, entendo que ele deva se preocupar com o seu país e procure manter as relações internacionais aos patamares comerciais bilaterais, sem impor retaliações, com alegações infundadas e sem embasamento, digamos, legais e fundamentados nas leis do mercado internacional.
Porém, pelo que entendemos até aqui, as ameaças do “homem mais poderoso mundo” estão embasadas em causa política. Ou seja, volto a afirmar: é um louco. Mas, mais louco que ele, e sempre tive essa concepção, é o nosso ex-presidente militar de “meia tigela” ou militar “calça-curta”, que foi choramingar no ouvido de um “amigo” louco, a sua situação de quase prisão, fundamentada em documentos, depoimentos, atos e conspirações. Não há como não ser preso. Tudo conspira para tal. O nosso ex-presidente louco, com alguns seus asseclas militares e assessores mais próximos, tentou mesmo arquitetar um golpe de estado, e isso já está provado e fundamentado em provas testemunhais e documentais. Então, não tem como choramingar e causar uma situação iminente de caos econômico para o país, prejudicando milhões.
Com as atitudes de Bolsonaro e seu filhinho rebelde, e com base na carta de Donald Trump, corremos o risco de termos nossa economia completamente desarticulada gerando milhares de desempregos, falências de empresas e vamos ter que buscar alternativas para abrir outros mercados e formas de negociações. Sou a favor da negociação diplomática em tudo e em se tratando de nações, mais ainda. É preciso prevalecer o bom senso, coisa que nenhum dos três envolvidos, Trump, Bolsonaro e Lula, têm.
Não sou Cientista Político e muito menos entendo de Ciência do Estado, mas leio muito sobre os dois assuntos e acho que é momento de negociação, de diálogo e, mais que isso, de estratégia política para superar a situação que pode se agravar, caso se confirme no dia 1º de agosto a tarifa anunciada de 50%. Um absurdo. Pura retaliação. O que me deixa ainda mais indignado é o fato de que o tal Trump ainda impõe uma investigação ao Brasil, de forma arbitrária, intervindo em nossa maneira de administrar e até mesmo de viver, alegando que determinadas ações brasileiras prejudicam a economia norte americana. O que ele quer é proteger o seu mercado, o que é entendível, mas o protecionismo passa dos limites e isso fica visível no caso do PIX em relação às bandeiras de cartões de crédito que operam no Brasil. As três são americanas e num curto espaço de tempo serão engolidas pelo PIX, uma tecnologia de pagamentos nossa. E tem muito mais coisas por trás do anúncio do presidente louco. As decisões advindas da reunião dos BRICS – acrônimo para o grupo de países emergentes que tem o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - são também parte da retaliação anunciada. Trump avisou mesmo antes do encontro terminar que não admitiria algumas “ideias”, como a possível criação de uma moeda única entre os países participantes do bloco.
E é verdade que as provocações feitas pelo Lula, no discurso final do encontro dos BRICS, também fizeram o presidente americano a responder com, digamos, truculência, para mostrar que não deixaria a economia e a moeda do seu país, que é a mais forte e base de negociações no mundo, sucumbir a blocos formados por países emergentes. Houve provocações desnecessárias. E acho que a questão política envolvendo o ex-presidente bobão não passa de chacota do presidente louco. Ameaças ao presidente da Suprema Corte, Alexandre de Morais, chegam a ser esdrúxulas, pois a soberania dos poderes constituídos precisa ser respeitada e nenhum país pode interferir. A meu ver, nossa democracia está consolidada e os poderes precisam trabalhar de forma harmônica. Judiciário, Executivo e Legislativo, nas suas diferenças e obrigações, têm por trás uma Constituição Federal, construída por muitas mãos, com base nos preceitos democráticos e com visão no futuro e no crescimento do país com os direitos públicos e individuais sendo respeitados. E o que ocorreu no dia 8 de janeiro na nossa Capital Federal não foi um ato isolado de “alguns apaixonados por um candidato que acabara de perder uma eleição”, mas, sim, uma construção de ruptura do estado democrático de direito, por meio de uma tentativa de golpe de estado. E os envolvidos têm que ser punidos com cadeia.
Se um presidente de uma nação estrangeira, mesmo que seja de uma das maiores potências do mundo, e que está acostumada a impor regras e “meter o bedelho” onde não é chamada, como bem frisou o Senador Hamilton Mourão, ex-vice-presidente de Bolsonaro, está achando que vai interferir, além da nossa economia, nos nossos poderes constituídos, está enganado. O brasileiro tem todos os defeitos do mundo mesmo, é malandro, desaforado, metido a besta, preguiçoso, atrevido e, acima de tudo, acha que é o dono da verdade, inclusive, esse nosso presidente que usou o “pau de arara” para chegar a São Paulo, e que acha que é Chefe de Estado é assim... Ele pode até ser um fenômeno eleitoral e um político habilidoso. Mas na minha opinião é só. Agora, tem uma coisa que o brasileiro não é: servil. Assim, o Trump pode tentar impor o que for, mas dar pitaco aqui, isso ele não vai é de jeito nenhum. O mundo vem à baixo, mas não deixamos. Quanto ao Bolsonaro, esse já se ferrou. Já está usando tornozeleira eletrônica desde ontem e vai ser preso. Armou, fez e tem que pagar. Achou que seria ditador. Ô louco meu!!!