DENÚNCIA NA CÂMARA - Assessor parlamentar recebe “sem trabalhar”

A reportagem da FOLHA recebeu, nesta semana, a denúncia de um cidadão apontando que o assessor do vereador Giordane, de nome José Miguel, recebe, mas não comparece ao serviço, como deveria. E pior, conforme protocolos enviados ao jornal, apesar de a denúncia ter sido feita formalmente à Ouvidoria da Câmara, a informação é de que ela foi arquivada, sem quaisquer análises e retornos ao denunciante. A denúncia, assinada pelo cidadão de nome David Moreira, aponta a situação, bem como os caminhos a serem usados para a comprovação do problema.

Conforme consta do teor dos protocolos, “há mais de três (3) meses, o referido servidor, segundo relatos de servidores e imagens do sistema interno de videomonitoramento, aparece esporadicamente no prédio, permanecendo poucos minutos ou sequer comparecendo. O fato acontece desde que o servidor assumiu o cargo”. A denúncia aponta ainda as possibilidades de comprovação, que podem ser feitas por meio de “relatórios de controle de ponto (inexistentes ou com registros irregulares); imagens do circuito interno de câmeras da Câmara Municipal (especialmente dos últimos 90 dias); folhas de pagamento emitidas pela Diretoria de Recursos Humanos; e eventuais testemunhos de servidores lotados nos gabinetes e setores administrativos”.

E, conforme a denúncia, “os protocolos foram arquivados diretamente, sem qualquer análise técnica ou manifestação oficial”. Pede o denunciante que o jornal aponte o problema para quem sabe, a direção do Legislativo tome alguma providência em relação ao caso. 

A reportagem apurou ainda que este não seria o único “funcionário fantasma” dentre assessores de gabinete e que a prática existe em relação a servidores lotados em gabinetes de outros edis. Para registro, o salário bruto do assessor parlamentar do Legislativo itaunense é de R$ 3.543,38. Sem contar as vantagens, como férias, décimo terceiro e possíveis gratificações.