Alternativa: bater de frente
Não tenho como me ater a apenas um tema esta semana e vou tentar expor três temas importantes para todos os itaunenses: o Hospital Manoel Gonçalves e o Plantão 24 Horas; a situação política na Câmara, as omissões e jogadas políticas sujas e suas possíveis consequências para toda a sociedade itaunense; e a questão que envolve todos os órgãos de comunicação de Itaúna com a Polícia Militar, que insiste em preservar o seu sistema de informação, que não funciona para a imprensa. Todos os temas são polêmicos e envolvem mais que apenas explicações e/ou opiniões, mas principalmente vontade das partes em resolver as questões, pois não há como funcionarem bem para a comunidade, como deveriam, sem que haja boa vontade, diálogo e, principalmente, entendimento de que todas as três questões envolvem setores públicos que a população paga com seus impostos.
Vamos à primeira questão: a situação entre Hospital e Prefeitura, por causa do Plantão 24 Horas, já fedeu. Passou o momento de se dar um basta no imbróglio, que perdura há meses. O Hospital reclama de prejuízos, e o Poder Público Municipal afirma que existem regras embasadas em lei e não pode apenas fazer um contrato sem obedecer às leis que regulam a matéria. E aí fica um jogo de empurra: a Prefeitura oferece o que pode e o Hospital diz que é pouco, que vai dar prejuízo e que não vai assinar o contrato. A Prefeitura revê a questão, assenta na mesa com a provedoria e elabora outra proposta dentro do que pode ser feito. O Hospital discute, pensa e responde que não dá, porque tem cláusulas que são complicadas e complexas, que podem responsabilizar os seus administradores, que estão ali oferecendo seus serviços como membros da comunidade, sem receber, e não podem colocar seu nome em risco. E aí não se resolve nada, os meses passam e o rombo na instituição vai crescendo mês a mês...
Desta vez, a Prefeitura fez duas propostas, que foram apresentadas na reunião do Conselho Comunitário na quinta-feira, 4, e que são as melhores que já escutei – apesar de não ter participado da reunião, fui bem-informado. Se não resolverem desta vez, é porque não querem o bem da população, pois é a solução para acabar com a sangria nos cofres da instituição e, por outro lado, resolver o problema da Prefeitura, que não tem onde colocar o Plantão e, em minha opinião, não vai conseguir administrá-lo como deveria. Já chegou aos meus ouvidos que os médicos, ou seja, o corpo clínico, não concorda com as propostas, e, se isso for verdade, mais uma vez, os homens de jaleco branco vão palpitar onde não deveriam. Foi constituída uma comissão que tem membros do Conselho e Médicos para avaliar as propostas. Em minha opinião, como cidadão, é pegar ou largar. É melhor receber R$ 2,5 milhões, como aluguel do espaço, e outros “penduricalhos” e devolver o recurso que não for usado, e depois recebê-lo de volta, em forma de subvenções. As propostas são ótimas. Ponto.
E vamos para o assunto mais polêmico: a situação lá na Câmara Municipal, a cada semana, fica pior. Depois das confusões relacionadas à Comissão Processante que envolve a cassação do vice-prefeito, agora vem a confusão da CPI da Omissão, que envolve a contratação de um funcionário, que teria sido indicado pelo vereador Kaio, que seria o produtor, dono de portal etc. Um portal apócrifo, que até então não tem registro, empresa e jornalista responsável, endereço etc. O presidente da Casa, Vossa Excelência, o Sr. Tõezinho do Seu João, ficou nervoso na semana passada, porque publicamos que ele e o Kaio podem ser cassados. Mandou recados no WastsApp, discutiu, reclamou, falou de injustiça com ele etc. Mas, na hora do vamos ver, acaba dando motivos para tal. Depois de todas as acusações dos seus colegas de plenário, inclusive, com documentos que as embasam, ele vem “espernear” com a imprensa. Ora, Vossa Excelência deveria é acabar com a bandalheira. Se acabar, serei o primeiro a bater palmas. Pode ter a certeza. Mas age de forma a levar a imprensa a acreditar que tem qualquer coisa no ar. Você, leitor, não acha muita coincidência o Senhor presidente da Casa, vereador que preside as reuniões, faltar para ir em uma solenidade de condecoração exatamente no dia em que seria lido parecer para a instalação ou não da CPI? E pior, você, leitor, não acha muita coincidência o sistema de filmagem e/ou o sistema de alimentação do Youtube darem problema? Se não insistem na suspensão da reunião e o presidente ad hoc colocasse em votação, a reunião seria apenas gravada. Já pensou? Estranho, né? E mais estranho ainda é a Vossa Excelência, o Senhor Presidente, o Tõezinho do Seu João, ainda achar que ele tem razão em tudo e querer fazer manobras para buscar vereadores para atuarem em seu favor. E não adianta tentar se desvencilhar, enviou mensagem para dois vereadores que, por algum motivo, ele acha que vão atuar em favor da bandalheira. Será? E, para piorar, não remarcou a reunião que foi suspensa na terça-feira, dia 2, e, no mínimo, vai “juntar” as reuniões ordinárias, para que não haja tempo do expediente dos vereadores. Ou seja, vai tentar calar o plenário e impor a sua decisão, ou a do Kaio, postura de Zé Goela. Mas é a velha máxima: o povo tem os representantes que merece.
E, na última questão, voltamos ao assunto que incomoda toda a imprensa itaunense: a censura evidente da Polícia Militar de Minas Gerais, representada em Itaúna pela 9ª Cia. Independente. Pois é, a imprensa itaunense está revoltada, mas só reclama nos bastidores. Ninguém tem a coragem de colocar a “cara a tapa”. Na frente dos comandantes, tomam cafezinho e abrem sorrisos agradáveis. Pois bem. Na sexta-feira, dia 28, tive uma reunião no quartel, para ter um contato com o comando, pois não conhecia o comandante, que já está em Itaúna há 2 anos, e também para expor a situação em que a imprensa está, em se tratando das informações de ações, crimes e registros em nossa cidade e em Itatiaiuçu. Falei o que precisava e ouvi o que já esperava. Saí de lá frustrado, pois eles não concordam que estão censurando, e sim trabalhando com zelo. Ou seja, a imprensa, que é responsável por levar os fatos ao povo, não faz diferença. E o pior, selecionam o que querem e enviam, e com a “redação” do jeito que acham que deve ser. Com o conteúdo que eles acham ser suficiente. É um problemão, e que não vai ser resolvido facilmente. E na quinta-feira, 4, resolveram convidar toda a imprensa para um café no Batalhão em Divinópolis, para fortalecer o relacionamento institucional, esclarecer a forma de atuação e o funcionamento da comunicação da PMMG, promover o diálogo transparente em prol da segurança pública e sanar dúvidas. E complementaram que o evento contará com a participação de representantes do Centro de Jornalismo Policial da PMMG, que trarão informações importantes aos presentes. E, para antecipar o cerceamento, colocaram um link para que os interessados em participar possam confirmar presença e respondam um questionário, que começa com o pedido do nome do participante. Ok, é natural; o nome do veículo, OK, é natural; função no veículo, OK, é natural; telefone para contato, OK, é natural; e-mail para contato, OK, é natural. E, para finalizar, mais duas perguntas: “Há algum tema específico relacionado à comunicação da PMMG que você tem interesse em compreender melhor no encontro?”; e, a melhor piada, “Como avalia, hoje, sua relação com a PMMG?”, com cinco opções: excelente, boa, regular, ruim, outro... Já sabem a minha resposta, que é pública. Pois não faço como os outros órgãos de imprensa. Não escondo. Dou minha “cara a tapa”. Ponto.







