A liberdade de expressão e o direito de questionamento...

A liberdade  de expressão  e o direito de  questionamento...


Incrível como algumas pessoas perdem tempo se preocupando com a vida alheia. Primeiramente, mesmo sendo prático, mas com mais de 40 anos de trajetória, inclusive com passagens por rádio e no “Grande Jornal dos Mineiros”, achamos que o jornalismo se faz com informações, fatos, opiniões e com conceito profissional, além de, evidentemente, respeito. E não com picuinhas pessoais. Somos práticos, aliás, práticos até demais, deveríamos ser menos. Assim poderíamos baixar ao mesmo nível de muitos que exercem com amadorismo (demonstração de incompetência ou inabilidade em uma atividade qualquer) as profissões que exigem mais que prática (capacidade advinda da experiência de fazer algo com perfeição, perícia, técnica, hábito, treinamento...), exigem ética, perspicácia, conduta, cultura e principalmente dedicação, mas, acima de tudo, exigem uma dose exemplar de respeito. 

O que estes “profissionais catedráticos” e os militantes políticos, sejam de direita, centro ou esquerda, precisam observar e entender é que não é apenas com palavras que se consegue respeito. Sempre frisamos nestas malfadadas linhas que escrevinhamos que, como jornalistas, entendemos que o mundo oferece a todos um lugar ao sol. O nosso ainda não conquistamos totalmente, mas podemos garantir de forma prática que sempre trabalhamos muito para isso, e é exatamente por trabalharmos muito e de forma profissional é que podemos falar em alto e bom tom que nunca pretendemos ter o melhor jornal da cidade, mas já não precisamos mais fazer um jornal e pedir que todos leiam, porque isso já acontece naturalmente. Não somos pretensiosos a ponto de querermos ser reconhecidos como isso ou aquilo, e nem precisamos quando o assunto é publicidade, por exemplo, principalmente quando a concorrência enciumada e os neófitos na política e na vida pública se rebelam, porque nosso produto, por si, faz a seleção natural. 

Quem vocês acham que tem o maior “bolo” da publicidade federal? O Globo e a Folha de São Paulo ou a Folha de Pernambuco e o Jornal de Garanhus? Qualquer idiota sabe responder, mas como Itaúna é a Terra Barranqueira do Rio São João Acima, muitos idiotas, amadores, não sabem nem a diferença entre jornal e aquele outro tipo de papel que se usa reservadamente em cômodos de casas, apartamentos e repartições públicas. Aliás, um tipo de papel em desuso depois das famosas “duchinhas de água fria”. Desculpe o desabafo.

Mas vamos lá... O jornalismo vive de fatos e estes podem ser registrados com textos e/ou fotos e se estes fatos acontecem em locais públicos, e naturalmente, podem ser publicados sem maiores problemas. Simples assim. E por incrível que pareça, estamos sendo questionados, inclusive judicialmente, por termos publicado matéria estritamente informativa sobre atos ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro, quando prédios públicos foram invadidos e depredados e bens pertencentes a toda a Nação foram destruídos. O interessante é que apenas informamos e em momento algum questionamos e ou opinamos sobre os fatos. Mesmo assim estamos sendo insultados e agredidos verbalmente nas ruas e questionados, inclusive judicialmente, com alegações que não condizem com a verdade. Mas julgamos que é direito de qualquer cidadão discordar, interpelar e até mesmo julgar, mas agressão, seja ela verbal ou física, não pode acontecer, e muito menos a um profissional da imprensa que só cumpriu o seu papel jornalístico de informar sobre fatos que envolveram todas as regiões do país... 

Em se tratando de números quantitativos, as expressões golpistas e ou “terroristas” foram pouco significativas, porém os estragos foram muitos e no sentido material, de transgressão às leis e mais que isso, de desrespeito constitucional. E assim sendo os envolvidos têm e devem ser mesmo punidos, pagando pelos seus atos.

Não vamos entrar no mérito de erros e ou abusos e mais que isso, de opções políticas e/ou partidárias, sejam elas envoltas em fisiologismos ou apenas por opção, mas vamos sim estar atentos a manifestações e mentiras arquitetadas com fins eleitoreiros e envoltos em politicagem barata, pois é nosso dever tornar público os atos que possam transgredir as leis vigentes ou que estejam envoltos com sentimento de ódio. Pessoalmente não vamos admitir e nem nos sossegar com atos que nos agridem por cumprir nosso papel profissional de homem de imprensa, com vasta experiência e conhecimento das leis e regras profissionais. Nunca desrespeitamos posicionamentos políticos de ninguém, pois somos democratas e respeitamos as opções políticas e de credo de todos, pois o direito de ir e vir e de escolhas é pessoal, mas o respeito precisa ser mútuo e amplo o suficiente para que se transforme em motivo para o uso pessoal em ataques verbais envolvendo racismo e/ou identidade. É inadmissível que pessoas com olhar político, em nossa opinião restrito, estejam aproveitando para atacar os que não pensam iguais a eles. Isso é lamentável, porém é preciso ser combatido de forma legal e não com ataques pessoais infundados e, inclusive, homofóbicos, apesar de incabíveis. Não vamos nos calar perante as ameaças e ou agressões, sejam elas verbais e/ou de fato, e vamos tomar as medidas cabíveis perante as leis vigentes, sejam cíveis ou criminais, e vindas de onde vierem. Viva a liberdade de expressão, de opinião e de manifestação! Viva a democracia, plena e irrestrita!

Renilton Gonçalves Pacheco