Câmara sem câmeras e sem rumo!

Na semana passada deram entrada na Câmara, dois pedidos de CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito. Um deles, trata da questão da utilização de madeiras retiradas das margens do São João, na administração passada. Conforme anunciado, seria a “CPI da Operação Castor”, em alusão ao possível descaminho ocorrido com as madeiras, que teriam sido utilizadas para a fabricação de móveis.

Porém, a proposta de CPI que mais chamou a atenção, foi a que propõe apurar o caso envolvendo o chefe da Comunicação da Câmara, indicado para o cargo pelo vereador Kaio Guimarães.

Dentre as acusações apontadas no pedido da CPI estão uma possível omissão e até apoiamento por parte do presidente da Mesa, vereador Antônio de Miranda. O caso aponta que o referido servidor seria o responsável por uma página (de fofocas) no Instagram, utilizada para denegrir edis adversários de Kaio e de Tôezinho, e, também, para elogiar os dois e aqueles edis que os apoiam.

Mas eis que, exatamente no dia em que os pareceres que relatariam a possibilidade de instalação, ou não, das referidas CPIs, seriam lidos, a reunião teve de ser suspensa.

Motivos da suspensão:

Dois motivos, pelo menos estranhos, devido à coincidência de fatos, foram apontados para a suspensão da reunião que pode ser realizada na quinta-feira, 4:

- O primeiro foi a ausência do presidente da Mesa, Tõezinho, sem que tenha sido pelo menos citada uma justificativa para a falta;

- As câmeras de transmissão da reunião da Câmara, ou o acesso da Casa ao YouTube, rede pela qual as reuniões são transmitidas, “deram pau!”

As “coincidências” da ausência do Tõezinho e o defeito nas câmeras, ocasionaram a suspensão da reunião, pelo vice-presidente da Mesa, substituindo o presidente, Gustavo Dornas.

O vereador Kaio Guimarães até queria que a reunião prosseguisse e os pareceres fossem lidos. Nos bastidores, comentários são de que os pareceres seriam contrários à instalação, pelo menos, da CPI que propõe apurar as ações do chefe da Comunicação, apaniguado do Kaio e apoiado por Tõezinho que se omite, por exemplo, de instalar um inquérito administrativo – pelo menos – para investigar as denúncias contra o servidor, vindo de Betim e que seria o responsável pela página (de fofocas) “O Itaunense”, no Instagram.

Conforme os boatos, como o parecer deve ser contrário, a CPI seria “enterrada” e os vereadores presentes xingariam muito o Tõezinho, que, ausente, não receberia os xingamentos pessoalmente. Assim, seriam “engavetadas” as denúncias, como já ocorreu quando Alexandre Campos e Lacimar ameaçaram pedir uma CPI pelo mesmo motivo no início do segundo semestre legislativo.

A motivação da falta de Tõezinho, porém, não foi declinada, mesmo tendo sido dele, segundo comentários, a iniciativa da lei que pune os faltantes, sem justificativa, com descontos em seus salários. Como disse um político presente à Câmara: “mais vale menos dinheiro no bolso do que uma CPI nas costas!”

Mas parece que a artimanha, se é que houve, não funcionou. Da Lua foi taxativo: “que suspendam a reunião e marquem outra para a quinta-feira!” Alexandre Campos também insistiu que o assunto é muito sério para não ter transmissão da reunião e nem a presença do presidente.

Assim, na quinta-feira, 4, os edis devem se reunir novamente. Desta feita, será que com transmissão pelo YouTube e com a presença do presidente da Mesa? Será?