33 RADARES - Prefeitura pode faturar até R$ 1 milhão com multas

Foram contratados os equipamentos à empresa GCT - Gerenciamento e Controle de Trânsito S/A, com pagamento mensal de R$ 42.828, totalizando R$ 513.936,00

33 RADARES - Prefeitura pode faturar  até R$ 1 milhão com multas


A informação chegou à reportagem da FOLHA com a frase: “Estão rindo à toa lá na Prefeitura com o faturamento dos radares”. Segundo as informações recolhidas, a expectativa é de que o Município chegue a faturar entre R$ 600 mil a até 1 milhão de reais por mês com as muitas multas que estão sendo aplicadas. Além dos radares que já estão instalados, outros deverão ser implantados na cidade ao longo dos meses, já que áreas como a região do Padre Eustáquio ainda não conta com os equipamentos.

Conforme as muitas reclamações que têm chegado à reportagem, após a instalação dos equipamentos, é que em determinados locais a sinalização anunciando os radares é muito “tímida”. Um dos reclamantes disse que, na região da Praça do Zé Flávio, “quando o motorista vê o aviso, já está em cima do radar e, fatalmente, será multado”. E isso vem ocorrendo com a frequência que pode estar causando a “alegria” dos gestores, com o faturamento que está sendo possibilitado.

Em pesquisa rápida da FOLHA, nas edições do JOMI – Jornal Oficial do Município de Itaúna, foi encontrada uma edição recente com seis páginas de notificações e outra com 23 páginas. Para se ter uma noção, nas seis páginas da primeira edição, foram anotadas 133 multas que, se calculadas no valor médio de R$ 250, chegam a mais de R$ 35 mil. Neste mesmo caminho, na edição que contém 23 páginas (edição de número 2.167), a expectativa é de que o “faturamento” com multas seja próximo de R$ 100 mil. Assim, somente em duas edições do jornal verificadas, nos últimos dias de maio, consta o “faturamento” de quase R$ 150 mil.

Empresa contratada “aluga” equipamentos

Conforme apurou a reportagem, a empresa GCT Gerenciamento e Controle de Trânsito, com sede em Contagem, assinou contrato com a Prefeitura de Itaúna em que o objeto é o seguinte: “Prestação de serviços de soluções tecnológicas para o trânsito, incluindo peças, serviços e mão de obra, com a implantação de redutores eletrônicos de velocidade e fiscalização”. Portanto trata-se de aluguel de equipamentos ao Município.

Na especificação dos itens está colocado que são 15 equipamentos “metrológicos”, ao custo mensal (aluguel) de R$ 1.642,00 a unidade, e mais 18 equipamentos “não metrológicos”, custando mensalmente R$ 1.011,00 a unidade. Com isso, a empresa recebe mensalmente de Itaúna a quantia de R$ 42.828,00, o que dá, ao final de um ano, R$ 513.936,00. O contrato foi assinado no dia 10 de janeiro deste ano, com validade de 12 meses, podendo ser prorrogado.

Em 2011, Globo denunciou “máfia de lombadas”

No dia 13 de março de 2011 a Rede Globo de Televisão levou ao ar, no programa Fantástico, extensa reportagem em que apontava o que denominou de “escândalo da máfia das lombadas”. Nessa matéria a reportagem denunciava o esquema em que se tornou, à época, o aluguel de radares para as prefeituras. Ainda nesse período, alguns meses depois, o jornal O Tempo também publicou matéria apontando esquema parecido em cidades de Minas Gerais. Pouco tempo depois, o então prefeito de Pouso Alegre, no sul do estado, foi denunciado ao MP pelo mesmo problema.