Vereador apronta novamente!

Depois de postar foto “em situação comprometedora” de cidadã e rir da situação, Guilherme Rocha disse que não acusou motoqueiros, mas “criminosos!” Hoje pela manhã, postou vídeo tentando explicar postagem de foto da professora.

Vereador apronta novamente!
Vereador apronta novamente!
Vereador apronta novamente!

Após a repercussão de falas do vereador nas redes sociais, em relação a motoqueiros que praticam ‘grau’ nas ruas da cidade, foi apresentado um pedido de cassação do vereador Guilherme Rocha, pelo representante de motoqueiros itaunenses, João Paulo Araújo de Paula, à Mesa da Câmara. Isto, após fala do citado edil, postada nas redes sociais, em que faz a afirmação de que “esses caras, eles pegam as mães deles e levam para o serviço, ali perto da rodovia, no Bairro Universitário, mais conhecido como Favorita”. E, para não deixar dúvidas, o vereador ainda reforça na sua fala: “e a mãe vai trabalhar a noite toda, ganhar o dinheirinho da família, e nisso os filhos ficam felizes em ter deixado a mãe, lá na Favorita, e saem por aí, todo feliz, fazendo graça, entendeu?”.

A afirmação teve enorme repercussão em meio aos motoqueiros, até pela situação de ter sido dita por um representante do povo que, conforme afirmação de alguns motociclistas ouvidos pela reportagem, “deveria ter proposto um projeto, feito a denúncia de que é necessário ampliar a fiscalização, fazer um ofício a deputados de sua relação para aumentar a pena de quem pratica a manobra... mas nunca se direcionar às mães dos motoqueiros, denominando-as de prostitutas. Até porque as mães não podem e não devem ser responsabilizadas pelas atitudes de seus filhos”, resumindo as opiniões colhidas.

E dado à repercussão, o motoqueiro João Paulo Araújo de Paula ocupou o ‘Espaço Popular’ da Câmara para ler o pedido de cassação que foi apresentado à Mesa. O vereador, em resposta ao motoqueiro, disse que a sua fala “foi muito simples, muito básica. Qualquer pessoa que tem o mínimo de entendimento conseguiu entender o que eu falei”. Em seguida, disse que “eu não falei de motoqueiros, mas de criminosos” e, continuando, em tom ameaçador, pediu “ipsis litteris (na íntegra) da fala do João, porque tem muita coisa aqui que ele vai ter que provar!”, indicando que pode acionar o representante dos motoqueiros na justiça. João Paulo, na sua participação, afirmou que “os motoqueiros não veio (sic), porque tem a fala dele (Guilherme Rocha), falando que, ‘pode ir, mas vai sem moto porque a polícia vai prender todos’...”, e completou que isso amedrontou os motoqueiros que estavam dispostos a ir à Câmara. Nos bastidores, algumas pessoas lembraram que o vereador é casado com uma policial militar que atua no setor de fiscalização do trânsito, em Itaúna.

Presidente recebeu denúncia que será analisada

Sobre a denúncia feita pelo motoqueiro, com o pedido de cassação do vereador Guilherme Rocha, o presidente da Câmara informou em plenário, durante a reunião, que recebeu o documento. Em seguida, deve encaminhá-lo à Procuradoria do Legislativo que, por sua vez deverá tomar as “medidas cabíveis”, encaminhando-o ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Legislativo. Este Conselho é composto pelos vereadores Kaio Guimarães (presidente), Dalmo Assis e Márcia Cristina, na condição de membros.

Na fala o presidente da Câmara também comentou sobre o encaminhamento da reclamação do vereador Lacimar Cesário, e da possível denúncia que pode ser apresentada, conforme informações na Câmara, pela professora que teve foto divulgada. “Não vamos proteger ninguém”, disse, informando que todas as denúncias que chegarem à Mesa da Câmara, serão encaminhadas.

Guilherme Rocha apronta mais uma

O vereador Guilherme Rocha gravou um vídeo e postou nas suas redes sociais, na manhã desta quarta-feira, 10, tentando explicar o episódio ocorrido com uma professora aposentada, em que ele fez uma fotografia que a senhora considerou ofensivas, inclusive acionando a polícia para registrar ocorrência policial (imagens retiradas do citado vídeo)  

O clima ainda estava “quente” no Legislativo e o vereador, na definição de pessoas que acompanharam o ocorrido, “aprontou mais uma”. Ele fez uma foto, expondo uma cidadã, professora aposentada, em fotografia feita a partir do plenário da Câmara. Em seguida, postou a foto nas redes sociais, com a afirmação de que “já fizeram as pazes”, e com uma imagem sua, dando uma rizada. O problema é que a foto, primeiramente, mostra o que não deveria e, para cobrir as partes íntimas da senhora, o vereador fez a edição, colocando uma imagem de coração (emoji).

O problema é que a professora aposentada não gostou da “brincadeira” (mais uma?) do vereador e acionou a polícia para registrar um boletim de ocorrências. A PM compareceu ao local, informou ao presidente da Câmara que faria o registro, mas que não entraria no plenário, a não ser que o presidente permitisse. Após ouvir a denunciante, o vereador e uma assessora sua foram ouvidos, em uma sala à parte, no plenário.

Nos bastidores da Casa o clima era de críticas à postura do vereador que, como afirmou um cidadão que acompanha os trabalhos do Legislativo, “não parece deter o preparo necessário para o exercício do cargo. Acha que pode se comportar sempre com molecagem, com afirmações estapafúrdias e aproveitando situações para ‘lacrar’ nas redes sociais, como se o mandato legislativo fosse medido pelo quantitativo de likes que suas postagens recebem”.

O caso pode ocasionar mais uma denúncia ao Conselho de Ética da Câmara de Itaúna, visto que a fotografia foi feita a partir do plenário, durante a reunião dos edis e pode caracterizar, conforme avaliações, mais uma atitude de quebra de decoro, por parte do vereador.

Editor da FOLHA ocupa Tribuna e cobra postura ética

O jornalista e cidadão itaunense Renilton Gonçalves, editor da FOLHA, ocupou a Tribuna da Câmara, no expediente “Tribuna da Casa”, quando fez um pedido de comportamento ético aos vereadores de Itaúna. Renilton iniciou sua fala lembrando que há quatro décadas, pelo menos, acompanha os trabalhos da Câmara de Itaúna e disse estar estupefato com o que tem visto nos últimos meses e, especialmente, em relação ao ocorrido no último final de semana. O jornalista fez referências ao episódio em que um edil não gostou de matéria publicada no jornal, sobre afirmações que foram feitas nas redes sociais e teria dito que “em vez de preocupar com grau, deveria publicar sobre licitação de R$ 11 milhões”. Na sua fala o editor do jornal lembrou que o jornal não faz a notícia, ele as publica. E que a questão da licitação, em princípio, não há o que afirmar e que, se algum vereador encontrou irregularidade, é obrigação dele denunciar. Aí, sim, seria notícia a ser publicada.

Lembrou ainda que o jornal não tem a função de fiscal, que é, por outro lado, obrigação do vereador, na sua função de fiscal nato dos atos públicos. Sobre suas ações, disse que “pago minhas contas, não mexo com muamba, eu não faço nada ilegal...”, e lembrou também que, mensalmente a FOLHA, conforme documento do Google, tem 244.4 mil visualizações, o que dá cerca de oito mil visualizações diárias e que o compromisso do jornal é com estes leitores. Concluiu cobrando “respeito à minha profissão!” E ao final de sua fala lembrou que o microfone da Câmara é “para denunciar, para fiscalizar, e não para fazer molecagem, igual a uma que foi feita aqui agora, há menos de 15 minutos, e que está nos telefones de todos vocês (se referindo à publicação da foto com a professora aposentada em posição de ridicularizá-la), fotografia feita de dentro de um plenário, onde deveriam estar trabalhando, com responsabilidade, e tem aí é moleque, no meio de vocês!