SINDUSCON-MG prevê bom 2024 para a construção civil

Setor que mais gerou empregos em 2023 em Itaúna precisa de apoio municipal para continuar crescendo

SINDUSCON-MG prevê bom 2024 para a construção civil


Como a FOLHA adiantou na edição passada, será produzida uma série de reportagens em 2023 mostrando um raio-X do setor em Itaúna, com foco especial em alguns entraves que estão ocorrendo junto à Secretaria de Regulação Urbana da Prefeitura, que tem atuado no sentido contrário ao que esperam os investidores da área. Nesta edição, porém, antecipamos a previsão do SINDUSCON-MG – Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais, que prevê um 2024 ainda melhor neste segmento. A previsão otimista do sindicato é embasada em alguns indicativos: a contínua queda da taxa Selic, que baliza o juro nos financiamentos imobiliários, indicando que ficará mais barato o financiamento no setor; a melhora nas regras do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que ampliaram os valores das faixas de acesso ao financiamento para a população; os projetos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC); e o provável avanço de obras em ano eleitoral contribuem para o otimismo.

Isso somado à queda na inflação observada neste ano, ao aumento na geração de emprego no País e no crescimento do PIB, que elevou o Brasil, por exemplo, à nona maior economia do mundo, depois de ter caído em 2022 para o 12º lugar. Segundo os investidores, são várias boas notícias que indicam um momento de crescimento para a indústria da construção no Brasil e, consequentemente, no estado de Minas Gerais. E Itaúna não pode ficar de fora desta oportunidade de crescimento que se apresenta, conforme apontam empresários da área. Por isso, é muito importante, na visão destes empresários, que aconteça uma mudança drástica na relação da Prefeitura com os empreendedores. “Nós temos como e queremos investir, o que falta é que a Prefeitura colabore para que isso ocorra. Da maneira como vem nos tratando, está muito difícil investir na construção civil em Itaúna”, desabafou um destes investidores à reportagem.

Os problemas apontados são os mesmos que vêm ocorrendo nos últimos anos. A aprovação de um projeto na área própria da Prefeitura é quase que uma tarefa “missão impossível”, conforme apontam empresários, profissionais da área e até mesmo cidadãos que buscam reformar seus imóveis e/ou mesmo construir suas moradias. “A burocracia, a má vontade, é imensa. Até mesmo depois de o imóvel concluído, é preciso muita paciência e investimento para se conseguir um ‘habite-se’, para que a obra seja ocupada”, disse um profissional. Como exemplo ele citou uma construção recente em que foi preciso mudar a pintura do número da vaga na garagem três vezes. “Imaginem você pintar o número da vaga, aí chega o fiscal e afirma que está na linha horizontal errada e que é preciso que o número esteja 40 centímetros à direita, para dar boa visibilidade. Aí você vai lá, refaz e, novamente, é preciso subir cerca de 25 centímetros. Depois disto feito, a informação é de que seria necessário fazer um contorno nos números, com tinta amarela fosforescente? Ninguém aguenta isso”, desabafou.

Setor garante saldo positivo de empregos

O CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, que já divulgou os relatórios de empregabilidade no País de dez meses de 2023 (janeiro a outubro), mostra que Itaúna tem saldo positivo de 1.767 novos empregos de carteira assinada, no ano. E, para mostrar a força do setor da construção civil, mesmo esbarrando nos muitos problemas gerados na Secretaria de Regulação Urbana da Prefeitura de Itaúna, basta ver os números apresentados até aqui. O setor da construção civil gerou 1.625 deste total, ou seja, 91,96% do total. Isso mesmo, mais de 90% do total de novos empregos com carteira assinada em Itaúna foram gerados pelo setor da construção civil.

Para se ter uma noção, o segundo setor que mais gerou vagas foi o de serviços, com um total de 473, seguido do comércio, com novos 138 empregos, e finalmente o setor agropecuário, com 11 novas vagas. E um alerta para os administradores do município é que o setor da indústria tem um saldo negativo de 480 vagas, nos dez meses já contabilizados de 2023, ou seja, quase 50 demissões por mês. Se o setor da construção civil diminuir os investimentos, o que pode acontecer se o tratamento que vem recebendo continuar no mesmo patamar, Itaúna pode enfrentar uma séria crise em 2024. Fica o alerta e o convite aos leitores para acompanharem na FOLHA a série de reportagens que vem aí.