Prefeitura anuncia entrega da ETE à população

A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Itaúna será inaugurada no dia 16 de setembro, conforme anúncio da Prefeitura no início desta semana. Uma das principais obras do município em termos de qualidade de vida para a população, a ETE contou com atuação de três prefeitos e passou por quase quatro mandatos, visto que foi iniciada em 2012, final do segundo período do ex-prefeito Eugênio Pinto. A obra foi continuada no mandato de Osmando Pereira, quando foi liberado um valor junto ao Governo Federal que, à época, seria o suficiente para concluir a construção e colocá-la em funcionamento. A ordem de serviço para o início da construção, na sua primeira etapa, foi assinada no dia 12 de março de 2012. À época, tendo Wandick Robson Pincer na direção do SAAE de Itaúna, essa primeira etapa foi orçada em R$ 8,2 milhões, sendo que R$ 3 milhões desse total já haviam sido liberados pelo BDMG, em financiamento obtido em 2004, no terceiro mandato de Osmando.

Ainda conforme levantou a reportagem da FOLHA, o SAAE iniciou a obra aportando mais R$ 5,2 milhões de recursos próprios. O terreno onde a ETE foi erguida já havia sido adquirido e as administrações dos ex-prefeitos Osmando Pereira e Eugênio Pinto tocaram longa demanda na Justiça, pois o projeto da estação colocava aquele local como a melhor opção para a instalação da ETE. Enfim a obra foi começada. Além dos R$ 8,2 milhões previstos para a primeira etapa, a conclusão da ETE necessitava de mais R$ 18,5 milhões, conforme os valores atualizados pela Caixa, na demonstração de contas do convênio. O ex-prefeito Osmando conseguiu, em 2014, a liberação de mais R$ 14,5 milhões e o restante, cerca de R$ 4 milhões, seria custeado pelo Município a título de contrapartida. Assim, inicialmente, a obra ficou orçada em torno de R$ 27 milhões. 

Obra “perdeu” dezanos de capacidade

Conforme o projeto inicial da ETE, a estação tem capacidade para tratar até 400 litros de efluente por segundo e a previsão é de que esse volume atenda a população itaunense até 2050. Quando foi apresentado o projeto, a ETE trataria o esgoto por 40 anos. Como se passaram 11 anos, pelo menos, do início da obra e com o crescimento populacional e, consequentemente a geração de mais resíduos, a previsão é de mais 27 anos de funcionamento sem necessidade de ampliação. A capacidade total, de 400 litros, é o volume que se espera ser gerado em 2050.

Profissionais especializados em tratamento de resíduos lembram que, na época de projeção da ETE, a rede de captação de esgotos do Somma era recente. Onze anos depois, a rede está obsoleta, com vários pontos “estourados” e necessitando de revisão imediata, até porque nos últimos anos não se fez trabalho preventivo na rede e, mais recentemente, conforme denúncia de vereadores, obra de dragagem dos Capotos e demais cursos d´água destruiu partes da canalização. Assim há o risco de a ETE ser inaugurada “e o esgoto não chegar à estação como devia, gerando problemas até mesmo no sistema de tratamento”.