Déficit na arrecadação é de R$ 83 milhões no semestre
Diferença entre o previsto e o arrecadado, por mês, é de R$ 13,8 milhões no primeiro semestre de 2024
Em outubro, os itaunenses vão às urnas escolher o próximo prefeito do município, assim como os 17 vereadores para o mandato do período 2025/2028. E o eleito vai receber uma situação bastante complicada, conforme os levantamentos e as informações tornadas públicas nos últimos meses, com uma série de problemas de difícil solução e com poucos recursos, apontam analistas. Os problemas são nas mais variadas frentes: reconstrução dos interceptores de esgoto do Projeto Somma – praticamente destruídos durante as obras de limpeza das margens do Rio São João, conforme denúncias; enfrentamento às enchentes que alagam a Jove Soares; recuperação do sistema de tráfego, após as várias intervenções realizadas neste mandato, consideradas desastrosas; recuperação do serviço de transporte público, sucateado e com custo elevadíssimo, dentre outros.
Além disso, o próximo prefeito vai ter de enfrentar o pagamento de empréstimos como nunca antes ocorreu em Itaúna – o total se aproxima de R$ 100 milhões, segundo críticas tornadas públicas na Câmara; e a arrecadação em franco declínio. Neste último quesito, a reportagem da FOLHA apurou que, nos primeiros seis meses de 2024, a queda na arrecadação, considerando o montante previsto para os 12 meses, chega a mais de R$ 83 milhões. Conforme levantamento feito pela reportagem nos dados informados no Portal da Transparência, a previsão de arrecadação é de R$ 650.256.000,00, ou seja, R$ 54.188.000,00 por mês. Porém, até as 11 horas do dia 4 de julho, quinta-feira, a arrecadação efetivada era de R$ 241.996.771,33, ou R$ 40.332,795,22 por mês, em média, apontando um déficit de R$ 13.855.204,78 por mês. Em seis meses de déficits seguidos, o total até aqui é de R$ 83.131.228,67. Se continuar nessa média, ao final do ano, o déficit na arrecadação será de mais de R$ 166 milhões. Para recuperar essa queda, a Prefeitura precisa arrecadar, por mês, em média, R$ 68 milhões. Um cálculo simples, para recuperar o “perdido” até aqui, vai ser preciso um aumento na arrecadação de mais de 50% do que consegue atualmente.
“Cinto vai ter que ser apertado, mesmo!”, aponta um político
Como a despesa é calculada conforme a previsão de receita, a informação é de que a Prefeitura vai ter que trabalhar como uma redução nas despesas de algo em torno de R$ 10 milhões, por mês, para não ter sérios problemas na entrega do mandato. Se “o cinto apertou” no primeiro semestre, ele terá que ser ainda mais “arrochado” no segundo semestre para evitar problemas fiscais no fim de mandato. Uma “vantagem do período”, como dizem os políticos, é que, a partir de outubro, “a Prefeitura pode parar, contratados podem ser demitidos, investimentos paralisados e apenas ‘ir levando’ as coisas até dezembro, pois as eleições já terão passado”. Será?