124 anos! - Da “Paragem do São João” à Santana do São João Acima... Chegamos a Itaúna... Ita Pedra, Una Negra
E como descreve nosso Hino: Itaúna comuna brilhante, Sua gente te sente crescer...

Nossa história é bonita, não restam dúvidas, os arquivos são as provas disso. Nossos historiadores registraram isso nos livros e, com louvores, discorreram sobre uma terra em que seu maior valor sempre foi o seu povo desde a chegada dos desbravadores. E esta condição perdura até os dias de hoje. Os itaunenses, sejam de origem ou adotivos, são guerreiros apaixonados pelo torrão e, dia a dia, sempre amanheceram com o olhar no horizonte, pensando no amanhã. E esse comportamento fez, ao longo desses 124 anos, uma Itaúna brilhante. Mas, como em toda comunidade, Itaúna teve e tem os seus problemas de toda ordem, mas sempre foram e continuam sendo buscadas as soluções.
Viver do passado é buscar o futuro e, aqui em nossa comunidade, esse pensamento sempre foi regra, uma regra que abriu caminhos para o desenvolvimento, pois as conquistas sempre estavam e estão ancoradas no trabalho dos que chegaram primeiro. Se, no início do século passado, dependíamos da vizinha Pará de Minas para quase tudo, em pouco tempo, trabalhamos para ter iluminação pública, por exemplo, e, consecutivamente, nossas primeiras fábricas, que foram as de tecidos, pois tínhamos muita água do São João, para mover as primeiras turbinas construídas em Santanense, depois veio o reservatório da Barragem Velha e, em seguida, a Barragem do Benfica.
A população foi crescendo e os bairros foram surgindo, as indústrias diversificaram na segunda metade do século 20, mas não modernizaram e, hoje, são poucas as siderurgias de gusa e apenas uma fábrica de tecido ainda sobrevive, mas temos uma diversificação entre comércio e indústria que sustenta nosso progresso constante. Somos uma cidade considerada Educativa do Mundo, pois temos uma universidade que deveria ser do povo, mas que também ainda sobrevive, mas nas mãos de uma família. Temos boas escolas em nível estadual e municipal, e temos uma infraestrutura invejável, um sistema de distribuição de água eficiente, saneamento básico e uma ETE quase operando totalmente. Mas falta muito para sermos considerada uma cidade eficiente. Evoluímos muito nesses 124 anos de emancipação político-administrativa, mas é preciso mais, muito mais, para sermos, pelo menos, uma cidade que possa ser considerada 100%.
Temos problemas básicos e um deles é a nossa saúde. Na matéria que estamos publicando na página ao lado (03), fica evidente o descaso ou a ineficiência com a área pelos nossos governantes, pois o diagnóstico feito com base em dados de 2024 mostra que, mesmo tendo um administrador com formação em Medicina e um secretário médico, nos oito últimos anos, nosso setor de saúde deixou muito a desejar. Para se ter uma ideia, Itaúna caiu 101 posições no ranking do acesso à saúde do diagnóstico Competitividade dos Municípios, feito pelo Centro de Liderança Pública. Na região, Divinópolis vem à frente, na 146ª posição geral, e Itaúna vem em seguida, na 167ª posição, seguida por Pará de Minas, 190ª, e Nova Serrana, na 266ª. Além do setor da saúde, no diagnóstico feito pela CLP, por categoria, Itaúna perde em quase todos os setores levantados, como funcionamento da máquina pública, por exemplo. Chamou minha atenção a queda no item Capital Humano, ficamos na 321ª posição, com queda de 68 posições, em um universo de 418 municípios avaliados. O fato é que a cidade perdeu pontuação na maioria dos itens avaliados pelo ranking das cidades, principalmente nos serviços básicos, como saúde, educação, economia, comércio, indústria, dentre muitos outros.
O porquê disso? Temos como entendimento que esse porquê tem como principal fator negativo a atuação política. A política itaunense, sempre foi travada, ou seja, a disputa por espaço por pequenos grupos, que têm líderes, em nossa opinião, radicais e apegados ao poder, causa essa ruptura no crescimento dos serviços da cidade. E isso faz com que a busca por avanços nos governos estadual e federal fique mais difícil, porque os interesses individuais sobrepõem o coletivo, haja vista a atuação das nossas lideranças nas últimas décadas. Nosso último prefeito é um exemplo disso, radical e centralizador, se acha o todo poderoso e age como os coronéis do passado, não pensando em prol de um todo, mas, sim, de um “grupelho” que gira em seu entorno. Já tivemos outros, mas que não estão aqui para lerem as críticas, pois já descansam em paz em outra estratosfera.
Hoje, por exemplo, temos um Poder Legislativo muito fraco, com uma composição de fachada, ou seja, é composto por pessoas que não representam a essência o povo, pois não são, em sua maioria, preparados para o exercício do Poder, e os que o são estão amarrados por interesses extramandato. Neste caso, a culpa é do povo, que colocou esses representantes lá, pois, no momento do voto, deveriam avaliar competência, conhecimento político, conhecimento do município num todo, suas necessidades e seus pontos favoráveis, pois isso ajudaria a selecionar a composição da Câmara. Com um Legislativo fraco e amarrado, não teremos cobranças, e sem elas não teremos avanços substanciais nos serviços públicos.
Mas Itaúna é uma comuna brilhante e seu povo a faz crescer... Com culpa ou sem: luta, trabalha e, principalmente, ama o torrão, que começou com uma paragem denominada do São João, transformou-se em Santana do São João Acima e somos uma Itaúna que tem na sua gente sua maior força. Parabéns, itaunenses!