VAI DEMORAR - Estado constrói presídio e “esquece” água e esgoto
Situação do fornecimento de água e captação do esgoto só foi “descoberta” com a obra quase concluída

Desde os meados da primeira década deste milênio que se arrasta a informação sobre a construção de um presídio em Itaúna para substituir o ultrapassado prédio do cadeião da Rua Santana, conhecido como “barril de pólvora prestes a explodir”. Depois de muitos anúncios de realização da obra, de votos conquistados com a “notícia”, finalmente o presídio foi concluído, conforme consta na página da Sejusp, em junho deste ano. A construção, com 3.597,70 m² de área construída, capacidade para 306 presos e custo final de R$ 31,7 milhões, está pronta. Mas, sempre tem um “mas”, parece que se esqueceram de alguns detalhes, como a necessidade de fornecimento de água tratada em quantidade suficiente para atender à demanda e a captação e consequente tratamento do esgoto.
A reportagem buscou informações sobre o motivo de o prédio, concluído, ainda não ter sido posto em funcionamento, sobre os problemas existentes e soluções para eles apresentados. A resposta da assessoria da Sejusp foi a seguinte: “Informamos que a obra civil realizada pela Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra) está pronta. O acesso aos serviços de esgotamento sanitário e abastecimento de água já está com os projetos finalizados, sob responsabilidade de execução da Prefeitura Municipal de Itaúna, que está autorizada a iniciar as obras”.
Mas vai demorar, porque o caso não é simples
Na Prefeitura a reportagem apurou que o Município se colocou à disposição do Estado para ajudar no encaminhamento da resolução problema, detectado recentemente, de que não havia disponibilidade suficiente de água e nem rede de esgoto. A Prefeitura se dispôs a encaminhar a realização do projeto necessário, ficando o Estado com a responsabilidade de custear a obra. Também seria de responsabilidade do Município os encaminhamentos para a contratação da empresa responsável pela obra, com o repasse dos recursos sendo feitos pelo Estado, por meio de convênio, o que ainda não foi efetivado.
Apurou ainda a reportagem que a obra a ser realizada terá custo estimado de algo em torno de R$ 1,7 milhão, além da necessidade de realização de algumas desapropriações, que devem ser feitas pelo Estado. Dessa forma, conforme especialistas em obras públicas, apesar de concluído, o presídio de Itaúna não deverá entrar em funcionamento neste ano e, possivelmente, só no segundo semestre de 2026, “sendo otimista”. Deverá ser firmado um convênio para o repasse dos recursos para a obra, feita a contratação da empresa para a execução e, ainda, realizadas as desapropriações necessárias à passagem das redes de esgoto e água necessárias para atender ao empreendimento... Assim, o cadeião da Rua Santana persistirá por mais algum tempo.