Socorro ao Hospital aprovado na Câmara

O prefeito de Itaúna, Gustavo Mitre, como a FOLHA adiantou no decorrer da semana, encontrou uma fórmula para socorrer o Hospital Manoel Gonçalves, repassando mensalmente à instituição mais R$ 355 mil, durante seis meses. Somados aos R$ 2,1 milhões que já são repassados atualmente, o valor chega a mais de R$ 2,4 milhões, repassados diretamente pelo Município ao Hospital Manoel Gonçalves. A iniciativa do prefeito se deve à necessidade de socorrer a direção da Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Sousa Moreira, em mais uma crise financeira da instituição, agravada com a ameaça de greve dos servidores do Hospital.

Assim, após fazer um esforço interno nas finanças do Município para encontrar recursos que pudessem ser repassados, foi encaminhado o projeto de lei com a solicitação de autorização da Câmara, ainda na terça-feira, 13. Os vereadores incluíram o projeto na ordem do dia da reunião ordinária, e o pedido foi aprovado, o que possibilitou à Prefeitura já fazer o repasse na quarta-feira, 14.

O prefeito Gustavo Mitre falou sobre a importância do auxílio concedido ao Hospital. “Mesmo o Hospital não sendo administrado pela Prefeitura, temos o compromisso de apoiar iniciativas que ajudem a saúde da nossa população. Estamos fazendo a nossa parte para garantir mais recursos e fortalecer o sistema de saúde local”, afirmou.

Vereadores destacam ação do Executivo e elogiam o prefeito

Antes de iniciar a reunião ordinária da terça-feira, os vereadores se reuniram para conhecer detalhes do projeto encaminhado pelo prefeito (foto), e ouvirem explicações sobre a urgência e necessidade da aprovação da proposta. A resposta da edilidade foi unânime em destacar a necessidade e a importância do ato, visto que o Hospital passa por momento sensível, com circulação de manifestação de servidores, inclusive, com ameaças até mesmo de greve na instituição.

Vários edis se manifestaram, apontando questões do dia a dia do setor de saúde na cidade e abordando a crise do único hospital de Itaúna, que é filantrópico e necessita de mais fontes de arrecadação para conseguir se manter sem atropelos. O projeto de lei aprovado pelos vereadores determina um repasse total de R$ 2.130.000,00, a ser feito em seis parcelas de R$ 355.000,00, cada. Assim, a Prefeitura garante reforço na arrecadação do Hospital dos meses de maio até outubro, prazo em que se espera a obtenção de novas fontes de recursos para a nossa única instituição de saúde.

Hospital de Itaúna não 

está sozinho nesta crise

O vereador Rosse Andrade, presidente da Comissão de Saúde da Câmara, ocupou a tribuna para repassar informações aos presentes que demonstram que o Hospital de Itaúna não é o único a enfrentar a crise financeira e abordar o trabalho da comissão. Segundo Rosse, “no Brasil, são cerca de 2.600 instituições filantrópicas da área da saúde, conforme o Cadastro nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES. A dívida do setor, com bancos e fornecedores chega a R$ 22 bilhões. A tabela do SUS está defasada há 17 anos, remunerando apenas 60% dos custos dos procedimentos que são realizados”, disse.

Ainda na reunião da Câmara, vários vereadores apresentaram alternativas, como a de o Hospital aumentar a realização de cirurgias eletivas, o que, na opinião de especialistas, acabaria por ampliar o déficit, pois se o SUS remunera os procedimentos em apenas 60%, como informado, esse aumento na prestação de serviços, como sugeriram alguns vereadores, pode é ampliar o déficit, segundo análises. O primeiro passo seria repor os valores reais para a remuneração dos procedimentos, para, em seguida, aumentar a oferta dos procedimentos.

O Estado de São Paulo, por exemplo, complementa os valores pagos pelo SUS. O mesmo poderia ser feito aqui, inclusive, por parte dos municípios. Os municípios da microrregião de Itaúna (Itaúna, Itatiaiuçu, Itaguara e Piracema), poderiam, por exemplo, criar uma compensação complementar pelos procedimentos realizados. Com isso, incentivariam a ampliação do serviço prestado pelo Hospital e, com certeza, ajudaria na resolução da crise financeira por que passa o Hospital, nas últimas décadas, conforme opinião de pessoas que acompanham o debate. 

Já o vereador Alexandre Campos, na sua manifestação, elogiou a atuação do prefeito na questão, ao destinar recursos para resolver a crise momentaneamente e informou que, em conversa com Gustavo Mitre, ouviu do gestor que outras ações no mesmo sentido estão a caminho. Conforme Alexandre, o prefeito informou a ele que na audiência que teve com o ministro da Saúde, em Brasília, recentemente, colocou Padilha a par da situação do Hospital e solicitou ao ministro ações que possam ajudar ao Hospital de Itaúna a dar uma solução mais definitiva para o problema.