SANEAMENTO - IBGE faz levantamento em que Itaúna é destaque
Órgão iniciou pesquisa nacional de saneamento básico, que deve ser concluída até final deste ano
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas - IBGE deu início a uma pesquisa em que pretende levantar a situação do saneamento básico nos municípios brasileiros. O trabalho, que tem previsão de estar concluído no mês de outubro, vai apurar as condições de oferta de serviços nas áreas de saneamento, envolvendo limpeza urbana, esgotamento sanitário, água tratada e captação pluvial. Itaúna é um dos municípios mineiros mais avançados nesses itens, especialmente em relação à região Centro-Oeste do estado, com estágios muito avançados em todas estas áreas.
Porém é necessário que as informações sejam repassadas, com detalhes, para os pesquisadores, demonstrando a real situação do saneamento básico ofertado aos itaunenses. Isso porque, há alguns anos, informações relativas à coleta e destinação de resíduos no município, por exemplo, não têm sido repassadas como ocorria anteriormente, o que acaba por “esconder” uma realidade que deveria ser mais bem utilizada até mesmo em relação à divulgação de atrativos do município. Afinal, com isso, uma cidade que conta com qualidade de serviços em relação ao saneamento básico, como é o caso de Itaúna, pode atrair investimentos, o que, consequentemente, acresce em qualidade de vida para a população.
O último levantamento realizado pelo IBGE data do ano de 2018. A reportagem da FOLHA também teve acesso a dados de Itaúna constantes do site “Trata Brasil”, que tem o Sistema Nacional de Informações Sanitárias - SNIS como base. Esse sistema coleta dados dos municípios, que nem sempre repassam dados atualizados, o que acaba por mascarar realidades locais. Nos dados que estão no “Trata Brasil”, por exemplo, a população apurada de Itaúna era de 97.669 pessoas. Dessas, 3,5% do total, ou seja, 3.418 itaunenses, não tinham acesso ao serviço de água tratada. Outras 4.553 pessoas, ou 4,7% da população, não contavam com o serviço de coleta de esgotos.
Consta ainda dos dados que não existia tratamento de esgoto em Itaúna, mesmo com o município contando com estações compactas de tratamento de esgoto em quatro comunidades, conforme o Plano Municipal de Saneamento Básico de Itaúna – PMSBI, em sua página 142, gráfico 57. Outra informação constante desse documento é a de que, em 2022, 41 pessoas foram internadas por doenças ligadas a questões hídricas, ocasionando uma morte. E, ainda, relata que o investimento per capita em saneamento em Itaúna, naquele ano, foi de RR$ 50,19.
Esses dados podem ser encontrados no link www.painelsaneamento.org.br/localidade/index?id=313380.
Realidade que precisa
ser mais bem informada
O município de Itaúna foi um dos primeiros no estado a concluir o ciclo primário de oferta de saneamento em todas as suas áreas. Itaúna conta com abastecimento de água para mais de 95% da população há algumas décadas. E em relação ao esgotamento sanitário, desde o ano de 2013, como constatado no PMSBI, já contava com tratamento de esgoto em algumas comunidades rurais, e encaminhava a construção da Estação de Tratamento de Esgotos - ETE, inaugurada em 2024. O município conta com um aterro sanitário dotado de moderno sistema de recepção e tratamento de resíduos sólidos urbanos. A coleta seletiva de lixo do município é a mais longeva do País, tendo sido implantada em 2002, e já conta com 23 anos de funcionamento ininterrupto.
A questão da drenagem pluvial tem evoluído ao longo dos anos, iniciada com um intenso trabalho executado nas últimas décadas, especialmente no período entre os anos 1990 e 2010. Nos últimos anos, a intensidade das ações nesta área diminuiu, mas continuam sendo executadas ações pontuais, o que mantém a qualidade da estrutura de Itaúna, nesse setor, ainda excelente em relação a outros municípios.
Alguns serviços foram descontinuados pela Prefeitura em mandatos anteriores e precisam ser retomados com a excelência de antes, como a coleta e fiscalização contínua em relação aos resíduos de saúde, que hoje não têm recebido o acompanhamento necessário, e, por vezes, detecta-se o descarte irregular desse tipo de resíduos. Também não há uma política definida para o recebimento de pequenos volumes de descarte da construção civil, tendo a fiscalização em relação ao descarte irregular sido retomada nas últimas semanas.
Porém o principal problema que passou a existir a partir de medidas da última administração, e que ainda precisa de solução definitiva no município, diz respeito à varrição de ruas. O setor, que era exemplar em Itaúna, com varrições diárias, especialmente na região central – em alguns pontos, como na Praça da Matriz, a varrição era realizada mais de uma vez por dia –, tem sido insuficiente e provocado reclamações da comunidade. Atualmente, como afirmado em reclamação publicada na semana passada, a varrição tem sido feita em sistema de mutirão, o que deixa alguns pontos várias semanas sem a necessária limpeza.
Em apuração da reportagem da FOLHA junto à administração municipal, a situação deverá estar solucionada já no segundo semestre deste ano, possivelmente com o retorno da administração do setor para a autarquia SAAE. Porém, como afirmado inicialmente, Itaúna ainda detém qualidade excelente em todos os serviços que englobam o saneamento urbano e rural, limpeza urbana, coleta seletiva de lixo, dentre outros serviços que precisam ser atualizados e podem levar o município a ser destaque neste levantamento ora iniciado pelo IBGE e que deverá estar concluído e tornado público ainda no final deste ano.