Regulação Urbana embarga 50 obras em Itaúna

Com ação da Secretaria, cerca de 500 empregados devem ser demitidos, além da queda na circulação de dinheiro na cidade

Regulação Urbana embarga 50 obras em Itaúna
Foto meramente ilustrativa

Depois da ida do secretário de Regulação Urbana à reunião da Câmara, conforme a FOLHA noticiou na edição do dia 16 de março, mais problemas gerados no relacionamento dificultado junto àquela secretaria são apontados por profissionais e empresários do setor de construção civil em Itaúna, conforme as reclamações. A reportagem apurou que em torno de 50 obras foram embargadas pela Prefeitura nos últimos dias. Isso significa que em torno de 500 pessoas devem perder seus empregos, além, é claro, dos problemas em cadeia que ocorrem devido a isso. Os depósitos de materiais de construção têm queda nas vendas, além de redução na arrecadação de impostos e taxas, como ITBI, IPTU, taxas de água e resíduos... 

Na Câmara o secretário, como apontado pela reportagem, focou em responder às matérias do jornal, com destaque para um caso específico abordado pela reportagem, que foi o relacionado ao prédio antigo do hospital. Porém, em suas explicações, falou por um extenso período abordando termos técnicos e apontando o que vem sendo realizado na Secretaria, relatando o processo de atendimento conforme ele entende que ocorre. As perguntas ficaram, em sua maioria, por conta do edil Gustavo Dornas, que foi o autor do convite para o seu comparecimento à Câmara. As respostas foram as de sempre, inclusive em relação a outros temas, como a questão das caçambas de lixo, que o Município aponta a responsabilidade dos gerados, sem apresentar um planejamento em relação a pequenos volumes, por exemplo. 

Já no meio de empresários e profissionais da área da construção civil, a observação tem sido a mesma. Em municípios da região, como exemplo, os problemas são infinitamente menores. Os processos têm andamento rápido e menos burocrático e isso tem levado empresários e profissionais a optarem por investir e atuar em outras cidades, com visível prejuízo a Itaúna. Vários dos envolvidos na área ouvidos pela reportagem apontam que “em Itaúna sempre ocorreram problemas, mas a situação atual, com os atuais administradores, está praticamente insuportável”, disse um deles. “As respostas são sempre no sentido de que nós é que não estamos apresentando os processos como deveria ser. Porém os mesmos profissionais, os mesmos modelos de processos são apresentados em outras cidades, a exemplo de Pará de Minas, Mateus Leme, Divinópolis, Carmo do Cajuru, Nova Serrana, dentre outros, sem os problemas que ocorrem aqui em Itaúna. Resta saber se apenas a Prefeitura de Itaúna é que está certa e todas as demais, erradas, assim como os profissionais da área...”, questiona um engenheiro civil que disse não mais atuar em Itaúna. “Pelo menos enquanto persistirem as mesmas pessoas e atitudes atuais”, completou. 

Outro ponto que é muito abordado pelos profissionais e empresários é a falta de resposta por parte do prefeito. Lembram que já tentaram ser ouvidos pelo alcaide várias vezes, mas ele se nega a recebê-los. “Resta aguardar uma mudança de comando na cidade, já que parece que a atual administração vai manter o sistema atual. Enquanto isso, a cidade vai perdendo espaço e recursos”, concluiu um empresário da área que afirmou que há mais de um ano direciona seus investimentos a outras cidades.