Operação “Gola Alva” afasta dois vereadores de cargos em Divinópolis

Denúncia aponta 'arranjos' para aprovação de projetos de alteração de zoneamento urbano no município que beneficiaria envolvidos

Operação “Gola Alva” afasta dois vereadores de cargos em Divinópolis
Reprodução/CMD
Operação “Gola Alva” afasta dois vereadores de cargos em Divinópolis


Na manhã desta quinta-feira, 25 de maio, o Ministério Público de Minas Gerais – MPMG, desencadeou a operação “Gola Alva” (alusão aos chamados crimes do ‘colarinho branco’) em Divinópolis, tendo como alvos dois vereadores (um deles, presidente da Câmara), uma servidora do Legislativo municipal e três empresários.

Segundo a divulgação do MPMG a denúncia é de mercantilização de projetos de alteração de zoneamento urbano, que beneficiariam pessoas determinadas. Os vereadores acusados são o presidente da Câmara, Eduardo Print Júnior (PSDB) e Rodrigo Kaboja (PSD). O primeiro foi afastado da presidência da Câmara e o segundo, do cargo de vereador.

Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão. Os envolvidos também estão proibidos de manterem contatos entre si. Conforme o MPMG, “trata-se de operação desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Regional de Divinópolis e pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, com o apoio da Polícias Militar e Civil. O objetivo é combater os crimes de corrupção ativa e passiva praticados em um contexto de proposição/aprovação de projetos de lei de alteração de zoneamento urbano municipal”.

A ação coincide com a data da cerimônia de entrega da Medalha Candidés, considerada a maior honraria da cidade, concedida a pessoas e instituições públicas que é entregue na Câmara, e ocorrerá nesta noite, mesmo com o desenrolar da operação.

Print Júnior acusa o Executivo

O vereador e então presidente da Câmara, Print Júnior, na noite de terça-feira apresentou denúncia contra o Executivo, por superfaturamento de preços de bens adquiridos pela Prefeitura, na modalidade de adesão a ata.

Na denúncia o vereador mostrou que uma cadeira, adquirida em 2021 pelo valor que ele chamou de estratosférico, de R$ 1.049,00, em processo licitatório atual tem valor máximo estipulado em R$ 221,67.

Ele apresentou ainda outros exemplos de um possível superfaturamento e prometeu apresentar um relatório com todos os valores que entende terem sido superfaturados anteriormente. Esta denúncia, agora, é enfraquecida com o envolvimento do seu nome na operação Gola Alva.