OLHA O NÍVEL...Vereador dá “ordem de prisão” por ser chamado de “edil”
Além de desconhecer o termo, o edil extrapolou suas prerrogativas, pois não poderia emitir a ordem, por não existir cometimento de crime, no caso

Um caso típico de desconhecimento da língua e das suas prerrogativas, enquanto vereador, ocorreu na Câmara de Bambuí, durante uma reunião da edilidade, na segunda-feira, 14 de julho. O vereador Anderson Miguel (Progressistas) se sentiu ofendido por ser chamado de “edil” e deu “voz(ordem) de prisão” ao vice-presidente do Sintram, Darly Salvador. O fato se deu durante uma discussão no plenário da Câmara e, no boletim de ocorrências, registrado em seguida, o vereador se disse ofendido por ter sido “chamado de edil” pelo sindicalista.
O termo “edil” é sinônimo de “vereador”, cargo exercido por Anderson Miguel na Câmara de Bambuí. Seria cômico, não fosse trágico o ocorrido. E culminou com o famoso “teje preso” vociferado pelo edil que “exerceu sua ‘ortoridade’ de vereador”, prendendo em flagrante delito o sindicalista que teve o desplante de chamá-lo de edil, assim, na sua cara... Dois erros, pois o exercício do direito de todo cidadão – e não de um vereador em especial –, de dar “ordem de prisão” a uma pessoa pode ocorrer quando “em flagrante delito” e para impedir que o ‘criminoso’ fuja.
O simples fato de estar no exercício do cargo de vereador não dá o direito ao edil de exercer ‘poder de polícia’, a ponto de determinar “ordem de prisão” a um terceiro, por este estar em plenário. O máximo que poderia ocorrer é solicitar a presença da polícia para mandar retirar o ‘ofensor’, caso este esteja procedendo de maneira condenável. Mas o vereador, que não aceita ser chamado de ‘edil’ (sinônimo de vereador) entendeu que deveria ‘exercer sua autoridade’ naquele momento e decretou: “teje preso!” Seria cômico, não fosse sério e trágico...