Tõezinho acata parecer e se afasta da constituição de CPI

Vice nomeia nova comissão com a alteração de apenas um nome

Tõezinho acata parecer e se  afasta da constituição de CPI
Foto: Arquivo

A fisionomia, o tom de voz e algumas falas do presidente da Câmara de Itaúna, Antônio de Miranda, demonstram um certo desânimo e a certeza de quem foi derrotado, por duas vezes, nos últimos dias, devido à teimosia em tentar impor situações. Caso o presidente da Câmara tivesse instaurado um processo administrativo interno na Casa para apurar denúncias contra o seu chefe de Comunicação quando das primeiras suspeitas, talvez tivesse evitado o desgaste de agora. Porém, quando Alexandre Campos e Lacimar Cesário apresentaram as primeiras reclamações, logo após o retorno do recesso de meio de ano, Tõezinho preferiu dar “um jeitinho” e engavetar as denúncias. Depois, pisoteou, pigarreou, deu de lado, como dizem os mais matutos, e só agora saiu de campo para que a CPI proposta possa caminhar sem o seu comando na implantação. 

Foi preciso alegações de questões de ordem, críticas na imprensa, debates de corredores e até um parecer jurídico que apontasse a necessidade de ele se afastar, para que Tõezinho concordasse em fazê-lo. E a sua fisionomia, na última reunião do ano, ocorrida na terça-feira, 16, era de um derrotado, não de quem estivesse apenas cansado ao final da jornada. Primeiro, Tõezinho se arrastou na leitura do parecer encomendado ao setor jurídico, que afirma que nada estava irregular, mas que conclui apontando que “o melhor” seria ele se afastar das ações de instalação da CPI. E ele o fez, deixando para o vice, que, em primeiro momento, manteve quatro dos indicados inicialmente e trocou apenas um nome. A CPI, conforme a portaria 39/2025, revogada em seguida, indicava os vereadores Guilherme Rocha, Giordane Alberto, Márcia Cristina, Israel Lúcio e Kaio Guimarães. 

Revogada a portaria de Tõezinho e passada a responsabilidade ao vice, nova portaria foi editada e, publicada no jornal oficial da Câmara de 19 de dezembro, trouxe os nomes de Guilherme Rocha, Giordane Alberto, Márcia Cristina, Kaio Guimarães e Leonardo Alves. Assim, sai Israel e entra Léo, ambos locutores e de posturas parecidas, apesar de que o segundo é mais experiente, pois está no seu segundo mandato. Agora, na opinião das pessoas que acompanham o caso, “o vice-presidente, Gustavo Dornas, deve imprimir o seu estilo na condução da instalação e funcionamento da CPI”.

A primeira derrota

Mas, antes de ser derrotado na questão da CPI, Toezinho já havia sofrido um outro baque. E, novamente, devido à sua teimosia em tentar impor a sua maneira de agir, mesmo que a legislação aponte o caminho inverso. Como a FOLHA tem mostrado, desde os primeiros momentos da instalação da Comissão Processante para analisar o pedido de cassação do mandato do vice-prefeito, as afirmações são de que “o rito não é próprio”. Pareceres de advogadas tarimbadas, como Camila ...., Maria Helena Pereira e Tânia... apontaram a Tõezinho que ele deveria declarar a extinção do cargo do vice, por Hidelbrando Neto ter se ausentado mais de 15 dias do País sem autorização legislativa.

Mas o que fez o presidente? Disse que não assumiria a responsabilidade sozinho e instalou a CP. Vieram as críticas, após os conselhos, os debates e, por fim, a ordem judicial: suspenda essa comissão. Sabem por que? Porque o rito não é próprio para a situação. Aquilo mesmo que alegaram as advogadas, que posicionaram vereadores, que foram argumento de críticas na imprensa. Assim, o presidente Antônio de Miranda, o Tõezinho, teve de suspender a Comissão Processante e se afastar da condução da instalação da CPI. Teria sido mais fácil se ele apenas seguisse as regras, colocadas na legislação. Mas não, o Tõezinho do Sô João é teimoso. E essa teimosia desmedida produziu a imagem de desânimo que ele apresentou na última reunião, segundo o queixo, macambúzio enquanto a secretária, Márcia Cristina, dava andamento em suas funções durante a última reunião.

Restou a Tõezinho, pedir o óbvio aos vereadores que vão compor a CPI: “por favor, dediquem trabalhem, esclareçam o mais rápido possível esta situação...” E alegou que “meu nome foi colocado, jogado aí, sem qualquer prova...” Na verdade, ele fez de tudo para jogar o seu nome nas manchetes e nas várias críticas, por questão de teimosia, de não aceitar que não estava certo nas suas decisões. Na vida pública, aponta um político, as coisas são assim, “só quem paga pelos nossos erros, somos nós próprios”.