MAIS EMPRÉSTIMOS - Conselho autoriza empréstimo para Hospital pagar 13° salário
Em reunião realizada na segunda-feira, também foi autorizada a contratação de empresa para administrar a instituição
Foi realizada reunião do Conselho Comunitário da Casa de Caridade “Manoel Gonçalves”, na segunda-feira, dia 5, com a participação do prefeito, para tratar da situação financeira da instituição, conforme adiantado pela FOLHA. No encontro foi negada a autorização para que fosse implantada a gestão compartilhada do Hospital com a Prefeitura. Por outro lado, a contratação de uma empresa para comandar a gestão do Hospital foi autorizada. Também ficou definido que a preferência dos conselheiros é para que seja contratada a Fundação São Francisco Xavier, ligada à Usiminas e que é responsável pela gestão de outras unidades hospitalares.
Ainda na reunião, foi autorizada a contratação de um novo empréstimo pela instituição, nos seguintes termos: a Unimed daria a garantia para que a Unicred possa liberar o empréstimo. Em contrapartida, o pagamento que a Unimed faz mensalmente ao hospital, pela contratação de serviços, seria feita diretamente à Unicred, concedente do empréstimo. Agora deve ser definido o valor a ser tomado de empréstimo, que, inicialmente, seria de R$ 1,6 milhão, suficiente para a quitação do décimo terceiro salário dos funcionários. Também existe a possibilidade de o valor ser maior, para que ocorra a quitação de outros dois empréstimos anteriores, em uma negociação para redução dos juros cobrados nesta dívida.
Prefeito repete falas da coletiva
Na participação do prefeito, ele detalhou valores de repasses da Administração Municipal ao Hospital, já informados em coletiva com a imprensa na semana passada. Também propôs que a contratação da empresa para a gestão do Hospital será uma maneira para enfrentar a crise e dar solução aos vários problemas. Com a autorização para a contratação concedida, os encaminhamentos serão feitos e, nos próximos dias, novidades deverão ser anunciadas.
Também foi realizada reunião de representantes de Itaúna com a administração municipal de Itatiaiuçu, em busca de ajuda financeira para a resolução dos problemas. Sabe-se que foi proposto, na ocasião, que Itatiaiuçu, ou os municípios que fazem parte da microrregião da saúde, tenham acento no Conselho Comunitário. Porém, de início, a proposta recebe oposição, com a alegação de que “o Hospital é de Itaúna” e que o pagamento seria feito pelos serviços que ele presta às comunidades vizinhas.
“Não assume, nem larga o osso”
Em conversa com a reportagem da FOLHA, um itaunense que tem acompanhado a situação do Hospital, e pediu para não ser identificado, aponta a questão da vaidade como o principal empecilho para a resolução dos problemas. Disse ele que, “ao contrário do espírito do Manoelzinho (Manoel Gonçalves), que visou a oferta de serviços de saúde à população, muitas pessoas se preocupam em manter o poder junto ao Conselho Comunitário”. E explicou que, “se tem mais de 40 pessoas neste conselho, por que não se encontra três, quatro, que tenham a coragem de assumir a direção da administração do Hospital?”.
Afirmou ainda que, na esteira do que propõe o Ministério Público, deveria ser promovida uma reforma total no estatuto da instituição para que os princípios de gestão da instituição sejam modernizados. “Um hospital, para ser autossuficiente economicamente, deve vender seus serviços. E para isso deve funcionar como uma empresa, com as reservas da questão social, mas que possa cobrar das prefeituras que utilizam seus serviços, assim como dos governos federal e estadual, proporcionalmente ao atendimento que é realizado”.
Não pode, lembra, é persistir nesta situação eterna de pedir ajuda quando “a coisa aperta” e continuar funcionando como uma propriedade de um grupo que “não assume, nem larga o osso, pela questão da vaidade, de ser ‘do grupo de comando’”. “Às vezes” – conclui – “é necessário reformular conceitos, quebrar paradigmas, para encontrar a solução de um problema. Persistir nas mesmas práticas é manter o problema”.