Funcionários da Santanense fazem ato em protesto

Ticket leite em atraso, adiantamento sem previsão e falta de depósito do FGTS são apenas alguns dos problemas apontados

Funcionários da Santanense fazem ato em protesto
Foto: Reprodução/Redes sociais/Rádio Sol


No final do primeiro semestre de 2023, várias notícias apontavam o possível fim da crise por que passa o Grupo Coteminas, proprietário da Santanense Tecidos. Um acordo com a gigante chinesa do setor de varejo eletrônico SHEIN parecia ser a solução. O ano de 2023 terminou com a informação de que o Grupo Coteminas conseguiu um empréstimo de R$ 100 milhões, através da Santanense Tecidos (uma de suas empresas) e a TopFashion (empresa da SHEIN no Brasil). Porém a solução ainda não surgiu para a ponta, que são os trabalhadores. 

No caso de Itaúna, na quinta-feira, 18, foi realizada manifestação na portaria da fábrica, no Bairro de Santanense, para questionar os muitos problemas apresen-tados. Conforme a manifestação dos trabalhadores, “estamos com (ticket) leite atrasado de 2022, FGTS há 2 anos mais ou menos sem depósito, décimo-terceiro nosso foi pago com atraso e isso perante a lei não pode. Passamos o Natal sem adiantamento salarial e sem ticket alimentação, pois os mesmos deveriam ser pagos no dia 20 e não foram”, disse uma funcionária da empresa em contato com a reportagem. 

E continuou a trabalhadora, que informou estar na empresa há três anos: “(O) adiantamento, disseram que iriam pagar juntamente com o salário, no quinto dia útil, mas até o dia hoje (16, data do contato) não recebemos nada, e o ticket dividi-ram de duas vezes, pagaram uma parcela, dia 4 (de janeiro) e a outra deveria ser paga dia 8 e novamente não foi paga até o momento”. Lembrou ainda que “esta-mos no meio do mês, no próximo dia 20 (hoje, sábado), vence mais um adianta-mento salarial e mais um ticket e não recebemos nem o referente a dezembro”. 

A trabalhadora conclui pedindo: “Por favor, nos ajude. Estamos pedindo socorro. Tem famílias passando até necessidade. Pai que paga pensão está a ponto de ser preso por atraso do pagamento”, esclareceu. Essas e outras reclamações, como o pagamento referente ao mês de dezembro que ainda não foi pago, foram coloca-das pelos representantes dos trabalhadores, na manifestação realizada na quin-ta-feira. A empresa não se manifestou sobre a situação e esta é mais uma recla-mação dos trabalhadores, que questionam o fato de não receber sequer uma res-posta por parte da direção da empresa. O movimento recebeu apoio dos sindica-tos dos tecelões e dos metalúrgicos, além de outros apoiadores. 

Em Pará de Minas, funcionários estão pedindo demissão 

Em matéria divulgada na Rádio Santa Cruz, de Pará de Minas, a informação é de que muitos funcionários da Santanense, que é a maior daquele município no se-tor, estão buscando outros empregos e pedindo demissão. “Desde o final do ano passado que a fábrica suspendeu as atividades novamente, sem data para reati-vação dos teares. Os trabalhadores estão com os salários em dia, mas, diante da incerteza de retomada da produção, vários estão pedindo demissão”, informa.