Aluno do SESI faz redação em defesa da saúde mental

A Escola do SESI de Itaúna propôs um trabalho aos alunos com o tema “Em Defesa da Saúde Mental”. A proposta foi que os alunos produzissem uma carta aberta à população alertando sobre a necessidade de se defender o acolhimento a quem enfrenta esse problema, e o aluno do nono período daquela escola Mateus Souza Antunes foi o destaque. Ele, que é filho do Thiago e da Mariana, também é neto do conhecido desportista Toninho, que trabalha com escolinhas esportivas na cidade há vários anos. O Toninho, já chamado de “Toninho do Morada Nova” e “Toninho do Leonane”, assina Antônio Machado Rodrigues. A avó é a Luzia da Consolação Fonseca e Souza.
O texto foi lido e aprovado pelo educandário e será apresentado, novamente, no dia 19, em evento do SESI. Foi bastante elogiado pelos professores e também pela Geórgia, superintendente da APAE de Itaúna, conforme apurou a reportagem da FOLHA. A íntegra da carta aberta do Mateus é a seguinte:
“Carta Aberta em Defesa da Saúde Mental Digna e Humanizada
Prezados,
O descaso com a saúde mental no Brasil é uma situação que não pode mais ser ignorada. Enquanto milhares de familiares sofrem com falta de atendimento adequado, o poder público se mantém omisso diante de um problema que cresce a cada dia. A saúde mental não deve ser motivo de tabu, vergonha ou silêncio. Depressão, ansiedade e outros transtornos não são fraquezas, mas condições que precisam de atenção, acolhimento e tratamento adequado.
Não podemos aceitar que hospitais e clínicas de saúde mental reproduzam práticas que lembram os tempos sombrios dos manicômios, onde seres humanos eram reduzidos a números, silenciados e privados de sua dignidade. Cada pessoa em sofrimento psíquico é, antes de tudo, um sujeito de direito, e merece ser tratada com respeito, empatia e humanidade.
Relembramos que a lei Antimanicomial (Lei n° 10.216/2001) representou um marco na luta pelos direitos das pessoas em sofrimento psíquico, assegurando o cuidado em liberdade e o fim das práticas de isolamento e violência que marcam a história dos manicômios.
Por isso esta carta é também um chamado coletivo:
Lutamos pelo direito ao atendimento de qualidade e, acima de tudo, pela luta pelo fim dos manicômios e das clínicas que ainda reproduzem o tratamento desumano que marcou o passado e não pode ter lugar no nosso presente nem no nosso futuro.
Reforçamos que o silêncio e a omissão do governo diante desse quadro não podem ser normalizados. Exigimos dos governos municipal, estadual e federal ações concretas:
Investimentos em centros especializados, equipes multiprofissionais, programas de prevenção e, sobretudo respeito à vida e à dignidade humana. A saúde mental não é caridade. É direito. É justiça. É cidadania.
É urgente que o poder público cumpra sua obrigação constitucional e que a sociedade se una nessa luta. Cuidar da saúde mental não é favor, é direito.
Porque sem dignidade não há cidadania.
Porque sem saúde mental não há vida plena!
Mateus Souza Antunes - Aluno 9° ano da escola SESI Itaúna”.