“A República das Bananas”
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Já fiz e publiquei um texto muito parecido com o que pretendo “exercitar” abaixo sobre nossa Itaúna, cidade que nasci, cresci, aprendi a amar e na qual pretendo continuar envelhecendo, com cada vez mais qualidade de vida e, principalmente, na companhia de cidadãos que respeitam, em sua maioria, o direito do outro, pelo menos até as esquinas. E já frisamos, algumas vezes, aqui mesmo neste espaço, que Itaúna é ímpar. E que aqui neste torrão, como em qualquer outro lugar, existem questiúnculas que, às vezes, não são bem explicadas, mas existem, como também existem posicionamentos que, na maioria das vezes, além de equivocados, deixam muitas margens para interpretações diversas e questionáveis. Faz parte.
As pessoas que visitam Itaúna, num primeiro instante, dizem que nossa cidade é fechada, é patriarcal e ainda tem ares de coronelismo, que ressaltam em vários setores da sociedade. Mas discordamos totalmente da afirmativa “cidade fechada”, que costumam usar para exemplificar nossa melhor sociedade, uma vez que a comunidade itaunense recebe sempre de braços abertos os que aqui aportam, por um motivo ou outro. Muitos vêm para trabalhar, outros para estudar, outros por opção, outros por falta de opção e a maioria vem e fica porque a cidade oferece, como poucas, excelente qualidade de vida. E uma comunidade que recebe bem não pode ser considerada fechada. Porém o fato de receber bem e fazer questão de conviver bem com os que escolheram a cidade tem custado caro, porque, dentre esses, muitos acham que, pelo fato de estarem adaptados aos costumes da comunidade, podem palpitar nas questões que dizem respeito somente à sociedade itaunense, já que não ajudaram a construir nada e pouco sabem da luta dos verdadeiros itaunenses, no final do século 19 e na primeira metade do século passado, para garantir o bem-estar dessa comunidade de hoje. Luta que teve continuidade garantida com as gerações que vieram e com as que fazem do presente uma trilha para um futuro cada vez melhor.
Diante disso, como itaunenses que somos, não podemos admitir que um ou outro cidadão que foi recebido de braços abertos pela cidade e que tira daqui seu sustento, que, em alguns casos, é até contra a lei – agiotagem, jogos de azar, contrabando e outras atividades proibidas –, enfie o bedelho nas fundações herdadas dos verdadeiros itaunenses, caso de Dona Cota e Manoel Gonçalves e outros beneméritos.
Entendo que, antes de palpitar, de afirmar inverdades e de agir como testa de ferro daqueles que não têm coragem de colocar a cara a tapa, os cidadãos que não podem bater no peito e afirmar que ajudaram a construir algo por sua terra natal deveriam é ajudar a construir algo sólido para a terra adotiva com trabalho, abnegação e principalmente coragem, antes de sair “dando tiros sem saber o alvo a ser atingido”. São uns poucos que não entendem o verdadeiro sentido da palavra “obrar” e que deveriam, pelo menos, procurar entender os objetivos de uma sociedade que, apesar das dissidências normais verificadas, sempre torna pública suas intenções, se abre para atingir objetivos maiores, que são os de construir para o futuro sem destruir o passado, preservando, antes tudo, o respeito pelos que visam algo melhor, não só para o “eu”, mas, sim, para um todo.
A verdade é que poucos, pouquíssimos, têm a coragem de se expor perante uma sociedade, diríamos, “birrenta”. E são muitos que têm a coragem de blasfemas constantes não só na companhia de paredes, mas publicamente, insuflando pequenos grupos que não sabem o que é construir, mas são especialistas em tentar destruir uma construção social para um todo. A verdade é que muitos gostam é de “exercitar o gogó” e, neste exercício insólito, acabam vomitando muitas asneiras que só servem mesmo para massagear o ego. Estamos indignados com as posições de alguns membros da comunidade itaunense, que tentaram prejudicar a trajetória de uma campanha política que, visivelmente, ganhou as ruas e os leitores e saiu vencedora nas eleições. Agora não é hora de tentar destruir uma construção de governo que, inclusive, será comandado por um filho adotivo. O planejamento de uma administração é essencial e precisa estar centrado no conhecimento da comunidade num todo. Então, como apreciadores da democracia, defendemos o direito do cidadão de contestar e tomar posições e apreciamos aqueles que mudam de posição ao perceberem que é com base na democracia e na união de forças que se consegue atingir os objetivos maiores.
Já escrevemos isso em outras ocasiões, e infelizmente estamos sendo “obrigados” a repetir: fomos informados nos bastidores que alguns empresários e comerciantes que dirigem entidades de classes andam armando, mais uma vez e entre quatro paredes, um “boicote” ao jornal, por causa de posicionamentos políticos. Segundo as informações, o tal “boicote” começaria em janeiro, após a posse do novo governo municipal, e estaria centrado em dois fatos: no posicionamento editorial e na divulgação de notícias no decorrer da campanha eleitoral. Não podemos afirmar se o tal “boicote” é fato, mas podemos afirmar categoricamente que não estamos nem um pouco preocupados e vamos expor aqui os motivos, que são simples: em primeiro lugar, não acreditamos em boicote algum. E se, de fato, vier a acontecer, vai partir de uns poucos que não têm credibilidade e, muito menos, capacidade de mobilização, mesmo porque, se tivessem, estariam exercendo cargos importantes e atuando como fiscais operantes das coisas públicas em outros níveis. Não estão fazendo nem uma coisa nem outra, já que a única capacidade que têm é a de apreciar o próprio umbigo. Achamos que podemos perguntar: por que podemos publicar notícias dos cidadãos considerados comuns – pé rapados – e não podemos publicar dos que se consideram “almofadinhas”, na acepção da palavra?
Publicamos, damos nome aos “bois” e, se preciso, ainda assinamos em baixo com muita tranquilidade. Quanto à questão do posicionamento, basta observar o slogan da FOLHA: Jornal tem que ter opinião. Temos. E daí? Querem enfiar goela abaixo ou no gogó? Achamos que têm mesmo é muito “gogó”. E reafirmamos: não defenderíamos mesmo uma República das Bananas!