Fim de festa!

Fim de festa!

Desde o desfecho das eleições municipais, no dia 6 de outubro, que venho observando o comportamento da administração municipal num todo. E, assim, posso afirmar, sem medo de errar, que estamos vivenciando em toda a cidade um fim de festa melancólico, e a população, independentemente de circunstâncias e/ou posição social, está “pagando o pato”, como é comum na gíria popular, pelo atual governo do Senhor Neider Moreira de Faria não ter obtido sucesso nas urnas.

Em primeiro lugar, ao observar os serviços essenciais, como limpeza urbana, recolhimento de lixo e assistência social, eles parecem abandonados. A questão assistência social, apesar da propaganda ampla durante toda a administração, nunca funcionou na totalidade, e a cidade, mais uma vez, independentemente de classe social, conviveu durante oito anos com moradores de rua, pedintes, drogados e pessoas com deficiência neurológica, que não contaram com uma assistência social constante. Podem negar isso, mas basta observar as ruas e praças e as marquises e calçadas durante a madrugada e pela manhã, que não há como justificar. É fato. A cidade foi invadida e a população é abordada a todo momento por pedintes e viciados que querem dinheiro para comprar comida e/ou drogas. Mais drogas. Onde estão os assistentes sociais, funcionários do Município, que atuam na secretaria de Assistência Social? Nos gabinetes? Fazendo relatórios de serviços e recursos distribuídos a abrigos e ou casas de recuperação? Isso só não basta, é preciso atuação nas ruas. E, mais que isso, é preciso coragem para enfrentar o problema, que é grave e não é somente de nossa cidade, mas de todo o País. 

Nos últimos dias, ao que parece, o problema aumentou e o número de pessoas nas ruas visivelmente é maior. E chegam à redação mais reclamações, e uma delas chamou a nossa atenção, pois parece um descaso ou é falta de conhecimento das leis. Segundo um comerciante da área central, um morador de rua, que não é itaunense, está dormindo em sua porta. Sem obter sucesso ao tentar conversar com o cidadão da rua, resolveu ligar para a prefeitura. Explicou o problema a quem atendeu, e foi transferido para a “Assistência Social”, explicou tudo novamente e obteve como resposta: “Ele tem o direito de estar nas ruas e dormir onde quiser. É direito dele”. Pois é. Acontece que o tal homem que dorme na porta do comércio citado fica com seus apetrechos bem na porta da loja e só resolve acordar e levantar mais tarde, bem depois do horário de abertura comercial. Ou seja, o “cidadão das ruas” tem privilégio sob os fregueses do comerciante. E mais: estamos a 18 dias do Natal, e o comércio citado, como todos os outros, está tentando faturar o que não faturou nos 11 meses do ano, mas foi obrigado a ouvir um argumento que tenta justificar a incompetência de não conseguir resolver um problema social por falta de trabalho. Sinceramente!

Outra questão que não deixa de ser social é o velho problema da falta de banheiro público na área central. Continuamos sem o banheiro, como você já leu na nossa primeira página. Quem assistiu ao ocorrido fui eu e achei um absurdo, e continuo achando. Mas absurdo maior é um comerciante - que não é o maior culpado, pois não exigiram dele – ganhar a principal praça de presente de Natal para trabalhar, e isso ele faz bem, trabalha muito e bem, não otimizar totalmente o ambiente para atender o consumidor e toda a família itaunense. Reafirmo. Ele não é o culpado, mas, sim, quem lhe deu a nossa principal Praça para trabalhar sem exigir o mínimo de conforto para a população.

Mas vamos aos banheiros. Esta semana fui novamente alertado por um comerciante que o banheiro público (a tal casinha do Neider), construído ao lado da banca de revistas, por um preço astronômico, em minha opinião, não estava funcionando. Mais uma vez, observei que a funcionária municipal responsável pelo seu funcionamento está trabalhando somente meio horário e, por volta das 13h30 da quinta-feira, presenciei o que relatamos na primeira página. Uma senhora com necessidades fisiológicas insistentemente batendo na porta do banheiro e ficando irritada e literalmente “apertada”, sem que tivesse opção. Acompanhada de uma amiga, ouvi quando esta falou: “Vai até à Casa Paroquial e pede para usar o banheiro de lá, explica a situação”. Assentou-se em um banquinho e a mulher atravessou a rua às pressas e adentrou a Casa da Paroquial. Não sei o desfecho. Foi quando resolvi fotografar e fazer a matéria de capa para alertar a população para que não conte com o banheiro público. 

E, ao explicar ao redator, fiz a observação de que, pior que a situação da senhora durante o dia, quando havia opções de banheiros da Casa Paroquial, igreja, botecos e lanchonetes e até de lojas, à noite, nas festividades de Natal, a situação de “aperto” seria muito pior. É incrível como não alertaram para tal. Não há um banheiro sequer para quem está frequentando a Praça da Matriz com a família para ver a decoração bonita de Natal e está apreciando a noite nas barracas montadas, que estão servindo comidas e bebidas, como o chopp e os sanduíches artesanais, e a boa música... O normal seria o comerciante responsável pelo “circo” com a praça de alimentação estar com uma funcionária trabalhando no banheiro público, mas, para isso, teriam que ter pensado antes, pois seria necessário um contrato prévio... Não feito isso, é preciso que sejam colocados imediatamente banheiros químicos próximo às tentas do “circo”. Estou chamando a praça de alimentação de “circo”, porque, na verdade, o fim de festa patrocinado pelo Senhor Doutor Neider Moreira de Faria é melancólico, e não condiz com quem sempre afirmou primar pelo bem público, e, lá atrás, parecia, faria uma das melhores administrações da nossa Comuna Brilhante. Ficou no só. É um melancólico fim de festa!