Além da imbecilidade, tem a insensatez com fatos mentirosos

Na semana passada, recebi muitos feedbacks sobre o meu editorial e a maioria deles positivos, inclusive, de pessoas que me confessaram direitistas e/ou esquerdistas declarados, mas que entenderam a mensagem e comungaram das minhas opiniões em relação aos posicionamentos de alguns vereadores que estão tentando transformar um assunto que seria corriqueiro e que poderia, no máximo, ser acompanhado com algum critério pelos poderes constituídos. Mas o que estão fazendo é tumultuar, repito, jogar para a plateia e, mais que isso, fazer política barata usando a população, neste caso, os moradores da comunidade do Córrego do Soldado, com mentiras e muito alarde, gritos de absurdo e acusações à Justiça, afirmando que ela não poderia ter feito acordo para a transferência de algumas famílias, cerca de 60, para uma fazenda particular no município de Itatiaiuçu. Ora, volto a repetir: a fazenda é particular, o dono resolveu oferecê-la aos invasores de uma outra fazenda sua, a Monte Alvão, em Santa Terezinha, e vai dar escritura às famílias. Não entendo onde está o problema. De ordem ambiental, de saneamento e de superpopulação escolar e de atendimento à saúde em Itaúna? Coisa de políticos despreparados e que não estudam a legislação antes de jogar para a plateia, pensando somente em fazer política alarmista em prol de votos. Um risco, pois o resultado final pode não ser favorável.
No caso em tela, a transferências das famílias do MST para chácaras na comunidade dos Chaves, entendo que nossa cidade não tem nada com isso, pois a fazenda está em Itatiaiuçu e é particular. Os seja, as discussões que consumiram quase toda a reunião do Legislativo na terça-feira não serviram para nada, pois o acordo foi celebrado entre as partes com a anuência da Justiça. Os Poderes Executivos, itaunense e itatiaiuçuense, não têm nada com isso. Não adianta ação civil pública, interpelação ao Ministério Público etc. Esse é o meu entendimento, o de um leigo, mas de um jornalista experiente e que entende muito de política, e principalmente de políticos que tentam “tirar proveito” de situações em que o risco de alguma vulnerabilidade pode deixar uma comunidade em pânico, por causa de conversas atravessadas, mal explicadas e mentirosas e de levantamentos encomendados, creio eu.
O fato é que, ao ver a Câmara completamente tomada, na reunião ordinária da semana, por moradores da comunidade do Córrego do Soldado, percebi o quanto alguns vereadores são maldosos, preconceituosos e aproveitadores. Mas continuo com a mesma opinião, e, além da imbecilidade na interpretação de atos, fatos e boatos, estou convencido de que esses poucos também não conseguem estudar e interpretar as leis maiores, pois é muito simples, não adianta bater na mesa e gritar que “a Justiça não poderia ter feito acordo sem ouvir os poderes constituídos de Itaúna e Itatiaiuçu, os poderes Executivo e Legislativo... Eu não admito...”. Ora, ora, Dr. Gustavo Barbosa, gente boa, educado, mas politicamente um precipitado, que, na gíria corriqueira, “coloca o carro na frente dos bois” e vai na onda de tentar transformar “alho em bugalho”. Calma, meu jovem. Estude a legislação, observe, calcule e fale a verdade. Aí vai angariar, além da simpatia, votos. Mas dizer que mais de 2.000 pessoas vão invadir a comunidade dos Chaves e/ou o Córrego do Soldado é mentira, é enganar bobo, e, assim, está fazendo de bobos os moradores que foram para a Câmara para ver showzinho barato. E lá na frente eles descobrem isso...
É como afirmei no editorial passado, consultei alguns advogados e creio que a decisão judicial do acordo dificilmente será revertida, como o terreno é particular, ninguém pode entrar lá para fazer nada. Então está descartada essa questão de urbanização etc. etc. etc. As famílias assentadas, acredito, vão construir suas casas, ter fossas sépticas como todas as outras chácaras existentes lá na comunidade dos Chaves e no entorno do Córrego do Soldado, no entorno das duas barragens do Benfica, inclusive, nos condomínios de luxo, e vão fazer o que a maioria não faz. Vão produzir. Preparar a terra, plantar, produzir. Exatamente como fazem lá em Santa Terezinha, sem amolar ninguém, produzindo hortaliças sem agrotóxico, naturais e de qualidade, para abastecer o entorno e a capital Belo Horizonte nos seus mercados tracionais, como o Central.
Acho, com toda sinceridade, independentemente de posição política dos vereadores envolvidos, que a questão é mais preconceituosa do que de fato preocupação com o imaginário dos transtornos para Itaúna. Estão certíssimos os vereadores Alexandre Campos e Rosse Andrade, que se manifestaram em favor do diálogo, da interação dos fatos e, mais que isso, do entendimento. Não é sair gritando e causando alvoroço, afirmando que Itaúna será invadida, que vão usar nosso sistema de saúde e nossas escolas e que os vizinhos terão seus gados roubados. E, o mais grave, que nossa água será contaminada pelo esgoto, pela falta de saneamento básico. Não foi até hoje, com as centenas de chácaras que existem nas comunidades dos Chaves e Córrego do Soldado. Por que somente agora? Preconceito? Estardalhaço político. Ou é mesmo apenas estupidez? Estão transformando assunto sério em tema político sem necessidade. Já é hora de começar a pensar num todo, e não individualmente, e muito menos em grupelhos. Sinceramente, senhores, esperava mais de vocês, usem a cabecinha para pensar, porque, lá na frente, podem ter que murchar as orelhinhas... Pobre Itaúna. Ufa!