QUEBRA DE DECORO? “Pó-de-mico” em gabinete de vereador

Assessor de Kaio Guimarães é acusado de ser o autor da “brincadeira”, colocando o pó na maçaneta da porta do gabinete do edil Gustavo Dornas

QUEBRA DE DECORO? “Pó-de-mico” em  gabinete de vereador

Um caso que pode, sim, caracterizar quebra de decoro por parte de um vereador e ato indevido de um assessor ocorreu na Câmara de Itaúna nesta semana. Conforme as apurações do fato, uma assessora do vereador Gustavo Dornas Barbosa chegou ao local para trabalhar e, após entrar, girando a maçaneta da porta, começou a sentir algo anormal. Consta que ela passou a ter vermelhidão na pele, coceira e outros sintomas. Que ela foi até a maçaneta da porta e viu que algo de “esquisito” fora despejado ali. Em seguida, ela ligou para o vereador Gustavo Dornas, que foi ao local saber do que se tratava. 

Não foi difícil descobrir os autores da “brincadeira”. Nas imagens internas do videomonitoramento, pôde ser constatada a presença de um assessor do vereador Kaio Guimarães, que tem o apelido de Joba, e conforme as informações colhidas pelo jornal, do assessor de imprensa da Câmara, André Messias, que também estaria no corredor e aparece no vídeo, ele foi indicado ao cargo pelo vereador Kaio. Estas informações não foram confirmadas. As explicações teriam sido no sentido de que tudo foi uma brincadeira e que ele, o autor, tem liberdade com Gustavo Dornas para tanto. O problema é que o atingido, no caso, foi uma terceira pessoa, a assessora do vereador, e não o Gustavo, e sim uma senhora. Alguns profissionais do Direito consultados pela reportagem afirmam que o caso seria para um processo de quebra de decoro em relação ao vereador, já que o envolvido no evento é seu assessor. Já em relação ao assessor, deveria ocorrer outras penalidades, até mesmo a demissão.

A reportagem fez apurações dentro da Câmara ainda de que o contato com o chamado “pó-de-mico” pode causar danos graves às pessoas, especialmente se o pó for inalado. Conforme o alerta, se inalado, o pó-de-mico pode causar irritação no nariz, tosse e dificuldades de respiração. Também consta como efeitos do produto a possibilidade de paranoia e alucinações, que alteram as percepções do indivíduo e provocam delírios. Porém a situação mais grave dos efeitos do citado pó nas pessoas é a possibilidade de surgimento de comportamentos agressivos. Nesta situação, pode haver episódios de violência e até de automutilação. 

Portanto, como se vê, o caso não pode ser tratado como simples brincadeira. E o pior de tudo é que tanto o vereador atingido, que teve a assessora que passou mal devido ao contato com o pó-de-mico, disse à reportagem que não tinha nada a declarar sobre o ocorrido e questionado se o vereador Kaio tinha algum envolvimento com o fato, disse categoricamente que não. Os demais membros da Mesa Diretora da Câmara também estão calados. Nenhuma informação, nenhum questionamento. E a dúvida é, vai ficar por isso mesmo, ou pode se constatar que a Câmara de Itaúna virou mesmo uma bagunça, onde se pode tudo?