TCMG investiga aplicações do IMP

Polícia Federal intimou e já ouviu ex-dirigentes e contador do órgão sobre aplicações em fundo de investimentos

TCMG investiga aplicações do IMP


O IMP – Instituto Municipal de Previdência, órgão que administra os recursos de aposentadoria dos servidores municipais de Itaúna, mais uma vez está sendo alvo de levantamentos da Polícia Federal (PF) e pelo Tribunal de Contas do Estado em investigações relacionadas a golpes financeiros no mercado. Informações chegadas à redação, e confirmadas, são de que um ex-dirigente e um ex-contador do IMP, além de Conselheiras e de outros ex-dirigentes, foram intimados pela PF para prestar informações sobre uma aplicação no valor em torno de R$ 6 milhões, feitos no Fundo de Investimentos G.G.R., na administração que se encerrou em 2016 e que tinha no comando o gestor Célio Gonçalves.

Conforme a FOLHA apurou junto à direção atual do IMP, em 2014 o IMP fez uma aplicação de R$ 4 milhões junto ao Fundo G.G.R. e, em 2016, aplicou mais R$ 3 milhões no mesmo fundo. Essas aplicações, conforme o apurado, já renderam cerca de R$ 2,2 milhões, até o momento, e a aplicação não tem prazo fixo. Ainda conforme o apurado, para fazer a aplicação, o gestor da época, Célio Gonçalves, recebeu o aval do comitê de análise de investimentos à época para fazer a aplicação nas duas ocasiões.

Ainda conforme o atual administrador do IMP, Heli de Souza Maia, tanto Célio Gonçalves quanto outras pessoas ligadas ao IMP, na época, foram ouvidas pela PF no ano passado. Ainda segundo Heli, ele entende que não houve dolo por parte dos ex-dirigentes do IMP, tanto que o dinheiro continua aplicado e, conforme informado, já rendeu R$ 2,2 milhões nesse período. “As aplicações são feitas com aval do comitê de investimentos, que analisa a viabilidade, ou não, de se fazer as operações”, disse.

IMP tem R$ 250 milhões aplicados em vários investimentos

A FOLHA apurou que o IMP de Itaúna tem investimentos avaliados em cerca de R$ 250 milhões em diversos segmentos. Além dos R$ 6 milhões com o G.G.R., também mantém aplicações junto à Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e uma série de outras instituições financeiras. Esses recursos são oriundos das contribuições dos trabalhadores e dos empregadores. Esse dinheiro é recolhido e aplicado conforme análises do comitê próprio. O resultado dessas operações é usado no pagamento de pensões e aposentadorias, além de ouras despesas do IMP. 

O instituto já esteve envolvido em situação parecida no passado, quando estourou o escândalo do Banco Santos. Conforme informações chegadas à reportagem, o valor aplicado naquela instituição, à época, já teria sido recuperado. No caso atual, do Fundo G.G.R., o que ocorreu é apenas uma investigação e não existem informações sobre o teor do processo que estaria em andamento em relação ao fundo de investimentos.

Sócios do Fundo G.G.R. foram presos em 2019

Como a FOLHA apurou, em 2019 aconteceu a prisão de três pessoas ligadas à empresa Supernova Capital, apontada como gestora do Fundo GGC11. Ainda conforme as informações apuradas, a acusação contra os sócios da gestora estaria relacionada a operações de investimentos em ativos imobiliários. Também foi levantado que o fundo tem patrimônio líquido de mais de R$ 1 bilhão, com 105.137 cotistas. Neste ano, o fundo estaria rendendo com alta, até o mês de setembro, de 1,11%, o que é considerado vantajoso no mercado financeiro.

As primeiras investigações, que levaram à prisão dos sócios, em 2019, segundo o Fundo, “não se relacionavam ao FII – Fundo de Investimento Imobiliário, que investe em galpões logísticos e industriais e tem mais de 55 mil cotistas”. E que, conforme essas informações, os cotistas não corriam riscos.