População reclama de invasão de andarilhos e viciados
Dois problemas, pelo menos, são denunciados pela população, em vídeo enviado à reportagem por cidadãos itaunenses. O primeiro deles é a falta de cuidado com a preservação do patrimônio público e o outro sobre a falta de ação efetiva da pasta de Desenvolvimento Social na questão do atendimento aos “moradores em situação de rua”, os populares andarilhos, como afirmam os denunciantes. No ano de 1991, a Prefeitura de Itaúna implantou o Museu Municipal, tendo conseguido naquele período a doação de uma locomotiva (“Maria Fumaça”) pela RFF, vinda da cidade de Três Corações e instalada na Praça da Estação, defronte ao prédio do citado museu.
Como tem sido apontado em diversas reportagens da imprensa itaunense, especialmente da FOLHA, o museu foi alterado em seu funcionamento, com boa parte de seu acervo encaixotado. E a Praça da Estação, com a respectiva locomotiva, utilizados para várias outras atividades que não a cultural, sofrendo os reveses do abandono por parte do poder público. Se a locomotiva já servia de “banheiro” e de “esconderijo’ para diversos atos, até mesmo a prática sexual, visto a região servir de ponto para o comércio do sexo, passou mais recentemente a ser usada como “moradia” para andarilhos. E, como a locomotiva está com a sua “lotação” esgotada, a Praça da Estação mudou sua finalidade para “camping” de moradores em situação de rua.
Nos últimos dias, um grupo de andarilhos está “acampado” no local, fazendo daquela praça o ponto de descanso, de bebedeiras e até de outras práticas, conforme as reclamações. Assim, o primeiro problema apontado que seria o descaso com o patrimônio público, se soma à inação do setor responsável pela questão social do município. As questões são várias, para demonstrar este estado de inatividade do poder público. Se falta uma ação no caminho do acolhimento, tão necessário em períodos de frio, por exemplo, também existe a carência do acompanhamento, da identificação dos andarilhos, do direcionamento, do encaminhamento dessas pessoas a um estágio melhor.
Afinal, os demais cidadãos cobram informações sobre quem são os andarilhos, se não representam riscos à vizinhança, questões a serem resolvidas, por exemplo, com a identificação das pessoas. A falta de uma ação efetiva da Secretaria de Desenvolvimento Social, acusada de promover muitas reuniões e pouca prática, não é situação recente e remete há alguns anos. E, enquanto isso, a população é obrigada a conviver com a situação em que não sabe se propõe ajuda, como aliás muito tem ocorrido, ou se passa a temer a presença próxima dos andarilhos. Outra situação também muito presente para os itaunenses nos últimos anos.
O poder público, enquanto mediador da vida em sociedade, necessita de adotar medidas que possam indicar soluções para a situação. Acompanhamento, identificação, encaminhamento de andarilhos que abundam pelos espaços públicos de Itaúna são, sim, necessários. Uma simples identificação destas pessoas, por exemplo, poderia indicar que ação deveria ser tomada. O que não pode é continuar agindo como se estivesse fazendo alguma coisa sem nada fazer, como reclamam os denunciantes.