Onda de violência assusta itaunenses

Mais de uma dezena de assassinatos em cinco meses mostram situação fora de controle

Onda de violência  assusta itaunenses
Foto: Divulgação/PMMG/9ª Cia. PM Ind.


Neste ano de 2023, a criminalidade em Itaúna vem mostrando os mesmos assustadores índices dos anos passados. Em cinco meses, já foram registrados pelo menos 11 assassinatos, com quase a totalidade deles tendo envolvimento com o tráfico de drogas. Somente nesta semana foram registrados dois assassinatos (veja na página de polícia) de jovens, com extrema violência. Em ambos os casos, as vítimas foram alvejadas por mais de uma dezena de tiros, cada uma.

O tráfico está muito presente na cidade. Basta um giro pelos bairros para encontrar grupos de jovens atuando no comércio de drogas, em pontos estabelecidos em praças e esquinas das ruas. Na região que compreende os bairros Morada Nova, Cidade Nova, Santa Edwiges, Novo Horizonte e adjacências, os registros do tráfico de drogas podem ser feitos à luz do dia. O mesmo pode ser dito de bairros como o Irmãos Auler, Várzea da Olaria, Garcias e adjacências.

A questão já extrapola a seara da segurança pública e necessita de uma política pública pensada e praticada no sentido de combater a violência e a criminalidade, com objetividade. Não basta apenas o trabalho das polícias, prendendo suspeitos, fazendo os registros dos casos. É necessário que sejam tomadas medidas mais amplas, por parte das autoridades, para que o crime não continue dizimando famílias.

A maioria dos mortos são jovens, de famílias de baixa renda que veem no tráfico de drogas uma opção de ganhar dinheiro fácil. Existe, como já divulgado, uma briga de quadrilhas pelo comando do tráfico na cidade. E, também, existe uma população consumidora de drogas, silenciosa, mas que alimenta o crime que bate à sua porta, diariamente. Uma morte violenta a cada 15 dias é o saldo da inércia, da falta de atitude das autoridades constituídas e, também, por que não dizer, da população, que se cala enquanto o crime domina as periferias. Aí, quando chegar às suas casas, já será tarde, pois a omissão alimenta a situação de criminalidade.